E QUANDO UM NÃO QUER?

 

Em razão do texto anterior sobre o diálogo, uma amiga me perguntou: e "quando as pessoas não querem ouvir", quando "já estão cobertas de razão, pessoas fechadas?"

Então , fiquei me questionando: há como desenvolver um diálogo quando alguém se fecha, quando alguém se isola e não se demonstra com a disposição para qualquer conversa?

Em retorno do mesmo texto anterior sobre o diálogo, um amigo me compartilhou algo que em parte responde a nossa pergunta:

"Adriano, por falta de diálogo com uma pessoa que eu conheço a cerca  de seis anos acabamos construindo um muro".

Como isso é triste. Por falta de uma boa e saudável conversa, um muro foi erguido, um muro separou dois amigos, um muro destruiu tudo o que havia sido construído ao longo de seis anos. A conclusão que chegamos?

Não, não há mesmo como desenvolver um diálogo quando uma das partes não quer. O diálogo é como uma partida de tênis, ou seja, só acontece quando há jogadores de ambos os lados da quadra.

Sendo assim, para o diálogo acontecer é preciso se encontrar presente na vida do outro, é preciso se encontrar disposto e disponível, é preciso saber falar e é preciso saber ouvir, é preciso ter o desejo de continuar construindo pontes.

Aí está o segredo do verdadeiro diálogo: no íntimo das partes é preciso querer ser entendido, mas também é preciso querer entender o outro. Falas não compreendidas, falas não detectadas, falas não reconhecidas não efetivam o diálogo.

Ao que parece, em geral, as pessoas se encontram viciadas com o monólogo, isto é, falam sozinhas, conversam consigo mesmas, mas encontram dificuldades em dialogar.

Como foi dito no texto anterior sobre o diálogo, essa é uma virtude divina que dá trabalho, pois, exige paciência, serenidade, empatia, sabedoria, graça e misericórdia. Mas vale a pena! Por quê?

Vale a pena, porquanto, problemas são tratados e resolvidos, feridas e mágoas são saradas, nada fica pendente, nada é deixado para trás, tudo é confrontado com coragem, assim, um leque de possibilidades se apresenta, despertando alegria, cumplicidade, esperança e fé.

Que o Senhor, portanto, continue nos ajudando a dialogar. Ah, quando um não quer, o diálogo não é possível. Mas, quando ao menos dois querem, tudo é possível.

Na graça e no amor de Jesus,

Adriano Xavier Machado