NO SECRETO

"Não dá para demonstrar amor público para quem a gente fala mal no secreto", disse Deive Leonardo em uma de suas mensagens. A vida no secreto é o que determina o que será no público. Uma mente positiva, logo, uma atitude positiva. Uma mente negativa, então, um posicionamento negativo.

Martinho Lutero já dizia: "Não podemos impedir que os pássaros voem sobre nossas cabeças, mas podemos impedir que façam ninhos sobre elas ". Esse é o verdadeiro desafio em se tratando de relacionamentos: muitas vezes permitimos que o diabo construa ninhos em nossa mente, ou seja, ninhos de mentira. Ninhos deturpados e embaçados a respeito do nosso próximo.

O diabo vem senão a matar, roubar e destruir. Ele quer matar toda imagem positiva do nosso irmão. Ele quer roubar todo sentimento de amor que cultivamos no coração. Ele quer destruir toda comunhão cristã e fraternal. O diabo é contra tudo aquilo que representa a graça e a bondade de Deus.

Assim, o inimigo de nossas almas fica semeando contendas. Ele sabe que "um reino dividido não subsiste". Uma casa em constante conflito não permanece. "Porventura andarão dois juntos se não estiverem de acordo?". Em vez de divisão é preciso comunhão!

O diabo é sujo e sutil. Ele procura trabalhar na mente das pessoas para jogar umas contra as outras. Por isso,  a Bíblia nos ensina de que a nossa luta não é contra carne ou o sangue. Sendo, assim, devemos cuidar de nossa mente, não aceitando a semeadura de acusações a respeito do cônjuge, dos filhos, dos pais, dos irmãos, do pastor, da igreja etc.

Mas, "tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há, e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento" em se tratando, também, de relacionamentos. No secreto pensando o melhor e não o pior.

Adriano Xavier Machado

FLORESÇA

Floresça onde Deus te plantou! É em um jardim? Floresça! É no deserto? Floresça! Em um vale? Floresça! Numa montanha? Floresça! Não importa o lugar. Floresça onde Deus te colocou.

Em geral o ser humano encontra-se descontente. Então, acredita que é mudando de lugar que é possível encontrar o sentido da vida. Ledo engano. Deus nunca erra.  Creia e floresça!

No tempo certo tudo fará sentido. O que não é evidente hoje, amanhã tudo se esclarecerá. Mas é preciso paciência. Não adianta se apressar. Floresça e glorifique o nome do Senhor!

Adriano Xavier Machado

É PRECISO FALAR

Se há sabedoria no silêncio, então, entenda, não é diferente no falar. Falar é vida. Falar é terapêutico. Falar é cura.

Há muitas pessoas doentes, porquanto, não falam, não desabafam, não abrem o coração. Há certos silêncios que matam.

Por que existe o psicólogo? Pessoas precisam ser ouvidas. Pessoas precisam ser compreendidas. Pessoas precisam se sentir aceitas.

A própria Bíblia orienta: "Confessai as vossas culpas uns aos outros ". Em razão dessa orientação bíblica está sendo desprezada nos dias de hoje, há muitas almas adoecidas.

Quando Deus criou os céus e a terra, Deus falou. Para criarmos certas realidades, precisamos falar. Portanto, fale. Fale coisas boas. Fale para criar coisas novas.

Fale coisas que edificam. Fale coisas que encorajam. Fale coisas que ajudam. Fale coisas que abençoam. Fale coisas que possam trazer luz e vida.

O silêncio é necessário. O falar também. Valorize o silêncio. Valorize igualmente o falar. Se há tempo para o silêncio, há da mesma forma tempo para falar. Fale!

Não tenha medo de falar. Fale o que você está sentindo. Fale o que você pensa. Fale no que você acredita. Fale com moderação,  sabedoria e paciência, mas fale!

Fale: "Eu te amo!... Eu te perdoo!... Eu te entendo!... Conte comigo!... Tudo dará certo!... Preciso de você!... Agradeço!... Você é importante para mim!... Deus te abençoe" Fale! Fale! Fale!

Adriano Xavier Machado

RECONCILIAÇÃO

"Não tenho que pedir perdão!" Então, quem tem que fazer isso? A  Bíblia ensina: "Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro RECONCILIAR-TE com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta" (Mateus 5.23,24).

Nos dias de hoje há muitas indicações do que uma pessoa precisa fazer diante de uma quebra de relacionamento, mas geralmente nada que se aproxime do que Jesus orientou em Mateus 5.23, 24. E por que não?

Porque o que Jesus propõe é algo muito difícil para o ego suportar, isto é, a reconciliação. Difícil de suportar? Sim, pois é preciso quebrar o orgulho, é preciso quebrar os sofismas e é preciso quebrar conceitos tradicionais herdados ao longo de nossa existência.

Assim sendo, é mais fácil deixar o relacionamento quebrado do que quebrar as coisas que carregamos dentro de nós. Mas, aí é que está a beleza do evangelho, com o Seu poder transformando o nosso coração e sarando todas as feridas da alma.

De modo prático, o evangelho crucifica o nosso ego, crucifica a nossa inteligência e crucifica tudo o que é meramente carnal. E crucificado em Cristo, damos espaço para que Cristo viva em nós, quer amando, quer perdoando, quer reconciliando.

A Bíblia nos ensina claramente de que recebemos "o ministério da reconciliação"  (2 Coríntios 5.18). Sim, o nosso ministério não é de partidarismo, de confusão ou de divisão, mas de RECONCILIAÇÃO.

Estamos prontos para isso? O que nos dificulta caminharmos nessa direção? O nosso orgulho? Ou o nosso medo? Sejamos cheios da presença do Espírito Santo e de modo ousado tenhamos coragem e perseverança para vivenciarmos o ministério da reconciliação.

Adriano Xavier Machado

ORGULHO E HUMILDADE

"O orgulho separa as pessoas mais do que a distância" afirmou Clarice Lispector . Estudiosos do comportamento já chegaram a conclusão de que o maior obstáculo do relacionamento é o orgulho. Quando o orgulho fala mais alto é impossível ouvir o que o outro diz. Quando o orgulho ocupa todo espaço é impossível ver o que o outro faz de bom. O orgulho ensurdece. O orgulho cega. 

Sendo, assim, o orgulho impõe distância, separação. O orgulho constrói muros. O orgulho finge que tudo está bem, quando, na verdade, nada se encontra bem. O orgulho mente, não necessariamente para os outros, mas para o próprio coração, para a própria alma. O orgulho enterra a flor que acabou de brotar.

O orgulho acaba com os casamentos. O orgulho sufoca o perdão. O orgulho não aceita a correção. O orgulho despreza a instrução. O orgulho não aceita ajuda. O orgulho acredita que não precisa aprender mais nada. O orgulho empina o nariz. O orgulho pensa que pode caminhar sozinho.

Já a humildade até pode parecer fraqueza, porém, é o que nos faz viver a felicidade. É a humildade que nos faz retornar a casa de onde jamais deveríamos sair. É a humildade que nos capacita a confessar os nossos erros e pecados. É a humildade que nos faz abrir os braços para acolher em festa o arrependido. A parábola do filho pródigo nos ensina tudo isso e muito mais.

Orgulho e preconceito. Ops, não estamos com Jane Austen. Estamos com a Bíblia: Orgulho e humildade. O orgulho busca os melhores assentos. A humildade lava os pés de outros. O orgulho condena um gesto de amor dizendo que é desperdício. A humildade não nos deixa fazer comparação e não nos deixa olhar para o céu com ar de auto-suficiência. 

"Bem-aventurados os humildes", disse o Senhor Jesus. Humildade para com o céu e humildade para com a terra. Humildade para com Deus e humildade para com os homens. Como disse Agostinho de Hipona: "Foi o orgulho que transformou anjos em demônios, mas é a humildade que faz dos homens anjos".

Adriano Xavier Machado

GUARDANDO O CORAÇÃO

Rubem Alves constatou que "só vêem as belezas do mundo, aqueles que têm belezas dentro de si". Então, basicamente cada um vê no outro o que carrega dentro de si. Por isso a importância de um coração puro, sem mágoas, sem frustrações, sem feridas. 

Augusto Cury entende que por "detrás de uma pessoa que fere há sempre uma pessoa ferida. Ninguém agride os outros sem primeiro se autoagredir. Ninguém faz os outros infelizes, se primeiro não for infeliz". Para alguém ser bênção no lar ou na vida de alguém, primeiramente precisa ser abençoado, tratado, curado no coração.

Conforme a Bíblia, o crente é consolado para consolar,  abençoado para abençoar e salvo para ser um instrumento da graça para a salvação de outros. Aí justifica a ideia de que uma pessoa só pode oferecer aquilo que tem. Sendo assim, "sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração..." (Provérbios 4.23).

Se você deseja construir relacionamentos saudáveis e duradouros deve aprender guardar o coração de pensamentos que não edificam, que não ajudam, que não colaboram em nada. 

Infelizmente há relacionamentos que prevalecem pensamentos de desconfiança, de incertezas, de insegurança ou de críticas. Contudo, o amor lança fora todo o medo, isto é, pensamentos ou sentimentos que não são construtivos.

É como aquela antiga ilustração em que um copo de café vai recebendo água de uma jarra até permanecer somente a água. O café é expelido pela água. O amor faz exatamente assim: expele do interior do coração tudo de ruim, eliminando tudo o que não seja para a edificação, expurgando todo pensamento arrogante e perverso.

Tendo em vista que  a luta do crente não é contra carne ou sangue, ou seja, não é contra pessoas, então, o coração deve ser protegido de pensamentos que se voltam negativamente contra o  próximo. Se algo não estiver correto, ore.  Se alguma coisa está faltando, ore. Se o relacionamento no lar ou na igreja precisa melhorar, ore.

O coração é a fonte de vida, também, para todo relacionamento saudável e duradouro. Guarde o seu coração ❤️ 

Adriano Xavier Machado

AMAR, CUIDAR E VALORIZAR

Em um marca páginas que tenho usado, percebi uma propaganda de um livro intitulado: "Cuidar até o fim". E logo me lembrei do que está escrito em João 13.1: "...amou-os até ao fim". Por quê? Qual é a relação? Amar é cuidar. O amor não é só de palavras, mas se manifesta expressando cuidado. Um cuidado que não deve ser interrompido, detido ou ainda anulado.

No mesmo dia em que estive diante da propaganda citada, ouvi pela internet parte de uma mensagem do Tiago Brunet: "O que Deus te entregou, o que Deus confiou na tua mão, não é para você menosprezar nem desprezar. É para você começar a valorizar". O que isso tem a ver? Cuidar é amar, e amar é valorizar.

"Quem ama, cuida". É o que temos escutado. Mas, será que de fato é o que temos praticado? Tudo indica que é mais fácil despejar lixo do que cuidar, do que amar, do que valorizar. Em razão da exemplar educação dos cariocas, para não dizer o contrário, é muito comum encontrarmos placas com a seguinte recomendação: "Não jogue lixo aqui". É uma pena que não temos como carregar uma placa assim para que ninguém jogue lixo no terreno do nosso coração.

Sim, há pessoas que despejam os lixos das emoções em terceiros, em vez de compartilhar com alegria e entusiasmo a vida de Deus com toda a Sua beleza e graciosidade. Por isso, devemos carregar dentro de nós, não o que se encontra apodrecido ou quebrado, mas, sim, as promessas, os princípios gloriosos do evangelho e o refrigério da presença de Deus. Se queremos fazer a diferença para a glória de Deus, precisamos ser plenos da graça e do amor de Jesus.

Por conseguinte, na graça e no amor de Jesus, devemos cuidar daqueles que Deus tem nos confiado. Devemos valorizar aqueles que merecem o nosso respeito e consideração. Devemos aprender a amar no mesmo amor de Cristo Jesus. Como disse ainda Tiago Brunet: "você só faz crescer aquilo que você valoriza. Tudo o que você despreza, perde. Mas, o que você valoriza, expande". Aleluia, que o Senhor nos ajude a viver no patamar de Sua verdade e vontade: amar, cuidar e valorizar!

Adriano Xavier Machado

COMUNICAÇÃO GENUÍNA

Um dos meus leitores comentou algo sobre comunicação genuína. Achei interessante o assunto e resolvi escrever a respeito. Penso que todos concordarão que comunicação é o ato de compartilhar uma ideia, um pensamento, um conceito ou até mesmo um sentimento. Contudo, o que é comunicado precisa ser devidamente reconhecido, decodificado e absorvido.

Em outros termos, todo aquele que recebe a mensagem compartilhada precisa compreendê-la. De outro modo, nada de fato será comunicado. Por exemplo, se um programa de rádio em território chinês tiver a sua transmissão em mandarim, particularmente não terei qualquer entendimento. Mas, se um programa de rádio, ainda que em território chinês, for transmitido em português, não terei qualquer dificuldade.

Comunicação é se fazer compreendido. Essa é a genuína, ou seja, a verdadeira comunicação. Tendo isso em mente, faço uma pergunta: você consegue mesmo transmitir o que você pensa ou sente? Há muitas mulheres que reclamam que não são compreendidas por seus maridos. Há muitos homens que reclamam que não são compreendidos por suas esposas. Há pais que reclamam dos filhos, e vice-versa, por não serem compreendidos.E aí, qual é o verdadeiro problema? Falta de comunicação genuína.

Se é verdade que muitas coisas não precisam ser ditas, em razão da obviedade, por outro lado,  muitas outras coisas precisam ser ditas, pois não são tão óbvias assim. Lembro-me do meu tempo de universidade, estudando Serviço Social _ desde já peço licença e conto com a sua simpatia pelo que vou expôr _ quando tomava conhecimento de que muitas mulheres com vinte, trinta ou quarenta anos de casamento não sabiam o que era orgasmo. E estou falando no sentido da experiência. E não falavam com os seus respectivos maridos sobre isso por mera vergonha.

Desse fato fica claro que muitas vezes o que falta mesmo é uma comunicação genuína, uma conversa aberta e sincera, um compartilhar de coração para coração. Há assuntos que não são tratados abertamente pelas partes envolvidas. Motivos, tais como a vergonha, o medo e a insegurança podem prejudicar bastante essa experiência. O que é lamentável, pois inúmeras bênçãos podem ser desperdiçadas.

Em suma, em todas as dimensões das relações humanas, levando em conta cada realidade com os seus próprios desafios e necessidades, a comunicação genuína é fundamental. Tudo precisa ficar claro. Se falo de jiló, que ninguém confunda com o quiabo. Se falo de maçã, não entenda pêra. Se falo de tomate, por que você me pede abacate? 😉 

Adriano Xavier Machado

Você Fica Ofendido Facilmente?

Viviane Martinello do ministério Abba Pai Church de Criciúma, SC, em uma de suas ministrações disse que "uma das características da passoa imatura... é que ela se ofende facilmente. Você não pode fazer nada pra ela, você não pode esquecer nada a respeito dela porque se ofende muito fácil". 

É claro que, faz parte da nossa humanidade pecaminosa ficar triste, aborrecido ou decepcionado com as falas e atitudes de certas pessoas. O problema é quando essa característica é desproporcional aos fatos. Vejamos que Viviane Martinello destaca o ato de se ofender facilmente.

Para ilustrar essa característica da pessoa imatura, Viviane Martinello complementou: "A criança se ofende muito fácil. O maduro não; ele consegue bater no peito, passar por cima de algumas coisas". Estejamos atentos, não é aceitar tudo, não é concordar com tudo, porém, conseguir "passar por cima de algumas coisas" , digamos, coisas pequenas demais, irrelevantes demais, em comparação a algo maior.

O que é esse algo maior? O amor que deve prevalecer entre nós que confessamos o nome do Senhor Jesus. Porquanto, "se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 Joao 1.7).

Se essa é a obra do Evangelho,  por que, então, permitimos ressentimentos em nosso coração? Por que ficamos magoados e ofendidos facilmente? A resposta nua e crua: porque não temos andado na luz do Senhor, antes, nas trevas dos nossos próprios sentimentos pervertidos e corroídos pelo orgulho, pelo ciúme, pelo medo, pela insegurança e incredulidade.

O segredo de termos relacionamentos saudáveis e construtivos é o andar na luz de Jesus. Nas trevas dos nossos próprios sentimentos decaídos, certamente, fracassaremos. Mas, na luz de Jesus alcançaremos visão espiritual para a solução de conflitos, visão espiritual para reconhecer a origem dos problemas (a nossa luta não é contra carne ou sangue) e visão espiritual para dar a resposta certa na crise, tudo de acordo com a mente de Cristo.

O imaturo facilmente fica ofendido. Mas, a maturidade espiritual nos capacita a uma prática de fé que, não se limita ou se reduz aos que estamos sentindo ou deixando de sentir. E essa maturidade só é possível na luz de Cristo Jesus. A luz que em tudo deve nos direcionar. Andemos, então, na luz e teremos comunhão. Andemos na luz e praticaremos o amor cristão.

Adriano Xavier Machado

RELACIONAMENTO

O que é relacionamento? Você tem uma opinião formada sobre? Particularmente entendo que relacionamento é aprendizado. Jesus, por exemplo, assim disse: "Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração" (Mateus 11.29). Logo, o nosso relacionamento com Ele envolve o ato de aprender. Isso, em razão, de não existir relacionamento pronto, relacionamento já formado. Relacionamento autêntico é forjado, é lapidado, é aprendido.

É claro que existe o relacionamento superficial que, vive de etiquetas e aparências, o relacionamento de tapinhas nas costas e sorrisos de vitrine. Mas quanto a um relacionamento profundo e maduro exige tempo, dedicação, empenho e disposição de aprender. Aprender a conectar-se com alguém. Aprender para melhorar a comunicação. Aprender para aperfeiçoar a interação. Aprender para amadurecer os sentimentos e ações.

Quando lemos algumas cartas do apóstolo Paulo, percebemos que ele tinha uma percepção profunda de relacionamento como irmãos na fé e, sem dúvida, algo que se aplica, também, no contexto do lar. Em Efésios 4.2, 3 Paulo destaca "a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando guardar a unidade da paz".

Tendo por base esse texto bíblico, relacionamento é aprender a desenvolver humildade e mansidão nas interações, a ponto de sermos capazes de suportar as arestas e os espinhos uns dos outros em amor. E a prova de que estaremos vivenciando isso é o desfrutar da unidade do Espírito pelo vínculo da paz. No entanto, há "relacionamentos" que parecem um campo de guerra.

Percebemos, portanto, que relacionamento não é apenas uma disposição intelectual ou psicológica, mas principalmente uma sujeição espiritual. Um caminho que não percorremos naturalmente, mas que é aprendido, desenvolvido , trabalhado e aperfeiçoado na dependência e orientação do Espírito Santo. É assim que o relacionamento é transformado em um jardim florido e perfumado para a glória do Senhor.

Relacionamento, como muitas vezes procuro enfatizar, é algo que dá trabalho. É como um artista que se dedica em uma escultura de grande valor, isto é, exige tempo e comprometimento. Porém, o resultado é encantador, surpreendente, glorioso: "... para que o mundo creia que tu me enviaste"(João 17.21).

Relacionamento profundo e maduro não se faz de um dia para o outro. Estejamos, portanto, dispostos a aprender. Primeiramente na nossa relação com o Senhor. Em consequência disso, na nossa relação com o próximo. Se devemos amar a Deus com todo o nosso coração, não  nos esqueçamos de que devemos amar ao nosso próximo como Jesus nos amou. Com efeito, vivamos o milagre do relacionamento no amor de Jesus 🙏 🙏 🙏 

Adriano Xavier Machado

A Escolha é Nossa

Stephen R. Covey, autor do livro "Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes", ensina que, o que nos fere não é tanto o que as pessoas fazem conosco, mas sim o modo como reagimos ao que as pessoas fazem conosco. Quando conferimos o exemplo do Senhor Jesus é exatamente o que constatamos.

Na Cruz Jesus sofreu as dores dos espinhos, as dores das feridas, as dores do desprezo, as dores do abandono, as dores da zombaria, as dores dos cravos, enfim, as dores da humilhação. Mas, na Cruz Jesus não demonstra mágoa, ressentimento, raiva ou o sentimento de vingança. Assim, Ele fez uma oração simples e poderosa: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem".

Na Cruz Jesus foi o "homem de dores", mas a Sua resposta aos pecadores não foi de dor, mas de amor e graça. O que confirma: não é tanto os que as pessoas fazem conosco o que nos afeta ou o que  nos machuca, mas, sim, o modo como reagimos ao que as pessoas fazem conosco.

Um discípulo de Jesus aprendeu a mesma lição. Estevão esteve cercado de pessoas que "enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele". Contudo, nada disso o afetava, antes, "estando cheio do Espírito, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus; e Jesus , que estava à direita de Deus". Estevão não permitiu que o ódio e a amargura das pessoas ao seu redor influenciassem o seu estado de espírito.

Verdadeiramente não é o que as pessoas fazem conosco o que nos fere, mas o modo como reagimos às ofensas, às calúnias, às mentiras e às injustiças. Vejamos que quando Estevão estava sendo apedrejado, orou: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor não lhes imputes este pecado".

Ah, se em cada lar e em cada igreja esse fosse o entendimento espiritual! Haveria menos decepções, menos brigas, menos desentendimentos, menos acusações, menos julgamentos, menos ofensas, menos abandonos, menos intrigas e consequentemente menos divisões, partidarismo ou agressões. Com o nosso olhar para Jesus, autor e consumador da fé, transbordamos do fruto do Espírito Santo (Gálatas 5.22).

Não é tanto o que as pessoas fazem conosco. É o modo como reagimos ao que as pessoas fazem. Portanto, se estamos agindo como vítimas, estamos agindo como vítimas de nós mesmos, isto é, da nossa carne, das nossas paixões. O que não é bênção, não é libertador nem mesmo um procedimento de fé. Na Cruz Jesus amou e perdoou. No martírio por apedrejamento Estevão amou e perdoou. E quanto a mim e a você? Como estamos reagindo?

Não somos responsáveis pelas atitudes infelizes e equivocadas dos outros, porém, somos responsáveis por nossas respostas, somos responsáveis por nossas atitudes, somos responsáveis pelas nossas escolhas, somos responsáveis por nossas conclusões, somos responsáveis pelo que estamos sentindo. Portanto, que a nossa escolha seja sempre a de amar e perdoar. Que a nossa escolha seja sempre para a glória do Senhor Jesus. Amém.

Adriano Xavier Machado

APRENDENDO A OUVIR

Com o retorno que estou tendo dos meus textos, um querido irmão na fé me confessou: "Gosto muito de falar, mas não treinei o ouvido para ouvir. Se eu não ouço, não compreendo e se eu não compreendo não sigo o comando correto".

Essa consideração se aplica tanto na nossa relação com Deus quanto na nossa relação com o próximo. Por conseguinte, em Tiago 1.19 assim diz: "Sabeis isto, meus amados irmãos, mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar".

Assim, como quem para de ler acaba parando de ensinar, quem para de ouvir acaba parando de falar com sabedoria e graça. Saber falar  é uma capacidade de saber ouvir. Não é apenas ouvir, mas, sim, saber ouvir. Uma tarefa que exige empatia e um coração verdadeiramente aberto. Com efeito, quem tem ouvidos saiba ouvir não apenas com os ouvidos, mas também com a alma e o coração. 

O texto bíblico enfatiza primeiro para que "todo o homem seja pronto para ouvir", isto é, ouvir com carinho, ouvir com atenção, ouvir para entender, ouvir para devidamente receber a mensagem compartilhada.  Não é ouvir para julgar, condenar ou criticar, e, sim, ouvir para amar.

Quando Jesus foi informado a respeito de uma mulher que havia adulterado, Ele não a apedrejou, mas a recebeu com bondade e misericórdia, protegendo-a dos seus algozes moralistas: "Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais".

Segundo, o texto bíblico  desafia para que "todo o homem seja... tardio para falar", ou seja, falar sem precipitação, falar sem atropelar a verdade, falar com consciência e entendimento, e, não, pelo impulso da emoção ou do momento. "A boca do justo é manancial de vida, mas a violência cobre a boca dos ímpios" (Provérbios 10.11).

Terceiro, o texto bíblico recomenda para que "todo o homem seja... tardio para se irar". Em outros termos, ninguém tem o direito de ficar com raiva apressadamente. Quem se permite a isso, facilmente se demonstra intempestivo por pouca coisa e por qualquer coisa. É o tipo de pessoa que faz tempestade em um copo d'água. Logo, o "que sabe guardar a sua boca e a sua língua, guarda das angústias a sua alma" (Provérbios 21.23).

Em suma, o texto de Tiago 1.19 é um alerta para não sermos apressados em nossos julgamentos e opiniões. Precisamos ter cuidado com o que falamos, pensamos e avaliamos. E a base do que falamos, pensamos  ou avaliamos não pode ser os impulsos de nossas emoções ou das circunstâncias do momento, mas sim com a nossa capacidade de ouvir, a nossa capacidade de entender, a nossa capacidade de compreender. Não obstante, quem tem ouvidos saiba ouvir com os ouvidos, todavia, principalmente com a alma e com o coração. Precisamos treinar os nossos ouvidos para ouvir. 

Em Cristo Jesus 

Adriano Xavier Machado

TEMPO de SILENCIAR, TEMPO de FALAR

Em se tratando de relacionamento interpessoal, certamente, o silêncio pode ser muito útil e sábio. Para evitar uma briga, por exemplo, o silêncio pode ser a melhor opção.

Contudo, há certo tipo de silêncio que é verdadeiramente inoportuno, inadequado . Consideremos o silêncio de Adão por ocasião em que sua mulher lhe apresentou o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Adão não falou nada. Adão não se manifestou. Adão não se posicionou.

Sim, há silêncio que é bênção, mas há silêncio que é maldição. Há silêncio que é uma demonstração de força e resiliência, mas há silêncio que é apenas resultado do medo e da insegurança. Há silêncio que é uma representação de sabedoria, mas há silêncio que é fuga e omissão.

Em 1 Reis 1.6 nos mostra o silêncio de Davi na educação de Adonias: "E nunca o seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim?". O silêncio de Davi nesse contexto não pode ser reconhecido como uma virtude, mas, sim, como uma falha na sua liderança como pai.

De acordo com Eclesiastes 3.7  há "tempo de estar calado, e tempo de falar". Mas, discernir o tempo de cada momento é o que não pode faltar. Pois é possível alguém se calar,  quando o tempo é para falar. É possível estar em silêncio,  quando o tempo exige algum pronunciamento. Então, discernir o tempo para cada posicionamento é preciso.

Martin Luther King dizia: "O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons". Ele dizia assim, porquanto, o tempo exigia naquele momento atitude e algum posicionamento em favor dos direitos civis dos negros dos EUA.

Ah, meus queridos, quantas vezes falamos quando deveríamos ficar em silêncio! E quantas vezes ficamos em silêncio quando deveríamos erguer a nossa voz! Precisamos saber discernir. Precisamos saber o tempo de ficar em silêncio e o tempo de falar.

Se é para ofender, silêncio. Se é para curar, falemos com amor. Se é para ferir, silêncio. Se é para sarar, falemos com bondade e graça. Se é para despejar raiva e ódio, silêncio. Se é para derramar luz e compreensão, falemos. Se é para destruir, silêncio. Se é para edificar, falemos com paciência, sabedoria e verdade.

Para concluirmos: "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover edificação, para que dê graça aos que a ouvem" (Efésios 4.29). Sim, tempo para ficar em silêncio e tempo para falar, perdoar, abraçar, acariciar, apoiar, incentivar e amar.

Adriano Xavier Machado

SINTONIA e FREQUÊNCIA

Sobre o primeiro texto que escrevi (DIÁLOGO), mais um amigo me retornou dizendo: "Texto muito coerente e esclarecedor! Porém, tem uma coisa que observei ao longo da vida... para isso ocorrer também é necessário uma mesma sintonia ou frequência. Pois se assim não for, provavelmente nem um nem o outro irá entender e decodificar as mensagens ouvidas e recebidas".

Hum, excelente observação. A propósito, tem muito a ver com o segundo texto (E QUANDO UM NÃO QUER?). Então, levemos em conta a mesma sintonia ou frequência que é necessária em uma relação, quer no lar, na família ou na igreja. O que isso significa? Ouso explicar: um mesmo espírito, uma mesma disposição, uma mesma voluntariedade, um mesmo coração.

Em outros termos, não há diálogo quando o espírito é de competição, quando um deseja ter mais razão do que o outro, quando não existe uma disposição serena e humilde. De outro modo, só haverá ofensas, acusações e julgamentos.

Vejamos, por exemplo, o que está escrito em Efésios 4.31, 32: "Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou".

À luz do texto bíblico, a mesma frequência ou harmonia deve ser de benignidade, compaixão e misericórdia. Assim é que o diálogo precisa ser desenvolvido e estabelecido, de outro modo haverá amargura, cólera, ira, gritaria, mentira e malícia.

Creio piamente na graça e no poder do diálogo. Mas, é preciso ter um coração voluntário, disposto, aberto, sereno e cheio da graça divina. Sem a mesma "sintonia ou frequência" da alma e do coração jamais o diálogo ocorrerá.

Portanto, se dejesamos melhorar na arte de dialogar, precisamos melhorar em nossa alma e coração, eliminando as inseguranças, o medo, a incredulidade, a desconfiança gratuita, enfim, coisas que não ajudam na construção de pontes.

Na paz e no amor de Jesus 

Adriano Xavier Machado

E QUANDO UM NÃO QUER?

 

Em razão do texto anterior sobre o diálogo, uma amiga me perguntou: e "quando as pessoas não querem ouvir", quando "já estão cobertas de razão, pessoas fechadas?"

Então , fiquei me questionando: há como desenvolver um diálogo quando alguém se fecha, quando alguém se isola e não se demonstra com a disposição para qualquer conversa?

Em retorno do mesmo texto anterior sobre o diálogo, um amigo me compartilhou algo que em parte responde a nossa pergunta:

"Adriano, por falta de diálogo com uma pessoa que eu conheço a cerca  de seis anos acabamos construindo um muro".

Como isso é triste. Por falta de uma boa e saudável conversa, um muro foi erguido, um muro separou dois amigos, um muro destruiu tudo o que havia sido construído ao longo de seis anos. A conclusão que chegamos?

Não, não há mesmo como desenvolver um diálogo quando uma das partes não quer. O diálogo é como uma partida de tênis, ou seja, só acontece quando há jogadores de ambos os lados da quadra.

Sendo assim, para o diálogo acontecer é preciso se encontrar presente na vida do outro, é preciso se encontrar disposto e disponível, é preciso saber falar e é preciso saber ouvir, é preciso ter o desejo de continuar construindo pontes.

Aí está o segredo do verdadeiro diálogo: no íntimo das partes é preciso querer ser entendido, mas também é preciso querer entender o outro. Falas não compreendidas, falas não detectadas, falas não reconhecidas não efetivam o diálogo.

Ao que parece, em geral, as pessoas se encontram viciadas com o monólogo, isto é, falam sozinhas, conversam consigo mesmas, mas encontram dificuldades em dialogar.

Como foi dito no texto anterior sobre o diálogo, essa é uma virtude divina que dá trabalho, pois, exige paciência, serenidade, empatia, sabedoria, graça e misericórdia. Mas vale a pena! Por quê?

Vale a pena, porquanto, problemas são tratados e resolvidos, feridas e mágoas são saradas, nada fica pendente, nada é deixado para trás, tudo é confrontado com coragem, assim, um leque de possibilidades se apresenta, despertando alegria, cumplicidade, esperança e fé.

Que o Senhor, portanto, continue nos ajudando a dialogar. Ah, quando um não quer, o diálogo não é possível. Mas, quando ao menos dois querem, tudo é possível.

Na graça e no amor de Jesus,

Adriano Xavier Machado

DIÁLOGO

O diálogo é um virtude divina. Tendo em vista que Deus é Deus que fala e que nos ouve, precisamos em Sua dependência saber falar e saber ouvir, quer na nossa relação com Deus, quer na nossa relação com o próximo. 

No entanto, diálogo não é apenas expor palavras ou ainda ouvir palavras. Diálogo é a busca de compreensão, entendimento, clareza e a uma conclusão eficaz. De outro modo, será apenas um jogo infeliz de acusações e falta de empatia que, não nos faz chegar a lugar algum.

De uma forma clássica, podemos dizer que o diálogo constrói pontes, já a sua ausência, levanta cercas. E quantas vezes é exatamente isso o que ocorre na relação conjugal, familiar, comunitária e ainda social.

Sem o devido diálogo, o que impera é o próprio "eu" com as suas razões, os seus motivos e os seus sentimentos. Quanto ao outro, isto é, o "ele", nada. É como diz o ditado: "Venha a nós o vosso reino, nada". 

Em outros termos, o diálogo não põe o "eu" no centro, mas, sim, o "nós". O que, de fato, exige paciência, um coração aberto e muita perseverança. Perseverança? Sim, o verdadeiro diálogo é perseverante para resolver os conflitos. 

É muito comum em uma relação conflituosa,  as pessoas fazerem uso do seguinte argumento: "Não dá mais, já conversamos o suficiente". Mas será que conversaram mesmo? Será que foi mesmo suficiente? Ou será que tudo não passa de uma desculpa para chutar o balde ou ainda jogar a toalha?

Tendo em vista que este texto é apenas uma reflexão, e, não, um artigo, façamos os seguintes questionamentos: Estamos cientes da importância do diálogo? Sabemos dialogar? Precisamos melhorar em algum aspecto do diálogo? Se dá trabalho? E como dá!  Contudo, vale apena, pois se trata de uma virtude divina.

Então, de modo prático, por que as pessoas deixam de se falar? Dar um tempo para "esfriar a cabeça" é uma coisa, mas, por que construir muros? Por que levantar cercas? Na graça, no amor e na sabedoria de Jesus possamos ser construtores de pontes.

Na graça e no amor de Jesus,

Adriano Xavier Machado