O Evangelho e a Ação Social

Certa vez, quando acontecia "uma festa dos judeus", o Mestre "subiu para Jerusalém". Quando, então, teve a oportunidade de ver "um homem enfermo" que já tinha "trinta e oito anos" naquela situação. Por ter se sensibilizado com o homem, o Senhor perguntou-lhe: "Queres ser curado?". Jesus poderia ter seguido o seu caminho, mas Ele teve compaixão, parou por um instante e deu início a uma breve conversação. Jesus doou um pouco do Seu tempo, da Sua atenção e do Seu amor para com aquele homem que necessitava tanto de cura física quanto da cura espiritual. Foi nesse contexto que Jesus disse: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também".  Assim, Ele fez, porquanto estava sendo questionado pelo fato de ter curado uma pessoa no dia de sábado. Para alguns judeus religiosos a guarda do sétimo dia era mais importante do que o bem de uma pessoa. E o que temos a aprender com essa história?

Primeiro, Jesus nos ensina de modo prático que apesar de Seu enfoque maior ser a salvação de almas, Ele não negligenciava as necessidades físicas das pessoas. Veja que Jesus só entrou em assuntos espirituais com aquele homem mais "tarde" quando "o encontrou no templo e lhe disse: Olha que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior". Em um mundo tão cheio de pessoas necessitadas, penso que deveríamos estar mais atentos a esse procedimento de Jesus. Algumas vezes devemos ser diretos na evangelização, mas, em outros momentos devemos procurar atender de imediato as necessidades físicas das pessoas. Não estaremos sendo contraditórios em nossa missão se pararmos por um pouco e dermos atenção a quem está carente em termos materiais ou físicos.

Segundo, Jesus não foi agressivo no Seu atendimento. Ele perguntou ao homem se desejava ser curado. É verdade que quando Ele entrou no templo e ali encontrou vendedores e, não, adoradores, Ele se posicionou de modo enérgico. Mas para com quem estava debilitado, para com quem necessitava de cuidados e atenção, Jesus demonstrou apenas compaixão. Lamentavelmente, em muitos momentos tem faltado esse discernimento nos obreiros, pregadores e na Igreja do Senhor de um modo geral. E assim temos visto cristãos esmagando a "cana quebrada", acabando de massacrar quem já estava doente, frágil e necessitado. Há tempo de repreender, mas há tempo de meramente atender. Há tempo de ser profeta, mas há tempo de ser apenas sacerdote. Há "tempo de rasgar e tempo de coser". A sabedoria está em conseguir perceber qual é o tempo de agir e falar segundo a exigência do momento.

Terceiro, Jesus sabia perfeitamente separar o que era primordial do que era secundário. Lógico que para Jesus vivendo em uma cultura judaica o sábado era importante, mas não tão importante quanto fazer o bem para uma pessoa. Ele mesmo disse: "O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado". Desse modo Jesus não permitiu que o sábado fosse uma algema religiosa escravocrata. Mas, quantas vezes temos tido o discernimento para distinguir o que de fato é essencial e o que é secundário? Quantas vezes temos valorizado muito mais os dogmas do que as pessoas? Quantas vezes ficamos de tal modo presos com correntes religiosas que literalmente ignoramos, desprezamos e ficamos indiferentes para com as necessidades das pessoas? Quantas vezes estamos sendo semelhantes ao levita e ao sacerdote da parábola do bom samaritano que, passaram de "largo", não querendo se comprometer, não querendo se arriscar, não querendo ajudar?

Quarto, Jesus entendeu que o que tinha feito com o homem enfermo era obra de Deus. Quando Ele disse: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também", estava dizendo que o que fazia estava em sintonia e harmonia com a obra de Deus. O Pai trabalhava e Ele trabalhava igualmente. Jesus confirma: "Em verdade, em verdade vos digo que o filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai;  porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz". E o que Jesus tinha feito? Até, então, curado o homem. Jesus, portanto, estava dizendo em outras palavras que aquilo que Ele tinha feito na vida daquele homem, trazendo-lhe cura em um dia de sábado, era obra de Deus. Atender as necessidades físicas das pessoas é também obra de Deus. "Bem-aventurado o que acode ao necessitado".

Em quinto e último lugar, Jesus procurava fazer uma obra completa na vida das pessoas. Ele não só se limitou ao bem-estar físico do homem enfermo, trazendo-lhe cura. Aliás, a cura física serviu de preparação para a cura espiritual. Essa sim, é a cura eterna e que prepara as almas para o glorioso Dia da vinda do Senhor Jesus quando, então, Ele vai reinar para todo o sempre. Sendo seguidores de Cristo, sabemos que o evangelho tem o enfoque para a salvação de almas. Jesus mesmo disse que tinha vindo ao mundo para buscar e salvar o que se havia perdido. Ele disse também que o seu Reino não era desse mundo. Todo o Seu empenho, portanto, foi na direção da salvação de vidas, o que exigiu a Sua morte na Cruz. No entanto, fique claro, que Jesus nunca foi indiferente para com os oprimidos, para com os necessitados, pobres, enfermos ou injustiçados. O problema é como Igreja apenas nos limitarmos ao atendimento espiritual, fazendo de conta que não temos nada a ver com os problemas desse mundo. O que é um grande equívoco, pois Jesus nos ensina que quando damos de comer a quem tem fome, água para quem tem sede, hospedagem para quem está desabrigado, vestimenta para quem está nu e até mesmo quando damos um pouco do nosso tempo e atenção para quem está enfermo ou preso, estamos fazendo tudo isso para Ele mesmo. Por conseguinte, na fé em Cristo Jesus toda ação social da Igreja é na verdade ação cristã, a obra do evangelho encarnado, o evangelho vivo e transformador.

Pr. Adriano Xavier Machado

A Verdadeira História de Natal


Quando criança acreditava em Papai Noel. Colocava os meus sapatos embaixo da cama e quando acordava já ia direto pegar o meu presente. Uma noite na véspera de Natal perguntei aos meus pais como que aquele velhinho de roupas vermelhas conseguia entrar na nossa casa. Como não tínhamos se quer uma lareira ou chaminé eles diziam que era pelo buraco da fechadura da porta da sala, rsrsrs. Algumas vezes tentei ficar acordado para poder encontrá-lo. O tempo passou, cresci e descobri que o Natal não tinha nada a ver com o que eu tinha aprendido, mas com uma criança na manjedoura, uma criança de mãe virgem, uma criança que veio ao mundo para trazer esperança e paz aos homens. Devido a interesses comerciais e aos apegos fantasiosos da humanidade, o Natal tem sido divulgado como se fosse uma mera festividade cultural com pinheiros enfeitados, troca de presentes ou de uma mesa farta de guloseimas e bebidas. Por isso, acredito que nunca é demais lembrarmos da verdadeira história de Natal.

Em primeiro lugar a história de Natal é o amor de Deus revelado. "Porque Deus amou ao mundo". Isso significa que Ele ama a cada criatura humana. Ele ama a mim e a você. Mas perceba que muitos cristãos não se sentem amados. Talvez por terem sofrido injustiças, abandonos, abusos ou tantos outros padecimentos que vivem como se fossem eternos rejeitados. Sim, até podemos dizer que somos rejeitados no mundo, mas em Cristo somos aceitos no Céu. E quando somos aceitos no Céu, o Senhor tem um compromisso conosco.  Ele sara as nossas feridas. Ele limpa o nosso coração. Ele transforma as nossas vidas. Com tão grandioso amor, penso que não deveríamos viver com uma atitude ou sentimento de autocomiseração. Antes devemos nos alegrar e confiar em Seu grandioso e poderoso amor.

Segundo, a história de Natal é o Presente de Deus para a humanidade. Esse Presente é o Seu próprio Filho Jesus, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós. "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito". Deus presenteou a humanidade com o que o Céu tinha de melhor. Mas será que temos reconhecido isso? Será que temos de fato valorizado esse Presente? Lembro-me que quando criança o entusiasmo pelo presente recebido logo passava. Nos primeiros dias lá estava eu de um lado para outro brincando com o carrinho ou outro brinquedo qualquer. Depois de alguns dias perdia o encantamento pelo presente. Infelizmente, no terreno espiritual muitos já perderam o entusiasmo por Jesus. Muitos não o consideram mais como um Presente novo que traz renovo e sentido para as nossas vidas. É como se Ele fosse um presente velho, antiquado e sem graça. Mas apesar de ser antes de nós, apesar de sua eternidade, Ele nunca envelhece e nunca perde o brilho e a beleza de Sua glória. Ele continua sendo o melhor Presente que alguém possa receber e desfrutar.

Terceiro, a história de Natal trata de uma esperança. "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça". O Natal só passa a ter o verdadeiro sentido na nossa vida, quando o recebemos como Senhor e Salvador. Os pastores que estavam no campo e tiveram uma visão maravilhosa de anjos, foram informados: "é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor". Na manjedoura não se encontrava uma criança qualquer. Embora o seu "berço" e o seu "aposento" de nascimento tenham sido muito simples, ali estava o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. E porque Ele veio podemos ter esperança. "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome". O Natal trata de uma boa notícia para toda a humanidade: em Jesus há salvação. Em Jesus temos esperança.

E em quarto lugar, a história de Natal não tem fim. É uma história que foi escrita para a eternidade. "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". É verdade que um dia não iremos mais elaborar presépios, enfeitar árvores e o melhor, nunca mais a fantasia do Papai Noel tentará concorrer com a realidade de Jesus. Tudo será novo, "novo céu e nova terra". Mas, o resultado da vinda de Jesus ao mundo ainda continuará fazendo a diferença. Pessoas "de todas as nações, tribos, povos e línguas", estarão "diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas", engrandecendo e adorando ao Senhor: "Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação". Aleluia, o que Jesus fez por nós não tem fim. Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entrará em juízo, mas passou da morte para a vida".

Nesse Natal podemos visitar amigos e parentes, receber e dar presentes, preparar uma saborosa ceia e enfeitar a casa com arranjos apropriados da época, mas o verdadeiro sentido dessa celebração é o amor de Deus em nossas vidas, é Jesus Cristo no coração e não em uma manjedoura, é a esperança do evangelho renovando as nossas forças e a segurança da vida eterna com Deus. Vamos proclamar essa mensagem. Vamos dar testemunho do plano de Deus. Vamos celebrar o que temos conhecido em Jesus. Não precisamos depender do brilho das lâmpadas da cidade nem das cores das lojas enfeitadas. Não precisamos de fantasias nem de lendas que não nos ajudarão em nada. Pelo evangelho conhecemos a verdadeira história de Natal. Ela pode ser simples, mas é a única que é poderosa para trazer salvação a todos os homens.

Pr. Adriano Xavier Machado

Nas Alturas


Quando penso nos sonhos de Deus para mim,
desejo ter asas, desejo ser como os pássaros, desejo voar.
Mas percebo que nem sempre é assim que funciona.
Deus tem os Seus métodos, as Suas estratégias, os Seus planos.
É verdade que eu gostaria que fosse diferente.
Eu queria sempre atravessar as nuvens como os pássaros.
Como é linda a promessa das Escrituras Sagradas:
"os que esperam no Senhor subirão com asas como águias".
Deus promete as alturas para aqueles que n'Ele confiam.
Mas, tenho aprendido que nem sempre voando.
Nem sempre com asas. Nem sempre como as águias.
Por favor não me julgue mal. Não me interprete errado.
Acredito sinceramente nas promessas da Palavra de Deus.
Acredito que quando esperamos n'Ele,
de fato podemos ir mais longe, podemos ir mais além.
Mas nem sempre do mesmo modo.
Nem sempre da mesma maneira.
Nem sempre do mesmo jeito.
Há aqueles que esperam no Senhor e alcançam as Alturas,
não com asas, não voando ou sobrevoando,
mas apenas caminhando ou apenas correndo.
E caminhando não se fatigam.
E correndo não se cansam.
"correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão".
Quando observo a minha história de vida,
percebo que nem tudo foi fácil.
Muitas das minhas vitórias exigiram paciência,
determinação, coragem, esperança e confiança.
Muitas das minhas conquistas não foram com asas,
e, sim, com pernas e pés dispostos e ousados.
Caminhei por vales e montanhas.
Corri pelos campos e estradas da vida.
Tive o privilégio de sentir a terra, a grama e a neve.
Tive a experiência de caminhar por entre os espinhos.
Tive coragem de correr entre os pedregais.
E quando por algum motivo tropeçava, levantava-me de novo,
caminhando e cantando, correndo e louvando.
Atravessei pântanos, desertos e florestas.
E se por algum momento ficava confuso e perdido,
tinha o Espírito Santo para ser o meu guia.
Com a presença e força do Consolador pude ir mais além.
Confesso que em alguns momentos os pés sangraram,
ficaram feridos e doloridos, castigados e maltratados.
No entanto, de um modo sobrenatural,
ainda tive ânimo, segurança e um poder que a tudo vence.
Ora caminhando, ora correndo, sem se cansar, sem me fatigar.
Sei que falar em pernas e pés não tem o mesmo romantismo das asas.
Falar em caminhadas ou corridas não tem a mesma beleza dos voos.
Mas o que importa de fato é a possibilidade das Alturas com Deus.
Posso chegar ao Monte Santo voando.
E posso chegar ao Monte Santo caminhando ou correndo.
De uma forma ou de outra, tudo é de Deus.
É Ele quem me abençoa, quem me guarda e me faz prosperar.
"O minha alma, espera somente em Deus, porque dele vem a minha esperança".
Ele ainda tem mais para mim.
Ele ainda tem mais para todos os que n'Ele esperam.

Pr. Adriano Xavier Machado
Autor do livro Conquistando as Alturas com Deus

Celebrando a vida


Ao estar diante da possibilidade de escrever em um dia quando muitos vão ao cemitério chorar os seus mortos, não vejo como deixar de pensar e falar em outra coisa a não ser o milagre da vida. Esse é o meu sentimento. Esse é o meu pensamento. Esse é também o meu desejo. Quero falar de vida. Quero celebrar o milagre da vida. Pois as nossas lágrimas ou os sorrisos só servem para os vivos. As flores com as suas cores e perfumes só encantam e surpreendem os vivos. Por mais que muitos não queiram reconhecer, cemitério não é lugar de encontros, mas de desencontros, distâncias e separações. Sim, como creio na esperança do evangelho sei que a morte não é o fim. Para homens e mulheres de fé a morte é apenas uma porta que se abre para o Paraíso. Não tenho medo da morte, pois ao passar por ela estarei face a face com o meu Senhor. Mas ainda assim celebro a vida. A vida vem de Deus, a morte é consequência do pecado. A vida é um dom, a morte uma maldição. Além do mais é na vida que podemos fazer o bem a alguém. É na vida que podemos abraçar e ao mesmo tempo sermos abraçados por alguém. É na vida que podemos dar carinho, oferecer a nossa amizade e compartilhar nosso amor por alguém. É estranho que alguns chorem e dêem flores para os seus mortos, mas pouco fazem por seus amigos e familiares vivos. Parece que os mortos são sempre heróis, dignos de respeito e veneração, mas os vivos são sempre vilões, problemáticos e de confusões. Lamentavelmente por não reconhecerem o milagre da vida só vão descobrir a importância das pessoas quando não mais estiverem vivas. Querido leitor ou leitora, apesar de uma cultura que se lembra do dia dos mortos, lembre-se que a vida é um milagre, a morte não. A vida é um presente divino, a morte um castigo da desobediência. Por conseguinte, deixemos os mortos cuidarem dos seus mortos. Cuidemos dos vivos. Façamos a diferença para quem está vivo. Celebremos a vida. Como Jesus disse: "eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância".

Pr. Adriano Xavier Machado

Ao Livro o meu Carinho

Hoje quero prestar uma homenagem a um amigo especial, isto é, o livro. Digo amigo porque ele sempre está disposto a se abrir para ser conhecido, compartilhando sonhos, alegrias, aventuras e fantasias. O livro é assim: enquanto aberto nada esconde, nada nos nega, nada guarda para si mesmo. O livro fala de pessoas reais e imaginárias, de lugares comuns e mundos esplêndidos, de histórias vivenciadas e histórias encantadas. O livro nos faz viajar por mundos conhecidos e desconhecidos. O livro nos faz pintar cenários de todas as cores na vida e na imaginação. O livro trata a todos sem preconceito, sem discriminação, permitindo a aproximação dos pobres ou ricos, homens ou mulheres, crianças ou adultos. O livro aberto compartilha tudo o que tem. Fala de tudo o que sabe.

O livro não é, portanto, um companheiro egoísta, esnobe ou de uma casta superior. O livro é para todos e por todos. O livro se adapta para cada faixa etária. O livro se ajusta para cada nível de instrução. O livro é verdadeiramente um amigo democrático. A única exigência é saber ler. O que isso significa? É conhecer as palavras, é entender o texto, é assimilar o significado da redação e de cada colocação. Não basta apenas decifrar um conjunto de letras, mas sim o objetivo, a intenção e a pretensão da mensagem escrita. Aqui muitos tropeçam. Aqui muitos se afastam. Aqui muitos desistem de ter o livro como um amigo. Pois quem não sabe ou tem dificuldade de ler, diz que o livro é chato, que o livro é cansativo, que o livro é difícil, que o livro é muito exigente, que o livro não sabe ser amigo. O pior de tudo é que o livro é quem leva a culpa, é julgado e sumária e injustamente condenado.

Mas, ainda assim, o livro sempre está lá no armário, na gaveta, na estante, na livraria ou na biblioteca, esperando por alguém que queira aprender com ele, aguardando por alguém que queira desfrutar de sua companhia. De fato o livro é um amigo. Além de se abrir facilmente e falar de coisas novas é sempre paciente, esperando por um leitor, aguardando por alguém que queira dar-lhe valor. Ah, meu amigo livro, ainda que alguns não reconheçam a sua importância e nunca se lembrem para parar e ouvi-lo, sei que nunca estará definitivamente fechado para ninguém. Admiro a sua paciência e capacidade de não reter ofensas. Sei que para você meu amigo livro, nunca é tarde demais para uma nova amizade. Nunca é tarde para tê-lo na cabeceira da cama, no bolso da calça jeans, na pasta executiva ou na mochila escolar, para sempre estar ao alcance das mãos e dos olhos. Obrigado amigo livro por nunca desistir de nós, ainda que infelizmente alguns desistam de você. Obrigado por seus ensinos, suas instruções, suas histórias e mensagens de esperança e fé. Obrigado por ser um maravilhoso amigo de todas as horas, de todos os dias e de todas as estações. Obrigado amigo livro por existir e por me ajudar a existir pensando e sonhando e me transformando cada vez mais em uma pessoa melhor. Ao livro o meu carinho e reconhecimento.

Pr. Adriano Xavier Machado

O Aprendizado e a Amizade

Aprender. O ser humano se constrói quando aprende, quando se apropria de novos conceitos, novas ideias, novos pensamentos, novas atitudes, novos comportamentos, novos modelos. Por isso a importância das relações sociais. Deus criou o ser humano para se relacionar e, não, para se isolar. Sendo assim, é importante aprendermos a interagir com pessoas, lidar com gente, andar até mesmo no meio do povo.  “Não se concebe uma construção individual sem a participação do outro e do meio social” li certa vez. Vieira assegurou: "O Homem não é um ser isolado, é um ser social".  (VIEIRA, Balbina Ottoni, Serviço Social: processos e técnicas, 6ª edição, Rio de Janeiro: Agir, 1988, p. 30) Mas parece que muitos se esquecem disso. Muitos vivem como se tudo tivesse de girar em órbita de sua existência, sem a participação, sem a experiência e colaboração de outras pessoas. E assim temos visto muitos vivendo isoladamente em um mundo pequeno, fechado, cada vez mais restrito, centrados apenas em si mesmos.

Tenho aprendido que o mundo é muito maior do que eu. O mundo é muito maior do que você. O mundo ultrapassa todas as nossas fronteiras de conhecimento, entendimento e percepção. E quando digo mundo não estou pensando no aspecto cósmico, mas na dimensão humana. Portanto, precisamos estar mais atentos para as pessoas, para aquilo que elas dizem, compartilham, fazem, cantam, produzem ou escrevem. Se queremos crescer como indivíduos saudáveis, ricos psicológica e espiritualmente, precisamos estar mais atentos para as possibilidades das verdadeiras amizades. Sempre que abordo esse assunto faço questão de lembrar que o tema não é limitado apenas para jovens ou adolescentes, como se fosse para pessoas inexperientes, pessoas que estão começando a vida. Todos nós precisamos de autênticos amigos. Amigos para compartilhar, amigos para se doar, amigos para dividir a carga, amigos para amar e ser amado, amigos para aprender. Isso faz parte do processo do aprendizado, do processo de crescimento, do processo do desenvolvimento humano. Já ouvi dizer que muitos homens talentosos nas artes, na música ou na escrita são pessoas desajustadas socialmente. Sempre procurei entender isso. Hoje acredito que isso acontece por causa de uma dedicação exclusiva aos seus respectivos trabalhos e pouco tempo para com as pessoas. Logo, entendo que se enclausurar no mundo do trabalho ou mesmo ministerial e se distanciar das pessoas não é arte, não é música, não é poesia, não é vida. O ser humano não é uma máquina de trabalho, antes um universo de valores, sentimentos e histórias vividas. E esse universo não pode ser ignorado. Ele precisa ser tocado, visitado, apreciado e amado, tanto por si mesmo quanto pelos outros.

Não obstante, precisamos ter cuidado. Nem todos são dignos de nossa amizade. O amigo é aquele que doa, não aquele que suga. O amigo é aquele que divide, não aquele que quer tudo para si. O amigo nos deixa livres, não nos acorrenta, não nos deixa encarcerados. O amigo se alegra quando estamos alegres, chora quando choramos, incentiva quando estamos desanimados, faz de tudo para nos ver com um sorriso nos lábios e no coração. O amigo não compactua com os nossos erros, mas quando nos corrige, corrige com amor, graça e misericórdia. Hum, como a vida fica mais fácil, como aprendemos mais levemente, como crescemos mais quando temos amigos assim. Veja, por exemplo, Davi e Jônatas. A Bíblia diz que "a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi: e Jônatas o amou, como à sua própria alma". O texto ainda nos diz que "Jônatas se despojou da capa que trazia  sobre si, e a deu a Davi, como também os seus vestidos, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto" (Samuel 18:1,4). Temos aqui um exemplo claro de que amizade é amor e doação. Quantos de nós nos dias de hoje estaríamos abertos para termos uma amizade assim? E isso não tem nada a ver em ser uma pessoa muito sentimental, frágil ou imatura, mas com a nossa própria humanidade. Acho engraçado que certas pessoas só procuram outras quando precisam de alguma coisa.  Somem, desaparecem, mas quando querem algo, lá estão elas para pedir, quando não, para exigir. Não aprenderam ainda o sentido e o valor da amizade.

Se você está convencido que a amizade é importante, quero deixar um desafio para você: viva a vida como um ser humano, não como uma máquina. Como ser humano você precisa aprender a viver em comunhão. Assim, como eu, você precisa de amigos. Não existe construção pessoal sem a participação de pessoas. A nossa formação depende muito mais de pessoas do que de livros. Não quero com essa afirmação desfazer a importância do livro na nossa formação e construção como seres humanos. Mas antes de aprendermos com os livros aprendemos com pessoas. Antes de entendermos os livros precisamos entender as pessoas. Até porque os livros são produtos de pessoas. Os livros só existem por causa das pessoas. É com pessoas que precisamos primeiramente aprender e a entender e a relacionar. E essa interação deve começar no lar, com os cônjuges, pais, filhos e irmãos. Provavelmente há pouca amizade no mundo porque há pouca amizade nos lares, nas famílias e infelizmente até em muitos casamentos. A vida é triste quando não se tem amigos. Amigos para compartilhar e somar. Amigos para ensinar e aprender. Amigos para viver.

Pr. Adriano Xavier Machado

Missões no Paraguai

Recentemente tive o privilégio de fazer uma viagem para Assunção, Paraguai. Foi um momento oportuno para conhecer os verdadeiros desafios missionários desse país.E você pode ter certeza: há muito o que se fazer em termos de evangelização e plantação de igrejas. O país necessita de mais obreiros, investimentos, educação teológica, projetos e um autêntico clamor de oração para a salvação de almas. O sentimento que tive é que nós brasileiros podemos ainda fazer mais pelo Paraguai. Nossos irmãos vizinhos necessitam de nossa ajuda, de nossa cooperação e acima de tudo do nosso coração.

 Realizei a viagem com minha filha Mylena. Queria que ela sentisse mais de perto a alegria de servir ao Senhor em uma outra cultura. Talvez o meu desejo íntimo é que ela seja uma missionária transcultural. Está nas mãos de Deus. É Ele quem chama, capacita e envia. Mas ela foi muito impactada. Ela gostou de ouvir os cânticos em espanhol, fez diversas amizades sinceras, conheceu lindos lugares e quando retornou ao Brasil deixou escapar que gostaria de morar no Paraguai, rsrsrsrs. Quem sabe Deus já esteja preparando o seu coração? Para mim seria uma honra ter pelo menos um dos meus três filhos seguindo a carreira missionária. Como disse anteriormente, está nas mãos de Deus. Ele sempre sabe o que faz. 




No Paraguai pude realizar uma palestra em um acampamento para pastores e líderes do ministério infantil. Como tinha algumas crianças no acampamento, pude brincar e compartilhar o evangelho com elas. Hum, não foi nada fácil. Falar com adultos foi uma coisa, mas com as crianças o maior desafio ministerial que tive na minha vida. Foi mais difícil do que o meu primeiro sermão como seminarista. É claro que estou acostumado a realizar trabalhos infantis, mas no Brasil, com crianças que entendem perfeitamente a minha língua, as brincadeiras que faço, as comparações e parábolas que compartilho. No entanto, em outra cultura tive que me desdobrar. Como gosto de desafios, foi uma experiência indescritível e recompensadora. 


Para não me delongar mais do que é preciso, louvo ao Senhor por cada momento que tive no Paraguai. Foi uma semana muito gratificante. Retorno ao Brasil com um coração mais sensível para o que pode ser feito nesse país. Tenho uma responsabilidade a mais, nada cansativa ou enfadonha, a de orar mais pelo país vizinho. 


Ah, estou pensando em promover uma grande campanha evangelística na capital do país, talvez alugando uma tenda e levando uma equipe de voluntários, tais como médicos, dentistas, evangelistas, grupo musical e teatral. Bem, isso também está nas mãos de Deus. Contudo, se você quiser se envolver de algum modo, pode contar comigo. Amo missões. Amo falar de Jesus, seja no Brasil ou no Paraguai ou em qualquer outro lugar do mundo.

Pr. Adriano Xavier Machado

Dependendo da Graça

Eis um tema que me encanta e alegra o coração: a graça de Deus. Por quê? É simples! É através dela que eu sou aceito e amado por Deus. É através dela que a minha vida é transformada e salva do pecado. Mas, afinal o que é graça? De um modo curto e objetivo aprendemos que graça significa favor imerecido. Deus faz algo para o nosso bem, apesar de não sermos dignos, apesar de não sermos merecedores. Quando Deus "faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos" isso é graça.  Quando Jesus entra na casa de Zaqueu e diz: "Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido" isso é graça. A graça não leva em conta a nossa história de fracasso e pecado. Antes, a graça nos alcança e transforma todo o nosso ser para o louvor da glória do evangelho. Por isso a conceituação de graça como sendo favor imerecido.

Mas, até que ponto essa definição nos ajuda a entender esse dom divino? Acredito que a melhor forma de entendermos a graça de Deus não é meramente expondo uma definição teológica ou exegética, mas experimentando-a. Mesmo porque a graça não é para tão somente ser um "objeto" ou tema das nossas faculdades mentais, mas um presente para ser recebido e experimentado a cada dia em nossas vidas.  Quando pensamos na graça apenas como um conceito bem explicado e elaborado, corremos o risco de não percebermos toda a sua dimensão, beleza, riqueza e poder. Nos tempos apostólicos alguns acreditavam que era possível estar na graça e ao mesmo tempo dominado pelo poder do pecado. Alguns não tinham o entendimento de que uma vez na graça o poder da graça anulava o poder do pecado. A graça não nos deixa como estamos. Uma vez que ela vem ao nosso encontro um milagre acontece. Passamos a ser novas criaturas, lavadas e remidas pelo Sangue de Jesus.

Não tenha dúvida: a graça é maior do que todos os nossos pecados. Contudo, maior como? Apenas para nos receber no Reino e garantir a nossa entrada no Paraíso? Em hipótese alguma. A graça é maior do que os nossos pecados também para nos libertar e transformar as nossas vidas num altar santo, num sacrifício vivo e agradável a Deus. "Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? [...] sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais o pecado". E nisso não está nenhum mérito do ser humano, pois toda boa obra vem do nosso Pai celestial. Não é algo que está sujeito à força ou disposição humana. É literalmente um trabalho de Deus em nós. "O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz,  mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito". Por isso é graça. É uma ação de Deus completa nas nossas vidas pela Cruz e iluminação do Espírito Santo. Aquilo que não conseguimos com a instrumentalização da Lei, com a obra de Deus em nossas vidas por meio da fé em Cristo é operado. Decerto, a nossa natureza humana e decaída continua presente, mas somos sustentados, orientados e revigorados pela graça. Aleluia, sou salvo pela graça! Aleluia, dependo apenas da graça de Deus! "Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo". E como diz o cântico: "Graça, graça, superabundante graça, superabundante graça".

Pr. Adriano Xavier Machado

Privilégio

Uma querida ovelha que tem um Blog em parceria com o seu esposo postou a seguinte mensagem no dia 20/09/2010:
 
Hoje, durante o jantar, comecei a pensar:

"Nossa! Muitas pessoas tiveram o privilégio de receber Jesus em suas casas e preparar para Ele um jantar, almoço ou lanche muito especiais!"

Pensei também em como eu capricharia e faria o melhor se soubesse que Jesus viria fazer uma refeição em minha casa. De repente, durante este pensamento, o Espírito Santo falou ao meu coração:

"Hoje você não tem a oportunidade de receber Jesus em sua casa para oferecer-lhe hospedagem ou uma refeição, mas você tem, hoje, a oportunidade de receber aqueles que vêm, em nome do Senhor."

Como o meu coração se alegrou em ver que todas as vezes que recebo em meu lar os servos do Senhor, pastores e suas famílias, irmãos que estão fazendo a obra do Senhor, estou recebendo o meu próprio Jesus. Tudo o que eu faço para agradar estes servos do Senhor, tudo que eu faço com amor e com carinho para servi-los, é como se eu estivesse fazendo para o meu próprio Mestre. Que legal foi receber esta palavra do Espírito Santo. Amém, Senhor, vou receber meus queridos com ainda mais amor e carinho.

Ana Cléa
 
Fonte: http://ivan-aralde.blogspot.com/2010/09/privilegio.html

Uma Grande Construção

O que estamos construindo?
É uma edificação segura?
É uma obra bem definida?
Todos nós fazemos parte de uma grande construção.
Estamos sempre assentando algum tijolo na vida.
Quer percebamos ou não,
o Engenheiro da criação nos deu uma perfeita,
adequada e inteligente missão.
Portanto, eu e você temos um trabalho,
uma responsabilidade,
um compromisso muito importante.
Se seguirmos o projeto estabelecido,
tudo dará certo.
O Edifício ficará perfeitamente bonito e seguro.
Nada ficara torto.
Nada ficará fora do lugar.
Nada dará errado.
Quanto a mim,
nessa maravilhosa construção,
apenas obedeço as orientações.
Mesmo não sabendo como vai ficar,
posso realmente confiar.
O Engenheiro que fez tudo que há nos céus e na terra,
sabe onde me colocar.
Assim, aceito a minha tarefa nessa divina construção.
Ainda que no fim da minha carreira eu não veja a obra concluída,
naquele Dia quando o Engenheiro voltar,
saberei como tudo veio a se encaixar.
Assim seja.

Pr. Adriano Xavier Machado

Um Grito de Liberdade

Com o Grito do Ipiranga no dia sete de setembro de 1822 o Brasil deu início a uma construção política e econômica sem o domínio do reino de Portugal. A mensagem tinha sido clara: "independência ou morte". O que não podia prevalecer mais era o jugo estrangeiro. Já não era mais aceitável a satisfação dos interesses de uma metrópole europeia em detrimento dos objetivos da nação brasileira. E o grito surtiu efeito. Assim, D. Pedro I ficou conhecido na História como aquele que liderou a libertação do Brasil do colonialismo português.

No entanto, um outro grito teve uma dimensão e repercussão maior. Um grito para abençoar e iluminar todos os povos, tribos e nações. Um grito para a liberdade espiritual de todos os oprimidos e escravos do pecado. Estou me referindo ao grito do Calvário: "está consumado". O grito que exigiu a morte de um inocente para a salvação de todos os pecadores. O grito que enfrentou a dor e a vergonha da cruz para selar e celebrar a vitória da vida eterna com Deus por meio da fé em Jesus.

Portanto, apesar de reconhecer a importância do grito do Ipiranga, desejo dar ênfase ao grito do Calvário. Por favor, não me entenda mal. Sou brasileiro e amo o meu País. Aprecio as suas belezas naturais: praias, rios, dunas, serras, matas e florestas. Gosto de sua gente, do seu hino, da sua bandeira e do seu clima tropical. Como dizia o poeta longe de sua Pátria amada: "Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”. Contudo, não sou deste mundo. A minha verdadeira Pátria está no Céu. Reconheço que nesta vida terrena estou de passagem. Sou apenas um peregrino caminhando para a Nova Jerusalém. E o que me tem dado esperança da Glória Celestial é exatamente o grito que vem ecoando pelos séculos para a salvação dos perdidos: "está consumado".

"Está consumado" é o grito da promessa. A promessa do Filho de Deus. A promessa que é espírito e vida. A promessa que é verdade e luz, a qual se cumpre na vida de todo aquele que crê em Jesus. "Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida". E a Sua promessa jamais falhará. Ele é fiel para cumpri-la.

"Está consumado" é o grito da vitória. Não há mais condenação. Todos os que se refugiam na obra da Cruz encontram o perdão e a remissão de pecados. "Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte... Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está a direita de Deus, e também intercede por nós".

Sim, "está consumado" é o grito da libertação. Decerto não há independência, quem crê em Jesus é dependente d'Ele, mas também não há a escravidão do pecado nem da morte. A nossa dependência do Filho de Deus é a nossa liberdade. "e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará... Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres". Aleluia! De tudo o que já foi dito, prometido e ensinado pelos homens, nada se compara com o que foi pronunciado no Calvário. Eis, então, o maravilhoso e extraordinário grito de liberdade: "está consumado".

Pr. Adriano Xavier Machado

O Capitão Divino: a verdadeira Alta Ajuda

O mundo está cheio de pessoas desanimadas e tristes. Não é por menos que literaturas, palestras e mensagens sobre autoestima estejam tendo grande receptividade por parte de homens e mulheres de quase todas as idades. Afinal, as pessoas estão precisando de coragem, perseverança, paixão e motivação. Obviamente que essa necessidade vem se reproduzindo há muito tempo. Dizem que Richard Bach com o livro Fernão Capelo Gaivota (1970) vendeu mais de 40 milhões de cópias. Seu livro foi transformado em filme (1973) e seu pensamento influenciou inúmeras pessoas de pelo menos 70 países. Basicamente a mensagem do livro é a seguinte: você é o capitão da sua vida. Você está no comando e tem o controle do seu destino. Você pode voar alto.  Acaso o leitor consegue perceber o que está por detrás de um discurso como esse?

Acredito que não precisamos ter dúvidas de que precisamos mesmo superar sempre. A vida não precisa ser um baú de coisas velhas. De fato podemos voar mais alto e superar. Mas como? Simplesmente acreditando em nós mesmos? Simplesmente achando que somos os senhores da terra? Alguém já disse que "os únicos limites do homem são: o tamanho das suas ideias e o grau da sua dedicação”. Será mesmo? Se assim for não precisamos de um Salvador. Basta apenas nos empenharmos e seremos semelhantes ao "Super-Homem" de Nietzsche, tirando Deus do nosso caminho e da nossa existência. Então, logo chegaremos a conclusão, tal como o filósofo chegou, de que "Deus está morto" e é o Homem quem vive no controle, superando e dominando todas as coisas. No filme Sociedade dos Poetas Mortos (1989) o professor John Keating, interpretado pelo ator americano Robin Willians, diz em sala de aula a um dos seus alunos: "Tem algo dentro de si com grande valor". O quê? O poder chamado"eu"? A força interna que pode ser desenvolvida e desperta pelo exercício da vontade? É, parece que muitos gostam de pensar como a personagem de desenhos animados He-Man: "Eu tenho a força".

De acordo com o evangelho de Jesus nunca teremos o controle de tudo. Tiago ensina: "Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa". Obviamente que com essa afirmação Tiago não está incentivando para sermos fatalistas, ficando indiferentes para com a vida. Não há no pensamento do apóstolo qualquer ideia ou semelhança com a apatia hindu em relação ao mundo físico e material. Tiago não quer nos ensinar a sermos passivos, aceitando tudo sem qualquer reação. Mas ele quer nos encorajar para sermos dependentes de Deus em tudo o que fazemos. Veja o que ele diz: "Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo".

Quem se esforça para ser o capitão de sua vida, esforça-se, portanto, para não depender daquele que é o Capitão de todas as coisas, o verdadeiro Senhor dos céus e da terra. O Super-Homem de Nietzsche nada mais foi do que uma tentativa de rebelião contra Aquele é o Senhor de tudo e de todos. E não é diferente com os discursos de autoajuda dos dias de hoje. Muitos acreditam que podem conseguir ser e fazer tudo por suas próprias forças e sabedoria. Por isso esses humanistas ensinam: "deixemos Deus de fora de nossas vidas e nos empenhemos para dar o melhor de nós e teremos tudo o que queremos". Em resumo, o discurso é esse: "somos os senhores desse mundo".


No entanto, como percebemos em Tiago, o amanhã pertence a Deus. E a mim e a você nos cabe submeter à autoridade e à vontade do Senhor. Não temos o comando nem o controle de nada. Mas ao aceitarmos a Sua liderança chegaremos a um lugar de exaltação e glória segundo a providência divina.  Assim, com a Palavra de Deus aprendemos que não somos o capitão de nossas vidas, mas temos o Capitão que nos conduz. Com Ele iremos a qualquer lugar. Com Ele estamos prontos para enfrentar todas as dificuldades e tempestades do mar da existência humana. Com Ele assumindo a nossa vida nunca nos faltará fé, coragem, propósito, determinação, amor, alegria, esperança, visão, motivação e tantas outras virtudes para um viver dinâmico e transformador.  O evangelho aponta para Aquele que é verdadeiramente uma Alta Ajuda. Você está pronto para se submeter a Ele? Deixemos Jesus ser o Senhor. Pois, a
inda que as ondas se levantem, com Ele no barco tudo vai muito bem.

Pr. Adriano Xavier Machado

João 3:16 _ O código da vida

João 3:16. Sem dúvida o texto é famoso. Muitos sabem recitá-lo de cor. Provavelmente é o mais usado em mensagens de púlpito ou mesmo no evangelismo pessoal. Dizem que é o resumo da Bíblia. É um dos primeiros versículos que as crianças aprendem na Escola Bíblica Dominical. Meu primeiro sermão nesse texto foi quando seminarista. Ainda me lembro bem do tema: "A Mais Linda História de Amor". Atualmente temos o famoso escritor Max Lucado que escreveu um livro inteiro tendo por base João 3:16. Título do livro? "3:16 _ A mensagem de Deus para a vida eterna". Mas, lamentavelmente é um texto que tem sido esquecido na prática. Hoje em dia as pessoas querem dinheiro e saúde. Querem bens e recompensas apenas para essa vida humana e terrena. O que importa é a conta bancária, o carro novo, a casa própria e tudo o que diz respeito ao mundo que vivemos. Sei que Deus se importa com as nossas vidas em todos os sentidos. Jesus mesmo nos ensinou a orar pelo pão de cada dia. Tiago nos dá orientação no procedimento com os doentes. Paulo fala que aquele que não trabalha que também não coma. Enfim, Deus, através da sua Palavra tem ensinamentos para todos os aspectos da vida diária, quer seja no casamento, na família, no trabalho, na igreja ou na sociedade. No entanto, Deus tem muito mais. Não apenas para a nossa vida terrena. Deus tem uma herança incorruptível, um galardão que não perece, uma fonte de água que jorra para a vida eterna.

João 3:16 nos fala do amor de Deus em busca do pecador perdido. Do amor que não se conforma com a nossa condenação do pecado. Do amor que envia um Filho santo para desfazer as obras do diabo. Do amor que nos garante a vida eterna pela fé em Jesus. Mas, será que temos pensado nessas coisas? Temos meditado nessa verdade gloriosa do evangelho?  Temos demonstrado alegria intensa com a obra de Deus em nossas vidas através de Jesus? Receio que o brilho do mundo esteja conseguindo nos fazer esquecer que o pecado condena e mata e que só Jesus é a ressurreição e a vida. As lojas das cidades nos fazem promessas encantadoras e quase irresistíveis. O comércio nos diz que através de seus perfumes, roupas e calçados é possível ter uma vida melhor e feliz. As concessionárias prometem aos homens força e poder através de automóveis com designes ousados e motores potentes. Os "shoppings" garantem às mulheres beleza e segurança. As academias prometem o corpo perfeito, o corpo sarado e longa vida. São tantas as promessas para esse mundo e para essa vida que, de fato receio que o brilho desse mundo esteja conseguindo ofuscar no nosso coração o que Deus ensinou sobre a vida eterna. A vida que Ele conquistou através do Seu amor revelado em Jesus.

João 3:16 é a melhor de todas as promessas. Pois uma vez que nascemos, também morremos. Uma vez que vimos ao mundo, envelhecemos a cada dia e dele teremos que partir. Não gostamos de reconhecer essas coisas, mas, o nosso tempo está passando. Cada dia é um dia a menos aqui na terra. Somos peregrinos nesse mundo. Contudo, pela fé em Jesus, temos a garantia da vida eterna com Deus. Da vida com Deus não apenas para o tempo presente, mas também do tempo anunciado no Paraíso, nas Mansões Celestiais, na Nova Jerusalém. Sem dúvida, João 3:16 é uma promessa extraordinária. Em nenhum comércio, "shopping" ou academia você irá encontrar uma placa anunciando a vida eterna. Essa placa só pode ser encontrada no evangelho de Jesus. E que evangelho tremendo. É o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. O pagamento já foi feito. Jesus morreu na Cruz por nossos pecados. A resposta que Deus aguarda de cada um é a fé. Em João 3:16 confirma: "para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna". Ah, talvez o nosso problema não seja tanto o brilho atraente desse mundo, mas a nossa falta de fé naquilo que Deus diz em João3:16. Talvez estejamos acreditando que algo mais possa compensar nossas limitações e fraquezas. Talvez uma roupa nova, um carro do ano, uma maquiagem, um corte de cabelo ou ainda um corpo em forma e com vigor da juventude. Não sei! Cada pessoa procura ajeitar os seus "escapes" psicológicos e espirituais como pode. Contudo, só Jesus salva. E precisamos mesmo crer n'Ele. Como disse William Barclay, "através de Cristo, há a possibilidade de um relacionamento, uma intimidade, uma união com Deus que não são possíveis de outra maneira. Através daquilo que Ele é e faz, os homens podem entrar na própria vida de Deus". E Barclay conclui: "A vida eterna não é outra coisa senão a vida do próprio Deus".* Aleluia, assim crendo prossigo cantando, sabendo que um dia verei a Jesus face a face:

Este mundo jamais pode me separar
dos valores celestiais que eu vou receber.
Meu tesouro e esperança estão no meu novo lar.
Sou herdeiro com Cristo, vou com Ele morar.


Céu Lindo Céu, Céu Lindo Céu
Há mansões celestiais todas feitas por Deus.
Céu Lindo Céu, Céu Lindo Céu

Eu vou pro Céu, Lindo Céu, com Cristo eu vou morar no Lindo céu **


                 "Porque Deus amou o mundo de tal maneira
                           que deu o seu Filho unigênito,
                 para que todo aquele que nele crê não pereça,
                                   mas tenha a vida eterna"
                                                (João 3:16)

Pr. Adriano Xavier Machado

* BARCLAY, William, Palavras Chaves do Novo testamento, tradução Gordon Chown, São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1988, p. 21.
** Dick Torrans

Hoje é o dia dos pais

Hoje é o dia dos pais.
Hoje é o meu dia também,
pois não sou apenas um rapaz.
O tempo passou; casei e de um menino
e duas meninas me tornei papai.

Ontem eu era uma criança.
Corria, brincava, pulava e
sonhava com muita confiança.
O tempo passou; muitas coisas mudaram,
mas continuo vivendo na mesma esperança.

Hoje é o dia dos pais.
Tenho a alegria de receber
carinho, abraços e postais.
O tempo chegou para mim com ternura,
felicidade e muito e muito mais.

Amanhã, segundo a graça do Criador,
terei uma nova e importante etapa.
Verei os meus filhos crescidos,
casados, com filhos e, principalmente,
vivendo o evangelho com amor.
Este é o ciclo da vida.
O meu tempo não passará,
apenas se estenderá.
Pois ainda que seja vovô
continuarei a ser papai com muito louvor.
Então, poderei igualmente dizer amanhã:
Hoje é o meu dia!
Hoje é o dia dos pais!
Hoje é o dia que recebi do meu Senhor.


Pr. Adriano Xavier Machado
08/08/2010

Missões: a simplicidade que cura as complexidades

Missões não é um termo bíblico. Tem muito mais a ver com as expedições militares. Mas, expressa muito bem o coração do evangelho, uma vez que a Igreja não pode ficar estagnada, indiferente e acomodada, simplesmente observando e deixando as coisas acontecerem no mundo, com todos os seus problemas e dilemas espirituais. Somos chamados para avançar, atravessar fronteiras e conquistar novos territórios com o poderoso evangelho de Cristo Jesus. É assim que como Igreja do Senhor fazemos a diferença, brilhando o santo e gracioso amor de Deus na vida de todos os que se encontram em trevas. Não importa o lugar, se é na selva, na favela ou na cidade, com clima quente ou frio, se tem influência do paganismo, espiritismo ou materialismo, onde o evangelho estiver presente, sendo proclamado com a vida e a unção do Espírito, ali estará o poder de Deus para transformar a vida de qualquer pecador perdido.

O evangelho é mesmo extraordinário. Apesar de sua simplicidade, nunca deixa de resolver as nossas complexidades. O evangelho é a resposta de Deus para o mundo, satisfazendo os mais profundos anseios da alma. Tenho evangelizado algumas pessoas e, às vezes, tenho escutado o seguinte questionamento: "Como saber se existe vida eterna com Deus, uma vez que ninguém voltou do mundo dos mortos para nos dizer algo a respeito?" Com toda alegria tenho dito: "Alguém já voltou: Cristo Jesus. Ele morreu na cruz, mas ao terceiro dia ressuscitou. E Ele promete que existe vida após a morte. Ele é a ressurreição e a vida. Quem crê nele tem a vida eterna com Deus". Essa simples e poderosa verdade tem impactado e transformado vidas. A esperança de vida eterna com Deus me faz cantar:

Há de ter um lugar, onde o tempo há de parar
Onde a paz se faz real, e o irreal amor não há, não
Sei que há, pois Deus o diz eu não posso duvidar
Mesmo que não possa imaginar, espero o dia... sim espero

Aleluia, aleluia, no céu eu vou morar

Aleluia, aleluia, pois Cristo vem me buscar.

O mundo precisa de esperança. O mundo precisa conhecer a salvação de Deus. Eu e você podemos compartilhar e dar testemunho do evangelho redentor de Cristo Jesus. Portanto, façamos missões. Tenhamos paixão pelas almas. Oremos pelos perdidos. Falemos de Cristo, da Sua cruz e da Sua ressurreição. A cura para a violência urbana é Jesus. A cura para a pedofilia é Jesus. A cura para o homossexualismo é Jesus. A cura para a corrupção é Jesus. A cura para a frieza espiritual é Jesus. A cura para a morte é Jesus. A obra missionária é, portanto, fazer a obra de Jesus com toda a sua simplicidade, para resolver todas as complexidades do ser humano. Então, oremos com o velho hino, com o coração submisso e quebrantado diante de Deus, para que a cada dia a sua mensagem se torne nova em nossa vida e ministério:

Eu quero encontrar um obscuro lugar
Na seara do meu bom Senhor;
Enquanto for vivo, sim, vou trabalhar
Em prova do meu grato amor.
De Ti meu sustento só dependerá;
Tu, pois, hás de me proteger;
A Tua vontade, sim, minha será;
E eu pronto o que queres a ser.



Pr. Adriano Xavier Machado

Trans Seara

Deus é tremendo. Ele sempre levanta recursos humanos e financeiros para que possamos dar prosseguimento a Sua obra. Nunca estamos sozinhos. Desta vez Ele nos abençoou com um projeto missionário _  a Trans Seara.


Irmãos e irmãs em Cristo de diversas partes do Brasil vieram colaborar com a expansão do evangelho de Cristo em nosso campo missionário. Assim, pessoas foram evangelizadas e receberam estudos bíblicos nos lares. Pessoas carentes foram atendidas gratuitamente com cortes de cabelo e óculos de leitura. Foram duas semanas intensas. Duas semanas de muitas vitórias. Com sol ou com chuva o grupo trabalhava, levando esperança aos corações desiludidos.


 Não importava o lugar.



Não importava o tamanho do desafio.


 Onde tinha gente ali estava o grupo compartilhando a alegria e a salvação em Jesus.



Obrigado Senhor por esse tempo. Obrigado pela equipe da Trans. 2010 tem sido 10. Por Jesus damos a nossa vida. Ele é digno de honra e glória.



Projeto Vida

Estivemos realizando no domingo, 18/07/2010, com o Projeto Vida de Curitiba atividades sociais, culturais e evangelísticas.

Voluntários de diversas partes do Brasil estiveram colocando à disposição do Reino seus dons e talentos. Assim foi possível oferecer à comunidade de Seara atendimento dentário, corte de cabelo, teste de glicose, distribuição de óculos de leitura, algodão doce para as crianças e outros serviços.

À noite foi realizada uma apresentação cultural com teatro, pantomima, coreografia e demonstração circense, tendo sempre o objetivo de fazer a apresentação do evangelho de Cristo Jesus. Entre os intervalos das apresentações alguns jovens estiveram dando o seu testemunho de conversão.

Somos agradecidos a Deus por tudo o que Ele tem feito, suprido e orientado.

De fato, como ouvi muitas vezes o pastor Tony Gray dizer: "Deus é bom o tempo todo. O tempo todo Deus é bom".
                                                                     
                                            "... pregai o evangelho" (Marcos 16:15)

O Avivamento Que Precisamos

Mais do que nunca tenho escutado sobre avivamento. Visito algumas igrejas e escuto sobre o tema. Entro em algumas livrarias e encontro materiais voltados para esse assunto. Ouço alguns cânticos espirituais e percebo o desejo por essa grande obra do Reino de Deus. Mas pergunto: será que estamos entendendo o que é avivamento?

Tenho a impressão de que muitos não entendem nada a respeito dessa obra espiritual. Por isso há muito discurso e pouca experiência. Há muita informação e pouca transformação. Há muitos livros, há muita pregação e muita música sobre avivamento, mas muitas pessoas continuam vazias, sem poder na oração, sem poder no testemunho cristão, sem poder para vencer o pecado. É triste, mas cada vez mais a igreja está parecida com o mundo.

Exagero da minha parte? Então, converse com os jovens e você perceberá que muitos deles se envergonham da virgindade, de carregar a Bíblia publicamente e de proclamar o nome de Jesus. Converse também com pessoas adultas e você descobrirá que muitas acham normal e natural a pornografia das novelas e filmes cinematográficos. Não há consciência profunda de pecado. Não há discernimento sobre a importância da santidade.

Precisamos de avivamento. Mas, que tipo de avivamento? Daquele que o Homem quer ou daquele que Deus deseja?  Daquele que glorifica o "ego" ou daquele que crucifica o "eu"? Daquele que traz conforto material ou daquele que tem uma cruz? Sim, precisamos urgentemente de avivamento. Precisamos do avivamento de Deus. Precisamos do avivamento que crucifica. Precisamos do avivamento que aponta para a cruz de Cristo Jesus. Em João 1:4,5 diz: "Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens; e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam".

O avivamento que precisamos é Cristo Jesus. Nele encontramos a vida abundante, vida com propósito, vida eterna com Deus. Em Jesus temos a vida que é luz para as nossas almas, luz para os nossos ministérios, luz para o mundo. Jesus é a resposta de Deus para os homens. Porém, quem está em trevas do pecado não consegue compreender a glória e a majestade de Jesus. E sem essa compreensão não há autêntico avivamento. Se você, portanto, deseja o avivamento que salva e transforma vidas, viva a vida de Jesus, tal como o apóstolo Paulo: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim" (Gálatas 2:20). Assim, vem a luz do avivamento de Deus.


Pr. Adriano Xavier Machado

Ação Humanitária - FolhaSete

Matéria Publicada pelo Jornal FolhaSete

03 de Julho de 2010 - 05:51 


Iniciativa ímpar, mobilização singular, uma grande demonstração de humanidade e solidariedade, pouco comum nos dias atuais.

Esta foi a impressão de quem acompanhou a visita das 30 pessoas vindas de Oklahoma, nos Estados Unidos, a Seara, através de intercâmbio com a Igreja Batista. Pessoas de diferentes idades e ofícios chegaram no último sábado à noite. Dentre os compromissos, a missão de evangelizar, que significa difundir as boas novas, levar uma palavra de fé e esperança às famílias.
Os americanos também reservaram um tempo para compartilhar experiências, trocar informações e viabilizar a construção da nova sede da Igreja Batista, na rua Herculano Zanuzzo, 1138. Para isso, colocaram a mão na massa. Fizeram doações de óculos de leitura e participaram de atividades culturais. Se despediram de Seara ontem. Em entrevista ao FolhaSete, o pastor americano Paul Kersh justificou a visita declarando que “viemos ajudar a comunidade, ministrar a palavra de Deus, servir de forma social e também auxiliar nos trabalhos da construção do novo templo”. A comitiva trouxe 500 óculos de leitura para dar a pessoas carentes. No Brasil, esse projeto acontece há 20 anos. Com relação à impressão de Seara, o pastor afirmou que “Seara é uma cidade linda, limpa e organizada. As pessoas muito simpáticas”. Assegurou que as características da população searaense são muito parecidas com as de Oklahoma. Encerrou informando que, em sua cidade, a missão é basicamente a mesma desempenhada em Seara. “Ajudar as pessoas e ministrar a palavra de Deus”. Deixou uma mensagem aos searaeses. “Jesus morreu por cada um de nós. Que Ele ama cada morador de Seara”.
Grupo de americanos promove ações
 com a comunidade searaense
Experiência
O professor-doutor em Biologia de Oklahoma, Keith Martin, integrante da comitiva, declarou que esta é a quinta viagem ao Brasil. “Eu venho ao país porque, como cristãos, somos chamados a servir Jesus Cristo, e a melhor maneira de fazer isto é servindo aos outros. Por isso, deixamos nossas férias lá, porque ganhamos muitas alegrias”.

O Evangelho e a Cultura

Todo comportamento é adquirido socialmente. O que envolve observação, imitação e repetição. Ninguém nasce com um padrão de comportamento já definido biologicamente. Franz Boas em "Antropologia Cultural" assegura: "qualquer tentativa de explicar as formas culturais numa base puramente biológica está fadada ao fracasso". (1) Por exemplo, temos na culinária brasileira um grupo de pessoas que come feijão preto e outro que come feijão branco. Geralmente quem foi ensinado a comer feijão preto sempre vai almoçar ou jantar com o feijão preto. Por outro lado, provavelmente quem foi habituado a comer feijão branco não dispensará do seu cardápio o feijão branco. Por que isso? Isso acontece por causa de um fenômeno cultural que indica tanto objetiva quanto subjetivamente que determinado tipo de alimento deve fazer parte de nossas refeições. A atitude se repete culturalmente, e, não, por causa da genética, biologia ou geografia. Dependendo da influência cultural que envolve uma pessoa, o que não pode faltar na hora da refeição é o macarrão ou a mandioca ou o peixe etc. (2) Logo, fica visível que muito do que pensamos e fazemos é apenas uma reprodução daquilo que nos é ensinado socialmente dentro de um contexto cultural específico. Roque de Barros Laraia em "Cultura: um conceito antropológico" explica com uma visão antropológica: "O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado. Ele é um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e a experiência adquiridas pelas numerosas gerações que o antecederam". (3) Mas o que isso tem a ver com o cristianismo? Por que esse assunto deve despertar o nosso interesse?

O tema proposto é importante para nos ajudar a distinguir o que é o evangelho e o que são elementos culturais. Para começarmos a caminhada nessa direção, destacamos que o evangelho vem de Cristo Jesus, a cultura vem de um determinado grupo social. O evangelho é do Céu, a cultura é da terra. O evangelho é o mesmo em todo lugar, a cultura é diversificada. O evangelho é eterno e imutável, a cultura pode ser modificada com o tempo ou ainda mesmo morrer com a extinção de um determinado povo. O evangelho produz vida espiritual, a cultura simplesmente faz parte da vida humana. O evangelho pode influenciar uma cultura, mas a cultura jamais deve influenciar o evangelho. Jesus no seu tempo viveu como um judeu, não como um grego, romano ou chinês. Ele se fez carne e cresceu segundo os costumes do seu povo. Usou a mesma vestimenta, aprendeu a mesma língua, teve a mesma pele, enfim, viveu como um judeu. No entanto, sendo Ele próprio o evangelho encarnado, não ficou amarrado ou sufocado por sua cultura. Ele viveu a cultura judaica até o ponto de não prejudicar a sua missão, o seu caráter e a sua intimidade com o Pai. É isso que precisamos aprender nos dias de hoje. Howard A. Snyder comenta: "A Bíblia apresenta a Igreja no meio da cultura, lutando para ser fiel, mas algumas vezes corrompida por alianças, contrárias à sua natureza, com o paganismo e o legalismo judaico. Na Bíblia o lado terreno e o lado celeste da Igreja se encaixam perfeitamente dentro de um todo e não nos deixam com duas igrejas incompatíveis ou com uma ideia da Igreja dividida em dois níveis diferentes". (4)

A Igreja luta para ser fiel, mas, às vezes, é corrompida pela cultura. Por isso temos visto em igrejas manifestações culturais sendo consideradas como algo integrante ao evangelho de Cristo, corrompendo, assim, o próprio evangelho de Cristo. Tais manifestações culturais, muitas vezes, originam-se no próprio grupo eclesiástico ou denominação religiosa. O bater palmas, por exemplo, trata-se do evangelho ou de uma questão cultural? Os instrumentos que são usados dentro de uma igreja local dizem respeito ao evangelho ou a uma cultura própria de uma determinada região, povo ou nação? Pense nos diversos grupos étnicos espalhados na terra e tente responder por você mesmo essas perguntas. Decerto, em alguns lugares o bater palmas durante um culto não seria muito bem aceito. Por outro lado, em alguns lugares seria a coisa mais certa a fazer. Com relação aos instrumentos, então, teríamos inúmeras considerações, devido a diversidade de instrumentos musicais dos muitos povos. Nessa variedade de expressões artísticas e musicais quem estaria certo? Aqui vale lembrarmos o que o escritor francês Michel Eyquem de Montaigne afirmou: "c
ada qual considera bárbaro o que não se pratica na sua terra." Parafraseando o pensador francês, cada crente acha estranho o que não se pratica em sua própria igreja ou denominação religiosa. Por isso há muita intolerância no ambiente eclesiástico. Quem não pensa igual é descartado. Quem não presta culto com um mesmo modelo litúrgico é desprezado. Isso vem se repetindo constantemente, pois na prática ainda não aprendemos o que disse Michel de Montaigne: "A qualidade mais universal é a diversidade."

Obviamente que uma prática ou um costume contrário ao ensino do evangelho tem que ser rejeitado. O evangelho não aceita a prostituição cultual, a poligamia, a adoração de ídolos, o suicídio ritual, o infanticídio de gêmeos e todas as práticas culturais que entram em choque com a vontade de Deus. No entanto, precisamos estar cientes que há certos valores culturais que não ferem os princípios do evangelho, que não prejudicam a nossa espiritualidade e que não fazem nenhuma diferença em relação ao Reino. Por conseguinte, não precisamos criar barreiras para a comunhão cristã com esses grupos diferentes, muitas vezes até mesmo de uma mesma denominação religiosa. Para estarmos unidos não precisamos ser iguais. Alguém já disse que "unidade não é uniformidade". Aliás, a própria unidade se explica com a diversidade. Apesar de sermos muitos, em Cristo somos um em propósito, fé, amor e santidade. Em Cristo as diferenças se completam. Em meio a uma grande diversidade de valores litúrgicos, religiosos e eclesiásticos, o que não pode faltar é o evangelho puro, a fé em Jesus Cristo como único Senhor e Salvador, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida. O evangelho tem uma ênfase universal, porquanto a sua mensagem é para o mundo todo. O que se aplica para um se aplica para todos. Mas os elementos culturais não possuem uma dimensão assim tão abrangente. Logo, devemos ter cuidado para não adulterarmos o evangelho de Cristo com os nossos valores sociais e culturais, por acreditar que todos precisam aceitar esses valores tão particulares e específicos de cada grupo, de cada comunidade, de cada povo e nação. A Igreja do Novo Testamento lidou com essa questão quando junto com o evangelho desejou levar também os costumes judaicos. Alguns acreditavam que os gentios deveriam ser cristãos judaizantes. Será que nos dias de hoje não estamos pensando em evangelismo e missões no sentido de termos cristãos que estejam de acordo com os nossos valores culturais? Lembro-me de ter visto em um noticiário de televisão a respeito de um trabalho missionário que era realizado numa tribo indígena em que os obreiros levaram para os novos crentes o paletó e a gravata. Será que os índios se tornaram mais crentes por causa da inserção do paletó e gravata em suas práticas religiosas? E nós? O que estamos levando para as pessoas? Temos levado o evangelho de Cristo ou a nossa cultura? Só o evangelho de Jesus Cristo salva. Os nossos conceitos, hábitos ou costumes não transformam a vida das pessoas para a vida eterna com Deus. O mundo precisa do evangelho eterno. A cultura pode passar, mas o evangelho é sempre o mesmo. Como disse John R. W. Stott: " O evangelho não mudou com o passar dos séculos. Seja pregado a jovens ou a velhos, no Leste ou no Oeste, a judeus ou a gentios, a pessoas cultas ou a ignorantes, a cientistas ou a leigos, embora a sua apresentação possa mudar, a substância continua a mesma". (5) Que possamos ser sustentados e orientados por essa substância transformadora, isto é, o evangelho de Cristo.



Pr. Adriano Xavier Machado

(1) BOAS, Frans, Antropologia Cultural, tradução Celso Castro, 5ª edição, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009. p. 60.
(2) "Os 'hábitos alimentares' estão entre os elementos mais significativos na constituição de uma cultura". [DIAS, Reinado, Introdução à Sociologia, São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005, p. 53]
(3) LARAIA, Roque de Barros, Cultura, um conceito antropológico, 23ª edição, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,  2009, p.45.
(4)WINTER, D. Ralph & HAWTHORNE, Steven C., Missões Transculturais _ Uma perspectiva bíblica, tradução de Carlos Siepierski e Márcio Loureiro Redondo, São Paulo: Mundo Cristão, 1987, p. 141.
(5) Stott, John R. W., A Mensagem de Gálatas, tadução de Yolanda Mirdsa Krievin, São Paulo: ABU Editora, 1989, p. 47.

Lançamento do Livro em Seara

Na noite do dia 15 de maio de 2010 foi o lançamento do meu livro em Seara, SC: Conquistando as alturas com Deus. O Jornal FolhaSete esteve presente dando cobertura:

Conquista está nas alturas

O sábado, 15, foi especial para a comunidade de Seara, que teve a oportunidade de conhecer mais um escritor que nasce aqui, um filho adotivo do município que presenteia à cidade com um belíssimo trabalho: “Conquistando as alturas com Deus”, obra do Pastor da Igreja Batista, Adriano Xavier Machado. O livro tem conquistado leitores de diferentes regiões.

Pastor Adriano autografa obra 
apresentada Pastor Adriano autografa obra apresentada














O lançamento com noite de autógrafos aconteceu a partir das 19h30, no Auditório Municipal João Furlanetto. Em entrevista ao FolhaSete, o escritor destacou que o livro representa uma conquista. “Por ter sido um longo sonho, que gerou muita expectativa, exigiu dedicação, trabalho e contatos com editoras. Também o incentivo dos amigos, das pessoas que leram no primeiro momento o original, que me encorajaram. Desta forma, entendo que não é uma conquista pessoal, mas de pessoas amigas que estiveram diretamente envolvidas com esse projeto”.
O propósito do trabalho, segundo o pastor Adriano, não foi meramente ver o projeto no papel. “O objetivo é compartilhar algo que possa gerar esperança, levar uma mensagem que possa, de fato, produzir fé nos corações, porque a gente sabe que muitas pessoas estão desanimadas, com sentimento de fracasso, derrota, e são tantas as dificuldades, lutas e desafios da vida. A palavra crise significa oportunidade. Então, entendo que, com toda a crise que há no mundo, no Brasil, crises psicológicas, econômicas, espirituais, seja o que for, creio que é uma oportunidade e procuro ver com esses olhos para estar apontando para o caminho, para uma luz, para motivar, elevar a fé das pessoas”.