COMUNICAÇÃO GENUÍNA

Um dos meus leitores comentou algo sobre comunicação genuína. Achei interessante o assunto e resolvi escrever a respeito. Penso que todos concordarão que comunicação é o ato de compartilhar uma ideia, um pensamento, um conceito ou até mesmo um sentimento. Contudo, o que é comunicado precisa ser devidamente reconhecido, decodificado e absorvido.

Em outros termos, todo aquele que recebe a mensagem compartilhada precisa compreendê-la. De outro modo, nada de fato será comunicado. Por exemplo, se um programa de rádio em território chinês tiver a sua transmissão em mandarim, particularmente não terei qualquer entendimento. Mas, se um programa de rádio, ainda que em território chinês, for transmitido em português, não terei qualquer dificuldade.

Comunicação é se fazer compreendido. Essa é a genuína, ou seja, a verdadeira comunicação. Tendo isso em mente, faço uma pergunta: você consegue mesmo transmitir o que você pensa ou sente? Há muitas mulheres que reclamam que não são compreendidas por seus maridos. Há muitos homens que reclamam que não são compreendidos por suas esposas. Há pais que reclamam dos filhos, e vice-versa, por não serem compreendidos.E aí, qual é o verdadeiro problema? Falta de comunicação genuína.

Se é verdade que muitas coisas não precisam ser ditas, em razão da obviedade, por outro lado,  muitas outras coisas precisam ser ditas, pois não são tão óbvias assim. Lembro-me do meu tempo de universidade, estudando Serviço Social _ desde já peço licença e conto com a sua simpatia pelo que vou expôr _ quando tomava conhecimento de que muitas mulheres com vinte, trinta ou quarenta anos de casamento não sabiam o que era orgasmo. E estou falando no sentido da experiência. E não falavam com os seus respectivos maridos sobre isso por mera vergonha.

Desse fato fica claro que muitas vezes o que falta mesmo é uma comunicação genuína, uma conversa aberta e sincera, um compartilhar de coração para coração. Há assuntos que não são tratados abertamente pelas partes envolvidas. Motivos, tais como a vergonha, o medo e a insegurança podem prejudicar bastante essa experiência. O que é lamentável, pois inúmeras bênçãos podem ser desperdiçadas.

Em suma, em todas as dimensões das relações humanas, levando em conta cada realidade com os seus próprios desafios e necessidades, a comunicação genuína é fundamental. Tudo precisa ficar claro. Se falo de jiló, que ninguém confunda com o quiabo. Se falo de maçã, não entenda pêra. Se falo de tomate, por que você me pede abacate? 😉 

Adriano Xavier Machado