Celebrei o Natal... Jesus me Salvou

Celebrei o Natal. Cantei hinos e li textos sobre o nascimento de Jesus. Sei perfeitamente que Ele não nasceu no dia 25 de dezembro. Sei que no passado a idolatria era incentivada nessa data. Mas, onde está na Bíblia que essa data é pagã? Todos os dias foram criados pelo Senhor. Se o diabo usava o dia 25 de dezembro para os seus propósitos, hoje a Igreja usa para a glória de Deus, porquanto, a Igreja anuncia que nasceu o Messias prometido. A Igreja proclama que Jesus é a verdadeira Luz do mundo. 

Celebrei o Natal. Não a magia, mas o autêntico Natal. A magia é o Papai Noel com o seu trenó e sua famosa risada: ho, ho, ho, ho. A magia é aguardar presentes em meias penduradas, acreditando que o Papai Noel desce pela chaminé ou passa pelo buraquinho da fechadura. Assim me ensinaram quando criança. Mas, a verdade é Jesus. Verdade que me liberta de qualquer pecado e maldição, e que enche a minha vida de alegria e amor todos os dias do ano. Se houve um tempo que fui enganado com os costumes dos povos, esse tempo já acabou, Jesus me libertou, Jesus me salvou. "A noite já passou, a aurora já raiou; O negro e denso véu de todo se rasgou. Dos montes através o brado ressoou: Nasceu o Redentor".

Celebrei o Natal. Mas, alguns dizem que eu não devia ter feito isso. Com o argumento que usam, daqui a pouco terei que ter um outro calendário, pois o que existe não tem origem bíblica. Os dias e meses do ano, tal como os conhecemos, vêm de antigas culturas pagãs. Também não será surpresa para mim quando cristãos defenderem o sábado para o culto e serviço a Deus, pois foi apenas em 321 que Constantino "trocou o dia do repouso de Sábado para Domingo". Pensando bem, acho que até vou ouvir alguém dizendo por aí que o nome do Estado de Santa Catarina é maldito e, que por isso esse nome não deverá sair dos meus lábios. Contudo, ainda que alguém venha ensinar assim, estou seguro. Tenho a cobertura do precioso sangue de Jesus.

Celebrei o Natal. Sim, em espírito e em verdade, mas com minhas limitações humanas, culturais e tradicionais. Confesso que gostaria muito de saber qual o dia exato que Jesus nasceu. Mas, ainda bem que eu não sei nem mesmo você querido leitor, para que a nossa glória seja apenas Ele. Quanto ao dia e ao mês isso não importa de fato. O que conta mesmo é Ele. O que faz a diferença é Ele. Jesus é o perfeito Natal. Jesus é a razão do Natal. Se Ele não tivesse vindo, com certeza, para nós do Ocidente, o dia 25 de dezembro só seria mais um dia como outro qualquer. Assim como a Sua vinda dividiu a História em Antes e Depois de Cristo (e isso também não está na Bíblia), Ele mudou o significado do dia 25 de dezembro. "Ó povos, exultai! Nações, ó jubilai. Eis finda toda a dor, jamais se dá um ai; A virgem deu à luz; a Deus glorificai! Nasceu o Redentor!"

Celebrei o Natal. Não fiquei melhor nem pior por isso. Não guardo dias, meses, tempos nem anos. A Bíblia nos ensina claramente: "Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão" (Gálatas 5.1). Celebrei o Natal porque fiz essa escolha. Não fiz por mim nem por qualquer outra pessoa, mas, apenas por Jesus que é digno de todo louvor, honra e glória. Em meu coração há uma canção. Aprendi em uma época quando conheci o verdadeiro Natal: "Nasceu o Redentor! Nasceu o Redentor! O Eterno Pai do céu seu Filho ao mundo deu. Alerta, ó terra entoa a nova alegre e boa: Nasceu o Redentor!". "Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor"(Lucas 2.14 - NVI). Aleluia, celebrei o Natal, pois, Jesus me salvou!

Pr. Adriano Xavier Machado

A Vida e a Arte de Escrever

A vida é como a arte de escrever. Há muitas possibilidades, movimentos e direções. Com as letras podemos formar palavras, frases, parágrafos, histórias e o que der na imaginação. Com a vida não é muito diferente. Cada vida é uma sentença. Cada vida é uma história. Lembro-me que quando criança ficava ouvindo do meu avô paterno os seus contos. Tudo aquilo encantava a minha mente e os meus pensamentos. Tal como um livro, a vida do meu avô me impressionava. Assim, eu e você temos as nossas histórias. Eu e você ainda estamos escrevendo o nosso roteiro. Portanto, que cada história de vida siga a direção certa, sendo redigida e orientada pelo Senhor, o autor e consumador da fé.

A vida é como a arte de escrever. Nem sempre a conjugamos adequadamente. Nem sempre a pontuamos corretamente.
Às vezes, quando releio alguns dos meus textos, acabo percebendo alguns tropeços gramaticais. Apesar de me oferecer certa dor, com o erro, nunca desisto, mas, antes insisto, nunca resisto a oportunidade de aprender e melhorar. Aliás, já aprendi que todo bom texto, na verdade, já passou pelo processo de revisão e correção. Com a vida também deveria ser assim. Nem sempre acertamos em um primeiro momento, mas, em cada tropeço, recomeçamos e tentamos novamente. Parafraseando um pensamento, o errar é do homem, mas o corrigir é de Deus.

A vida é como a arte de escrever. Nem sempre ela é devidamente compreendida. Nem sempre ela é facilmente correspondida. Cada mente tem o seu universo. Cada coração tem a sua própria cosmovisão. Ao elaborar um texto, procuro fazer com que todos entendam o que escrevo. Algumas vezes sou feliz nesse objetivo, mas, outras, não. Nem tudo o que eu desenvolvo é devidamente absorvido ou devidamente apreciado. Alguém já disse que nada é mais "difícil do que expressar pensamentos significativos de modo que todos os compreendam". A vida também é assim. Nem sempre somos bem interpretados. Todavia, podemos e devemos continuar escrevendo a nossa história. Deus, aquele que não vê a aparência, mas, o coração, sonda todas as intenções e conhece todas as motivações.

A vida é como a arte de escrever.
Com o texto temos a oportunidade de tocar a vida de alguém. Eu mesmo em muitas leituras já sorri, chorei, sonhei e me emocionei. A nossa vida também é assim, ela nunca passa em branco. De algum modo estamos transmitindo uma mensagem, comunicando algo para a vida de alguém. Não é por menos que se diz que "responsável é você pelo que cativou". A questão é como estamos vivendo. A nossa vida é motivo de sorriso, paz e alegria? Algumas histórias nos fazem chorar, outras nos fazem sonhar. Portanto, como estamos vivendo? Jesus disse que somos o sal da terra e a luz do mundo. Que possamos dar sabor, e, não, dissabores. Que possamos iluminar, fazendo da vida como a arte de escrever, a arte de promover fé e esperança.

Ah, ainda não terminei. Se a vida é como a arte de escrever, quero continuar vivendo, quero continuar escrevendo. Isso significa que preciso estar sempre me empenhando e me dedicando. Escrever não é uma tarefa fácil. Viver também não é tão simples assim. Escrever sem qualquer compromisso com as regras gramaticais é uma coisa, mas escrever conforme a norma culta é outra. Igualmente, viver de qualquer jeito é uma coisa, mas viver com princípios é completamente diferente. Eu decido pelo melhor, pelo mais difícil, todavia, pelo mais gracioso, lógico e coerente. Com perseverança, chego lá. Você também consegue. Acredite. A vida é como a arte de escrever.

Pr. Adriano Xavier Machado


Meu Compromisso no Ministério

Recentemente completei 17 anos de ministério pastoral. Isso me tem feito pensar sobre a minha vocação e chamada. Provavelmente tenho passado por aquele tempo de avaliação e reavaliação. Sinceramente, vejo que ainda tenho muito para aprender. E graças a Deus, ainda me sinto como um garoto cheio de disposição e disciplina para estudar, conhecer, ouvir, ler e me aperfeiçoar. Vivas e desafiadoras são para mim as palavras de um obreiro que ressaltou em sua larga experiência ministerial: "Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos" (2 Timóteo 1.6). Quero continuar despertando o dom que há em mim. Mas, algo está muito claro no meu coração: Deus me chamou para apascentar vidas. Entendo que o pastor é aquele que conduz o rebanho aos pastos verdejantes, onde as ovelhas são nutridas com alimento fresco e saudável da Palavra do Senhor.

O apóstolo Paulo escrevendo a um jovem obreiro disse: "se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja" (1 Timóteo 3.1). Sem dúvida, o ministério da Palavra é uma verdadeira honra. Não me arrependo em ter deixado o sonho de seguir uma carreira militar, para ser um pregador do evangelho. De fato, é um enorme privilégio estar envolvido direta e integralmente na obra do Senhor. No entanto, há a recomendação bíblica para que "muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo" (Tiago 3.1). Ser pastor não é brincadeira, não é uma opção de carreira profissional nem uma questão de status social. Ser pastor é verdadeiramente atender a um chamado divino para apascentar o rebanho de Deus. O pastor não é aquele que faz show no púlpito para ganhar a atenção e o reconhecimento dos homens. O pastor chamado por Deus não vive de aplausos ou holofotes, mas, sim, com o sincero objetivo de servir vidas através do ensino e da pregação da Palavra de Deus.

Ao estudarmos sobre os grandes avivamentos e despertamentos, percebemos sempre a Igreja se dedicando à pregação da Palavra de Deus. Sim, a oração nunca é ignorada, mas também nunca a Palavra de Deus. "Não podemos ler a história da igreja, mesmo de forma superficial, sem perceber que a pregação sempre ocupou posição central e predominante na vida da igreja, particularmente no protestantismo", articulou D. Martyn Lloyd-Jones. A pregação é tão importante na vida da Igreja que, o apóstolo Paulo insistiu: "Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina" (2 Timóteo 4.2). Para o apóstolo, a pregação tem que ser uma constância no ministério, tem que ser vivida, tem que ser a base para orientação e capacitação do Povo de Deus, tem que ser praticada com determinação e profundo conhecimento bíblico. Não é pregar qualquer coisa ou sobre qualquer assunto, mas "a palavra" de Deus.

Mas, lamentavelmente, muitos púlpitos não refletem mais o comprometimento bíblico. Há "pregações" inteligentes, dinâmicas e criativas, porém, muitas vezes sem o respaldo da Palavra do nosso Deus. São "pregações" semelhantes aos discursos de autoajuda ou de técnicas de gerenciamento pessoal ou de recursos humanos. Não é algo que leva à dependência de Deus e à fé em Jesus Cristo, e, sim, a uma receita bem elaborada, disfarçada de espiritualidade por causa de alguns clichês religiosos. Talvez seja por isso que há muitos crentes dependentes de certas frases feitas e repetitivas para continuarem "animados" e "comprometidos" no serviço do Senhor. Sem alimento adequado, o rebanho de Deus fica fragilizado, debilitado, sem a força do Espírito Santo para continuar prosseguindo no propósito do Reino. Se é assim, então eu quero mesmo ser um homem da Palavra, que viva sem restrições a Palavra de Deus. "Em Deus louvarei a sua palavra; no SENHOR louvarei a sua palavra" (Salmos 56.10).

O desejo de um autêntico pastor é: "que ele cresça e que eu diminua" (João 3.30). Isso acontece quando o pastor não fala de si mesmo, mas daquele que o chamou, isto é, Cristo Jesus. Por isso a importância de se conhecer, amar e ensinar a Sua Palavra. Paulo lembra a Timóteo: "Persiste em ler, exortar e ensinar" (1 Timóteo 4.13). O ministério pastoral só existe quando o pastor está apascentando vidas segundo a orientação do evangelho. Um pastor pode lidar bem com burocracia, documentos, leis, dinheiro, departamentos etc, mas se não sabe lidar com vidas pela Palavra de Deus, poderá ser tudo, menos pastor de fato. Jesus sendo o exemplo maior, deixou-nos a seguinte indicação de um autêntico ministério pastoral: "Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas" (João 10.11). Jesus deu a sua vida por nós de acordo com a vontade do Pai. Tudo o que Ele fez foi segundo as profecias. Em nada Jesus contrariou a Palavra de Deus. Assim, deve ser o ministério pastoral, ou seja, segundo a Palavra de Deus.

Bem, diante de tudo isso, quero renovar a minha aliança com a Palavra. Quero aprender mais da Palavra. Quero poderosamente viver a Palavra de Deus. No ministério posso seguir por muitos "caminhos", os que estão na moda ou mesmo os que já se encontram esquecidos, contudo, decido pela Palavra. Não preciso de novidades baratas nem de invenções de homens. Acredito que o evangelho de Jesus é poderoso para salvar. Creio que a Palavra de Deus nunca falhará. "Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei" (Isaías 55.11). Todo modismo passa. Tudo o que é do homem um dia acaba. "Mas a palavra do Senhor permanece para sempre" (1 Pedro 1.25). Aleluia, na Palavra estou seguro. Na Palavra tudo o que Deus diz a meu respeito se cumprirá. Logo, o meu compromisso no ministério é com a Palavra de Deus. E o seu?

Pr. Adriano Xavier Machado

Cristianismo Dinâmico

O cristianismo do evangelho, não apenas de uma tradição religiosa, sem dúvida, faz uso do discurso para a promoção da fé. Jesus disse: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" (Marcos 16.15). A Palavra de Deus é pregada e compartilhada para a salvação de almas. "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" (Romanos 10.17). No entanto, o cristianismo é muito mais do que pregação e ensino. O cristianismo não se resume a uma plataforma para a oratória ou a uma mera verbalização de ideias e conceitos. O cristianismo de Jesus é movimento, é conteúdo encarnado, é a capacidade de tomar iniciativa, ousadia de intervir, experiência, mudança, contato, tato e olfato. O cristianismo de Jesus é vida e dinamismo. "Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos, e testificamos o que vimos" (João 3.11).

Nos evangelhos podemos ver Jesus em constante movimento. Ora Ele se encontra em um monte, ora Ele está presente em uma sinagoga. Ele caminha por cidades e aldeias, por praias e desertos. Jesus fica diante de mendigos, cegos, prostitutas, paralíticos ou leprosos. Jesus participa de festas religiosas ou de banquetes sociais com publicanos e pecadores. Jesus dá atenção às crianças, ouve o clamor dos aflitos e sempre vai ao encontro do necessitado. O ministério terreno de Jesus não se limitou a algo que vemos nos dias de hoje em termos de especialistas apenas de "palanques" ou "púlpitos". Jesus sentia o cheiro das pessoas, ficava atento à dor dos cansados e oprimidos, sempre agindo, caminhando e vivendo o que pregava.

Com certeza Jesus também é lembrado por seus grandes ensinamentos e sermões, por suas doutrinas e parábolas. O Sermão da Montanha e a Parábola do Semeador, por exemplo, são famosos e lembrados por grandes oradores e mestres. Mas, o que mais se destacou em Jesus foi a Sua vida atuante, operante, confrontando as injustiças, curando os doentes, libertando os encarcerados de espírito, enfim, fazendo enquanto era dia, a obra do Pai (João 9.4). E aí deve estar o nosso objetivo de fé. No exemplo de Jesus devemos viver o cristianismo. "Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas" (1 Pedro 2.21).

Um trabalho literário que marcou muito o início da minha caminhada cristã foi o de Charles Sheldon: "Em Seus Passos o que Faria Jesus?". O título em si já é bastante sugestivo e desafiador. O livro nos faz refletir sobre respostas práticas que devemos dar em nome de Jesus no nosso dia a dia. O livro não é um convite à pesquisa teológica, mas, a uma posição cristã diante dos dilemas e complexidades da vida. Levando em conta a atual cultura midiática que nos bombardeia com tantas informações e notícias, deixando-nos com uma postura passiva e de alienação, provavelmente a proposta da obra de Sheldon tem mais relevância nos dias de hoje, do que no fim do século XIX, quando o livro então foi editado e impresso. Pois mais do que nunca urge vivermos um cristianismo que se movimenta e interage na comunidade local e na sociedade de uma forma geral.

Pelos noticiários somos informados das muitas misérias e injustiças no Brasil e no mundo. É a corrupção na política, a violência contra a mulher, famílias sendo destruídas pelo álcool e drogas, homicídios de jovens e adolescentes e tantas outras situações humilhantes e degradantes. E o que a Igreja tem feito? Há sim algumas iniciativas pontuais dignas de reconhecimento, mas tudo indica que é preciso muito mais. Parece que o que prevalece ainda é o cristianismo das escrivaninhas, das salas de aula, dos púlpitos. Precisamos mesmo do cristianismo das ruas, dos becos, das estradas, praças e cidades. Precisamos do cristianismo que olha nos olhos, que ouve o gemido do angustiado, que oferece pão ao faminto, o abraço ao carente e o aperto de mão a quem necessita de encorajamento. Enfim, precisamos do cristianismo cheio de vida que lida de modo prático com a vida das pessoas.

Tiago nos oferece um pensamento muito adequado e equilibrado a respeito do cristianismo. Para ele a fé coopera com as obras e "pelas obras a fé é aperfeiçoada" (2.23). O entendimento do apóstolo é que a fé se manifesta com atos de justiça. A sua conclusão, portanto, é que "assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta" (2.26). Tiago não aceita de jeito nenhum uma espécie de cristianismo que não tem efeito na prática do dia a dia. Ele cita um exemplo esclarecedor: "Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do mantimento de cada dia e um de vocês lhe disser: 'Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se', sem porém lhe dar nada, de que adianta isso?" (2.15,16 _ NVI). Um cristianismo assim, para Tiago, não tem a vida do Espírito. Pois cristianismo autêntico é aquele que se manifesta não apenas discursivamente, mas com atos e obras que reflitam a transformação em Jesus e toda orientação santa e graciosa do Seu evangelho redentor. É esse tipo de cristianismo que o mundo mais precisa.

Pr. Adriano Xavier Machado

Discernimento Espiritual

O discernimento espiritual tem a ver com a capacidade de se fazer juízo correto e verdadeiro em relação as coisas, pessoas, palavras ou circunstâncias, tendo por fundamento o caráter, os atributos e a vontade de Deus. Não é uma questão de mero entendimento intelectual, adquirido pelo raciocínio, pela lógica ou razão. Filósofos fazem uso da mente, recorrem à análise e à comparação, no entanto, só isso não os capacita ao discernimento espiritual. É preciso algo além das faculdades do intelecto. É preciso de uma revelação ou iluminação do Espírito.

Primeiramente, entendemos que o discernimento espiritual é uma capacitação do Espírito Santo. O apóstolo Paulo escrevendo à Igreja de Corinto reconhece que a alguns lhes é dado "o dom de discernir os espíritos" (1 Coríntios 12.10). Sabemos que uma das estratégias do diabo para confundir e enganar a Igreja é o uso de heresias e falsos mestres. Jesus mesmo chegou a dizer: "Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos" (Mateus 13.22). Somente com a capacitação do Espírito Santo o cristão poderá discernir a verdade da mentira e a luz das trevas.

Se os escolhidos não são enganados é devido a graciosidade do Espírito Santo que os guia a toda a verdade. "Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir" (João 16.13). Todavia, os que permitem ser ludibriados pelo erro é porque não vivem verdadeiramente na dimensão do Espírito. Sim, muitas vezes são religiosos, são inteligentes e até mesmo sinceros, mas tudo não passa de uma ação carnal, faltando-lhes, portanto, a dependência e a obra poderosa do Espírito Santo.

Ficamos perplexos como algumas pessoas são levadas ao erro facilmente. Ouvem sermões bíblicos, leem livros de conteúdo evangélico, estão quase sempre diante da verdade de Cristo, mas nunca aprendem de fato a verdade do Senhor. Por quê? Porque ainda não entraram plenamente ou ainda não aprenderam a reconhecer verdadeiramente aqueles "lugares celestiais em Cristo" (Efésios 1.3). Assim, são seduzidas pela aparência religiosa e facilmente atraídas por "sinais e prodígios" que não correspondem ao puro evangelho de Jesus. Essas pessoas precisam de um despertar e da experiência transbordante do derramamento do Espírito Santo de Deus.

Segundo, entendemos que o discernimento espiritual é para todos os que creem em Cristo. É verdade que alguns possuem esse dom mais destacado e aprofundado. O discernimento espiritual é um dos dons do Espírito. Mas, todos precisam de uma certa medida desse dom espiritual. Caso contrário, serão presas fáceis. Ouvirão um testemunho mirabolante e emocionante e, mesmo não tendo nada a ver com o evangelho, dirão na religiosidade da carne: amém, aleluia e glórias a Deus. Não estamos brincando nem zombando da fé de ninguém, apenas alertando. Nenhum cristão deve ser tão inocente a ponto de "engolir" tudo o que vê, lê ou ouve. Temos o Espírito de Deus que nos conduz à verdade de Cristo e à Sua Palavra que ilumina o nosso entendimento.

Todo cristão pode ter uma certa medida de discernimento espiritual, porque todo salvo pode estar transbordante do Espírito. O apóstolo Paulo escreveu para a Igreja de Éfeso: "E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito" (Efésios 5.18). Talvez o grande problema é que essa orientação não tem sido levada tão a sério. Há cristãos fazendo ou querendo fazer de tudo no ministério eclesiástico, menos arrumar tempo para se encher do Espírito Santo. Sem dúvida, importa fazer a obra do Senhor, estudar, pesquisar e aprender sobre a Bíblia e a teologia, mas nada poderá substituir a nossa capacitação espiritual.

É interessante que nos dias de hoje os crentes têm acesso fácil a DVDs, CDs e livros que tratam da fé cristã, no entanto, muitas vezes não tem havido nenhuma transformação do caráter à semelhança de Cristo. A prova disso é que muitas igrejas estão divididas, muitos casais evangélicos recorrem pronta e facilmente ao divórcio, a pornografia não está presente apenas no "mundão", mas também nos arraiais cristãos, enfim, muitos são os que professam o nome de Jesus e que continuam derrotados ou escravizados pelo pecado. Importa considerar mais a recomendação paulina: "enchei-vos do Espírito".

Com discernimento espiritual enxergaremos melhor o que Deus tem para nós. Com discernimento espiritual perceberemos os perigos do "laço do passarinheiro" (Salmos 91.3). Com discernimento espiritual conseguiremos examinar tudo e reter o que é somente bom (1 Tessalonicenses 5.21). Com discernimento conseguiremos separar "entre o santo e o profano, e o farão discernir entre o impuro e o puro" (Ezequiel 44.23). Mas, sem o discernimento espiritual não há como filtrar nada ou quase nada. Estamos entendendo o que está sendo dito aqui? Se sim, então provavelmente, pela graça de Deus e ação do Espírito Santo estamos tendo discernimento espiritual.

Pr. Adriano Xavier Machado

Lance Armstrong _ sucesso é ter um bom nome

Sete vezes campeão no Tour de France.  Com o patrocínio de uma das maiores marcas desportivas, isto é, a Nike. Nada parecia detê-lo. Nem mesmo o câncer conseguiu derrotá-lo. Focado sempre para vencer, afirmou: "A dor é temporária. Ela pode durar um minuto, ou uma hora, ou um dia, ou um ano, mas finalmente ela acabará e alguma outra coisa tomará o seu lugar. Se eu paro, no entanto, ela dura para sempre". Assim foi o ciclista americano Lance Armstrong: sempre prosseguindo, sendo admirado e aplaudido por todos. Até que o uso de doping foi reconhecido, comprovado e divulgado. Aí não teve mais como levar adiante todo o esquema. Tudo o que havia construído desmoronou. De herói passa a ser o vilão. Das alturas experimentou uma terrível queda. Havia conseguido o sucesso e os títulos por vias não aceitáveis ou recomendáveis.

Lance Armstrong é um exemplo a não ser seguido. Estamos quase sempre pensando em sucesso, em construir uma carreira de destaque e promissora, em vencer todos os desafios que a vida nos apresenta, em ser uma referência profissional ou ministerial, enfim, não queremos ser detidos por nada nem por ninguém para se alcançar a glória, o auge e, conforme a possibilidade, o constante primeiro lugar. Contudo, precisamos saber se estamos seguindo pelo caminho correto. Não adianta sermos aplaudidos hoje e amanhã sermos vaiados. Não adianta fantasiarmos hoje e amanhã sermos desmascarados. O que pode levar anos para ser construído ou conquistado, em um dia tudo pode ser desfeito e ir embora como plumas ao vento, caso não haja a segurança de algo sólido, consistente e permanente. Sim, é importante prosseguir, perseverar e nunca desistir. Mas, é igualmente importante saber por onde estamos "pedalando".

Afirma uma música popular que, a "vida é feito andar de bicicleta: se parar você cai... Sempre alimente a esperança de vencer. Só duvide de quem duvida de você". Lance Armstrong pedalou. Nada o fez parar. Seu propósito foi vencer. Ele nunca duvidou do seu potencial. Ele sabia que podia ser um campeão. Contudo, o problema de Armstrong foi escolher o caminho errado para alcançar o seu objetivo. Aqui podemos parafrasear um texto bíblico: "há caminhos que parecem promissores, porém, são falsos, pois o fim deles é a destruição, a vergonha e humilhação". Sim, não basta apenas ter garra, é preciso seguir por um caminho totalmente ético, sensato, humilde, honesto, justo, verdadeiro, seguro e inteligente. Pode nem sempre ser fácil, mas, com toda certeza, sempre será o melhor. Pois, não adianta começar bem e terminar mal. Salomão já dizia: "Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas".

Há uma lenda que fala de uma sacerdotisa que pediu ao deus Apolo vida longa, mas se esqueceu de especificar a manutenção de sua juventude. Os anos se passaram e o seu corpo foi sendo desgastado. O que deveria ser um presente, passou a ser uma maldição. Vivendo por quase um milênio, o seu fim foi de solidão, amargura e em estrema feiura. Se soubesse fazer o pedido de maneira certa, poderia ter vivido desfrutando de todos os sabores e privilégios da beleza feminina. Ela sabia o que queria, mas não sabia como de fato conseguir o que desejava. O que deveria ser uma grande oportunidade, passou a ser a grande tragédia. Essa lenda nos faz lembrar de que não basta saber o que se quer, é preciso também saber como conseguir o objetivo. O processo é fundamental. O caminho escolhido é essencial. A direção que se segue é o que de fato faz a diferença.

Lance Armstrong errou o caminho. E quanto a nós? Estamos na direção certa? Vamos entender que se não estivermos seguindo por um caminho correto, os louros de hoje poderão ser transformados em espinhos amanhã, as recompensas em punições, as comemorações em lamentos. Todavia, se seguirmos na devida direção para se alcançar a vitória em tudo o que fazemos, constataremos de que vale muito "mais ter um bom nome do que muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a riqueza e o ouro". Porquanto, o verdadeiro sucesso não tem nada a ver com títulos, medalhas ou premiações, mas, com um nome que seja digno de respeito e consideração. Um nome que possa ser motivo de honra para os pais, de alegria para o cônjuge, de estima para os filhos, de lucidez para os amigos e, principalmente, de um nome que ache graça perante os ouvidos do Senhor. Saibamos acertar o caminho. O resultado será o sucesso de um nome abençoado com crédito entre os homens e aprovação nos céus.

Pr. Adriano Xavier Machado

Castelos de Areia

Quando criança gostávamos de fazer castelos de areia na praia. Por mais que houvesse esmero e cuidado, aquelas "construções" não tinham muita durabilidade. Ou eram desfeitas pelos ventos ou engolidas pelas ondas do mar. Isso nos faz lembrar a vida humana com os seus desafios, sonhos e projetos. Por mais que venhamos a construir coisas para a nossa satisfação, realização ou ainda para a nossa própria segurança, ventos e ondas da vida podem desfazer tudo num piscar de olhos. Os castelos que construímos são de areia.

Com o tempo aprendemos que o importante mesmo não é construirmos alguma coisa por nossas próprias forças ou sabedoria, mas permitirmos que Deus construa algo em nós e através de nós. Tudo o que podemos oferecer é de areia, passageiro e sem consistência. Contudo, o que vem de Deus resiste aos ventos e as ondas da vida. Toda obra divina tem durabilidade, eternidade. Por que, então, perdermos tempo com castelos de areia? Há um projeto divino seguro e que não poderá ser destruído ou desfeito por nada nem ninguém.

Certa vez Andrew Murray fez uma importante constatação: "Não pense no pouco que tem para oferecer para Deus, mas no quanto Ele lhe quer dar". Exatamente, temos muito pouco a oferecer, temos poucos recursos, mas, Deus tem muito a nos conceder. O Senhor tem maravilhas para o nosso viver. Logo, vamos de fato receber tudo o que o Senhor deseja compartilhar conosco. Vamos com ousadia abrir o coração para o Senhor, prontos para receber toda a Sua direção, verdade e luz. Deus deseja estar conosco, ajudando-nos a construir para a eternidade.

Há um texto bíblico que deveríamos lembrar sempre: "E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" (1 João 2.17). Não há nada no mundo que possa subsistir ao tempo ou trazer satisfação em todas as estações da vida. Não há eternidade no mundo nem nas suas obras. Tudo passa. Todavia, em Deus há muito mais do que podemos sonhar ou desejar. Quem faz a vontade d'Ele permanece para sempre. É a promessa bíblica. É o que nos ensina a Palavra de Deus. A obra divina no nosso viver não é de areia.

Venham os ventos. Venham as ondas. Sabemos em quem temos crido. Sabemos que Ele nos guarda em todo o tempo. Sabemos que Ele é por nós. Por mais intensos que sejam os ventos, o que Deus faz em nós não será desfeito. Por mais fortes que sejam as ondas, ainda ficaremos firmes e constantes. "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" (Filipenses 1.6). "E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá" (1 Pedro 5.10). Amém.

Pr. Adriano Xavier Machado

Adoração, relíquias e fé

Adorar a Deus. Eis um desafio constante na vida cristã. Sabemos que a adoração não pode ser de qualquer jeito, mas em espírito e em verdade (João 4.23,24). Mas, será que de fato estamos entendendo o que isso significa? Estamos realmente vivendo em uma época de muitos erros e enganos religiosos. Assim, tal qual a mulher samaritana que não sabia o que realmente adorava, muitos nos dias de hoje estão longe da verdadeira adoração. Para muitos o Espírito Santo continua testificando: "Vós adorais o que não conheceis".

De fato, não há nada de novo debaixo do Sol (Eclesiastes 1.9). A história da humanidade é cíclica. De certa forma, tudo se repete. E uma das coisas que vem se repetindo é a adoração sem conhecimento. Não estamos discutindo a sinceridade ou mesmo o fervor religioso, mas sim a ignorância e falta de sabedoria espiritual. No Antigo Testamento, o povo de Deus já perecia por falta de conhecimento (Oséias 4.6). O texto não se refere aos povos pagãos ou idólatras, mas ao povo de Deus que se encontrava no engano.

É muito fácil olharmos para o passado e apontarmos os erros cometidos. O problema é que temos muita dificuldade de fazermos uma autoavaliação. Ficamos imaginando gerações futuras estudando sobre a nossa época e ficando escandalizadas com os muitos desvios de nossas igrejas. Muito da adoração contemporânea é semelhante à veneração de relíquias e compras de indulgências do período medieval. A adoração de muitos cristãos não é de fato voltada para Deus, mas para objetos "sagrados" que foram "ungidos" por líderes eclesiásticos que "intercedem" pelo povo. Não há uma real fé que descansa, espera e confia em Jesus.

A adoração verdadeira está na dimensão espiritual. Não tem nada a ver com o que é palpável ou pode ser visto. A bênção de Deus não pode ser obtida com recursos materiais ou mecanismos humanos. "Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade" (João 4.24). E só podemos alcançar essa condição através de Jesus (João 14.6). Somente pela fé em Jesus podemos chegar ao trono da graça para recebermos socorro no momento oportuno (Hebreus 4.16). Não tem nada a ver mesmo com as receitas religiosas inventadas por homens. Só Jesus Cristo cura, liberta e salva.

Quando Jesus disse que a salvação vem dos judeus (João 4.22), Ele estava querendo dizer a respeito de Si mesmo como a fonte de toda bênção espiritual. Havia um debate sobre o verdadeiro lugar de adoração. Para os samaritanos seria no Monte Gerizim e para os judeus em Jerusalém. Podemos perceber que a discussão girava em torno de questões humanas e terrenas. Não se tinha uma autêntica percepção espiritual. Mas, Jesus explicou: "Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai... Mas a hora vem, e agora é..." (João 4.21,23). Por que Jesus disse "agora é"? Porque Ele já tinha vindo ao mundo para realizar uma obra poderosa que derrotaria o pecado e o diabo com todas as suas perversas e tenebrosas obras.

Quando avaliamos a Igreja em todos os tempos, percebemos as mentiras e heresias, exatamente pelo fato do desprezo ou ignorância do poder da mensagem da Cruz. Quando a Igreja perde o foco de Jesus e de Sua obra redentora, perde-se também a visão e o entendimento espiritual. Para o mundo, quando a obra da Cruz não é tida como suficiente, recorre-se ao sal grosso, ao galho de arruda, à água benta etc. Para o evangélico nos dias de hoje, quando a obra da Cruz não é totalmente suficiente, recorre-se aos lenços, às fronhas ou meias "ungidas" por pastores especialmente "ungidos". A bem da verdade, por mais dolorosa que seja, o erro de um é em essência, o mesmo erro do outro. Nada deve substituir a nossa confiança e dependência de tudo o que Jesus é e fez para nos salvar.

A adoração que Deus procura não se encontra em lugar, coisas ou em objetos sagrados e "ungidos", mas, sim, no Messias ou Cristo de Deus, Jesus. Messias é a palavra hebraica que significa ungido. Cristo é a palavra grega que tem o mesmo significado. Falemos claro, não precisamos ficar comprando objetos "ungidos" por homens com as mesmas fraquezas e limitações que nós, pois já foi pago um alto preço na Cruz para que tenhamos o perfeito Ungido de Deus agindo, operando e se manifestando em nós com poder e graça por meio da fé. A graça de Jesus é suficiente. E somente n'Ele encontramos a verdadeira adoração. A adoração que o Pai procura em espírito e em verdade.

Por fim, fique destacado: não basta adorarmos com sinceridade e empenho. De outro modo, poderemos ouvir: "Vós adorais o que não conheceis". Precisamos saber a quem estamos adorando. Conhecendo o evangelho não seremos enganados. "Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo" (Romanos 10.17). Que tenhamos uma fé alicerçada na Palavra de Cristo. Pois todo aquele "que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha" (Mateus 7.24,25). E pela Palavra aprendemos que a Cruz é o novo e vivo caminho. Pela Cruz alcançamos o Céu. Pela cruz obtemos todas as bênçãos de Deus. Estamos verdadeiramente crendo nisso?


Pr. Adriano Xavier Machado



Senhor, ensina-nos a orar

Jesus, um dia os Teus discípulos pediram:
Senhor, ensina-nos a orar.
Esse mesmo pedido ainda fazemos a Ti:
Senhor, ensina-nos a orar.
Não clamamos a Ti uma oração modelo.
Já a temos e ela é perfeita e suficiente.
Mas, Senhor, ensina-nos a orar.
Ensina-nos a orar em todos os momentos,
tempos e estações.
Às vezes, tudo está muito frio,
corações insensíveis e distantes de Ti.
Ensina-nos a orar quando o inverno espiritual
for intenso, cortante e mortal. 

Senhor, ensina-nos a orar. 
Às vezes, tudo está muito colorido.
Na estrada da vida há flores e perfumes.
Mas, Senhor, ensina-nos a orar.

Não queremos ficar distraídos
com o encanto da primavera.
Aqui não é o nosso lugar de descanso.
Temos muito que prosseguir.
Temos muito que caminhar.
Senhor, ensina-nos a orar. 

Às vezes, as nuvens se dissipam,
o céu fica azul e o sol começa a brilhar.
O calor vem e ficamos ardentes para Ti.
Mas, com o calor, vem, também, as chuvas,
enchentes e inundações.
Mas, queremos estar firmes na rocha.

Queremos estar alicerçados na Tua Palavra.
Senhor, ensina-nos a orar.

Na estação dos frutos,
não tenhamos nada do que nos orgulhar,
a não ser em Ti, reconhecendo a Tua graça,
o Teu poder e o Teu amor.
Sim, oh, Deus, precisamos aprender a orar.
Em qualquer lugar, situação ou circunstância.
 

Senhor, ensina-nos a orar!

Pr. Adriano Xavier Machado

O Vício da Maledicência

O vício "é um hábito repetitivo que degenera ou causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem" (Wikipédia). Muitos são os tipos de vícios, mas, parece que nada é tão ignorado quanto o vício da maledicência, isto é, o hábito repetitivo de falar mal das pessoas. Alguns gratuita e facilmente gostam de criticar e de ver defeitos nas pessoas e no que elas fazem. São os viciados em falar mal. São homens e mulheres que necessitam de libertação. São homens e mulheres que necessitam de cura espiritual.

A maledicência em um primeiro momento pode trazer satisfação a quem dela faz uso, mas, sempre traz algum tipo de prejuízo para o espírito. A maledicência prejudica também a unidade e a comunhão do Corpo. Nenhum grupo consegue sobreviver com contínuas conversações maldosas e maliciosas. O vício da maledicência traz prejuízo tanto pessoal quanto coletivamente. Por isso o apóstolo Paulo orientava:"Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca" (Colossenses 3.8).

Alguns casos de vícios da maledicência são tão extremos que, os dependentes perdem totalmente a noção. Às vezes, dentro de um ônibus ou trem, em uma fila de banco ou até mesmo em um trabalho qualquer da igreja, começam a falar mal de tudo e de todos. É comum rapazes e moças usando drogas em calçadas ou praças, não é verdade? Eles muitas vezes nem se importam com os transeuntes. Assim, também, são os viciados na maledicência. Falam mal sem se importar com quem está perto. Falam mal perto de crianças, novos convertidos e até de não crentes. 

Sim, tem muitos crentes sem noção, falam mal de qualquer pessoa e perto de qualquer um, porque estão acorrentados pela maledicência. Ignoram a orientação bíblica: "Deixando, pois, toda a malícia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações" (1 Pedro 2.1). Com certeza, tais viciados também precisam ser amados. Mas, quando não aceitam ajuda e tratamento é melhor manter distância. "E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles" (Romanos 16.17).

É possível ser liberto do vício da maledicência. Segundo alguns estudiosos das ciências humanas, "a nossa predisposição determina a nossa percepção". Assim, tudo é maravilhoso para quem está maravilhosamente bem, tudo é horrível para quem está terrivelmente mal. Decerto, ninguém deve ser ingênuo a ponto de pensar que a vida é como Alice no País das Maravilhas, mas também ninguém deve ser tão cego a ponto de acreditar que a vida se assemelha ao Mito da Caverna de Platão, onde tudo só é escuridão. Com equilíbrio, sabedoria e graça, alcança-se o discernimento adequado. Assim, o que realmente tiver de ser dito, será dito na hora certa, com a pessoa certa e do modo certo, tudo para a honra e a glória do nome de Jesus. Todavia, nada de maledicência. Ficar falando mal dos outros não convém aos filhos de Deus.

Pr. Adriano Xavier Machado

Demonstração de Humildade e Serviço

Em uma cultura como a nossa que valoriza tanto o status social, a posição hierárquica e a capacidade em exercer poder, o que Jesus fez em João 13, ao lavar os pés dos discípulos, é muito estranho. A propósito, para os discípulos também não foi nada simples. Inclusive, Jesus teve que explicar para o apóstolo Pedro: "O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois". O gesto de Jesus só pode ser mesmo absorvido e compreendido com o discernimento espiritual. Onde já se viu, o Senhor se curvar perante os servos? Como pode o Mestre lavar os pés dos discípulos? Jesus responde: "Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns dos outros". 

Jesus nos dá o exemplo de humildade e serviço. O problema é que muitos não querem aprender isso. Pensam que ser um bom líder é apenas estar na frente de algum projeto, em posição de comando e destaque, fazendo somente a parte mais cômoda e desejável. Não conhecem o poder e a graça de servir em todo tempo. Não sabem o que de fato é o Reino de Deus. Naquele momento os discípulos não terem entendido a iniciativa de Jesus, até se justifica, porquanto era algo novo, era algo que eles ainda não tinham visto. Mas, quanto a nós, já sabemos do exemplo de Jesus. Já conhecemos o Seu ensinamento: "Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo"  (Mateus 20.25-27).

O que geralmente tem impedido a postura cristã correta é a busca constante de autoafirmação. Pessoas carentes, que não reconhecem o valor que têm em Cristo, que não entendem o privilégio e a glória do servir com amor, não conseguem se doar sem esperar algo em troca, quer seja atenção, elogio, reconhecimento, carinho, estima etc. É claro que tudo isso é muito sutil. As fraquezas e carências humanas sabem ficar na moita, escondidinhas, só aproveitando as brechas. O problema é que a busca de autoafirmação em uma postura que não seja verdadeiramente o servir no exemplo de Jesus, nunca trará realização, satisfação e alegria. Sempre faltará algo. Apenas fazendo algo para o semelhante no amor e simplicidade de Jesus encontraremos a verdadeira felicidade. Lavando os pés uns dos outros demonstramos o autêntico cristianismo.

O interessante é que Jesus lavou os pés dos discípulos. Ele não lavou as mãos ou a cabeça deles, mas, sim, os pés. É o serviço que ninguém quer fazer. É o serviço menos atraente. É o serviço que não traz reputação. É o serviço que crucifica o orgulho da carne. Se realmente queremos experimentar a maturidade cristã, não podemos fazer só o que gostamos e apreciamos. Temos que estar dispostos a nos humilhar. Esse é o caminho da bem-aventurança. Jesus explica: "Portanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado" (Lucas 14.11). O lavar os pés uns dos outros não é em vão. É o que nos conduz a uma posição de honra no Reino de Deus. Portanto, façamos o melhor uns para com os outros. Façamos o máximo para servirmos uns aos outros.

Não obstante, para lavarmos os pés uns dos outros temos que aprender a considerar os outros superiores a nós mesmos. Vamos confessar, não é o que fazemos na prática, não é verdade? No fundo todos nós valorizamos mais as nossas experiências, os nossos conhecimentos, as nossas ideias, os nossos conceitos etc. Tanto é assim que, a insubmissão a qualquer tipo de autoridade é muito frequente. As pessoas dificilmente aceitam se curvar perante o outro, dificilmente sabem ceder, dificilmente conseguem "engolir sapos". Querem sempre estar por cima, querem sempre deixar a última palavra. Mas, Jesus nos deu o exemplo para que O sigamos. Assim, temos encontrado irmãos e irmãs na fé que aprenderam de fato o evangelho. São pessoas que sabem servir ao próximo como se fosse ao próprio Senhor Jesus. Muitas delas, talvez, nunca serão reconhecidas nesta vida. No entanto, quando o Senhor Jesus voltar, serão plenamente recompensadas. Glórias a Deus eternamente.


Pr. Adriano Xavier Machado

O Amor de Deus é Incondicional

O amor de Deus é incondicional. Isso significa que "não há restrições, não está sujeito a condições, é um estado absoluto, total, pleno, ilimitado". Deus está sempre pronto para amar, pois Ele é amor  (1 João 4:16). Nada pode mudar o Seu caráter, a Sua natureza nem o Seu atributo moral. Ainda que sejamos indiferentes ou infiéis, Ele "permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo" (2 Timóteo 2:13). Por isso, apesar de todas as injustiças, mentiras, malícias e iniquidades da humanidade, Deus continua amando o mundo inteiro (João 3:16). Se o amor de Deus fosse condicional, então o amor d'Ele jamais alcançaria o mundo pagão, idólatra e pecador. Se o amor de Deus fosse condicional, ainda prevaleceria a Lei: "vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé" (Deuteronômio 19:21). Mas, porque o amor de Deus é incondicional, Ele "faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos" (Mateus 5:45). Terrível tragédia seria se o amor de Deus fosse condicional, se dependesse das atitudes, da obediência ou fidelidade do ser humano. Onde estaria a esperança? Como poderíamos ser aceitos por Ele, uma vez que "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:23)? Como considerou Salomão: "Na verdade que não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque" (Eclesiastes 7:20). Contudo, por Seu amor puro e perfeito, Deus estabeleceu um plano para a salvação de todos. Sim, Deus nos ama porquanto deseja que O amemos e O obedeçamos em tudo. O Seu amor exige uma resposta. Alguns se voltam para Ele, com arrependimento dos seus pecados, confiando completamente na manifestação da Sua graça em Jesus. Outros, nem se importam, ignoram a obra divina da Cruz. Mas, Deus continua amando. Deus continua trabalhando com misericórdia e graça, movido sempre por Seu amor.  "As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim" (Lamentações 3:22). Aleluia, o amor de Deus é incondicional, nada poderá mudar isso. E é devido a esse amor que, podemos aprender a seguir o caminho do amor. "Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro" (1 João 4:19). Antes de terminar, fazemos questão de lembrar de que este breve texto foi escrito com toda humildade, para que simplesmente prevaleça o gracioso ensino do evangelho de Jesus Cristo. Pois "Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:8). Amém.
Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores
Romanos 5:8
Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores
Romanos 5:8Amém.

Pr. Adriano Xavier Machado

Onde está o Céu?

Onde está o Céu? O que fizeram do Céu? Houve um tempo em que a Igreja tinha em seu repertório a mensagem da Cruz e o regozijo antecipado do Céu. Antes apreciávamos canções que diziam algo assim: "Este mundo jamais pode me separar dos valores celestiais que, eu vou receber. Meu tesouro e esperança estão no meu novo lar. Sou herdeiro com Cristo, vou com Ele morar". Hoje podemos ouvir muitas músicas cristãs e não vemos mais o Céu. Sim, sejamos justos, ainda alguns homens e mulheres de Deus se arriscam em composições sacras que lembram da glória celestial, mas fazem parte de um grupo muito reduzido e muitas vezes até sem muita influência no "mercado gospel". Igualmente, em muitas pregações contemporâneas não encontramos mais o Céu. Fala-se de dinheiro, saúde e êxito, mas onde está o Céu? Será que a Igreja não almeja mais as mansões do novo Lar? Será que a Igreja está mais preocupada com as coisas terrenas do que com as celestiais? Se assim for, como então poderemos seguir a instrução de Jesus: "Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam." (Mateus 6:19-20 - ARA)?

Precisamos lembrar que tudo deste mundo é passageiro. Precisamos estar convencidos de que desta vida nada poderemos levar para o Céu, a não ser os tesouros espirituais. Não importa a cor dos nossos olhos, o corte e o penteado que fazemos, a roupa que vestimos, a casa ou o apartamento onde moramos, os títulos que conquistamos, a conta bancária que adquirimos ou qualquer outra coisa nesses termos, nada disso permanecerá quando estivermos face a face com o Senhor Jesus. Se sabemos disso, então, por que na prática não investimos mais no Reino de Deus? Amados, o tempo está próximo. Aceitando isso ou não, cada dia se aproxima o Dia da vinda de Jesus. Por essa ocasião, os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro, depois, os que em Cristo estiverem vivos, serão "arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares" (1 Tessalonicenses 4:15-17). Em Cristo Jesus teremos um novo corpo, um novo nome, um novo céu e uma nova terra. Assim, deveríamos lembrar mais com temor e tremor a parábola do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31). Haverá um tempo em que não poderemos fazer mais nada por nossas almas. Este é o tempo para nos acertarmos com Deus e fazermos o devido investimento espiritual. Portanto, não endureçamos o coração com os prazeres da carne e os deleites do mundo. "E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" (1 João 2:17). Que possamos escolher o Céu, amar o Céu e sonhar com o Céu. Lá está o nosso tesouro eterno. Amém.

Pr. Adriano Xavier Machado

Lá Está o Meu Tesouro _ Vencedores Por Cristo

juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares
1 Tessalonicenses 4:17
seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.
1 Tessalonicenses 4:17(1Tessalonicenses 4:15-17). Em Cristo Jesus teremos um novo corpo, um novo nome, um novo céu e uma nova terra. Assim, deveríamos lembrar mais com temor e tremor a parábola do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31). Haverá um tempo em que não poderemos fazer mais nada por nossas almas. Este é o tempo para nos acertarmos com Deus e fazermos o devido investimento espiritual. Portanto, não endureçamos o coração com os prazeres da carne e os deleites do mundo. "E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" (1 João 2:17).

"Pai, sou gay"



Encontra-se na internet um vídeo muito visualisado de um jovem militar americano de 21 anos, dizendo por meio de um celular: "Pai, sou gay". 
Convenhamos, não é nada fácil um pai ouvir isso do seu próprio filho. Esse discurso midiático de que o homossexualismo é algo normal e que todos precisam aceitar isso de forma bem natural é conversa "mole" para quem não está tratando a questão com responsabilidade e seriedade. Que pai ou mãe em seu perfeito juízo irá se alegrar com o desvio sexual de seu filho? Em um programa de televisão uma modelo disse: "Eu amo os gays de paixão, mas o meu filho não". Bem diz o ditado popular: "Pimenta nos olhos dos outros é refresco". Com isso vemos que está faltando mesmo muita serenidade e verdade para tratar do assunto. Há muita hipocrisia e apelação. Há muito impulso precipitado nas conclusões e paixão cega nas defesas da prática homossexual. Somos parte de uma geração que avança tanto no aperfeiçoamento tecnológico, mas tão atrasada para tratar dos dilemas humanos. Parece que nunca vimos um mundo tão fraco em suas convicções, em seus valores e em seus princípios como nos dias de hoje. Tudo que "pega onda" nos programas televisivos parece "fazer a cabeça" da maioria da população. Argumentos e discursos baratos são repetidos por uma massa manobrada por um pseudo conhecimento filosófico e científico. E o pior, parece que o grupo maior dessa massa controlada é constituída por pessoas que de fato deveriam demonstrar capacidade de pensamento, análise e raciocínio, ou seja, acadêmicos, professores, psicólogos, jornalistas etc. Assim, vemos homens e mulheres falando do que não entendem e escrevendo sobre assuntos que dominam em parte. Mas, atitudes como essas não são exclusivas de nossa época. Houve um tempo em que estudiosos tentavam justificar certas ações políticas contra os negros afirmando que eles faziam parte de uma "raça inferior". Os nazistas também tentaram usar a ciência para os seus próprios fins de expansão e domínio. E lamentavelmente muitos estão tentando usar a ciência para os seus próprios interesses políticos e mercadológicos, enganando, assim, o povo, iludindo a sociedade com argumentos descabidos, frágeis e sem fundamento. Sim, tem muita gente querendo crescer politicamente e querendo vender os seus livros, filmes, novelas e programas televisivos em cima de um "novo" discurso e de um suposto conhecimento. É certo que devemos combater a intolerância. Ninguém deve promover apedrejamento, espancamento ou fogueira para os que seguem uma orientação sexual diferente. Homofobia jamais. O respeito ao próximo deve prevalecer sempre. No Irã, o homossexualismo é crime combatido com a pena de morte. Um País assim ninguém merece. Mas, já está na hora da sociedade ocidental se posicionar com inteligência e coerência. Essa palavra vai para quem tem ouvidos para ouvir, para quem tem cabeça para pensar: será que há mesmo como justificar o homossexualismo? Um erro jamais deveria ser usado para justificar um outro erro. Não é porque o preconceito e a discriminação precisam ser combatidos que, o homossexualismo tem que ser defendido, apoiado ou ainda promovido. Todavia, algumas séries televisivas, tal como Glee, fazem isso descaradamente, compartilhando uma ideologia patológica e sem qualquer compromisso responsável com os telespectadores, principalmente com os jovens e adolescentes. Ninguém nasce gay. Aliás, o ser humano ou nasce com o sexo masculino ou nasce com o sexo feminino, mas o comportamento masculino ou feminino é algo a ser aprendido. A natureza biológica é herdada, mas o comportamento é adquirido. Se na Coréia do Sul é aceitável rapazes caminharem juntos de mãos dadas, isso no Brasil seria muito estranho. Com esse exemplo fica mais fácil distinguirmos a natureza biológica do comportamento adquirido culturalmente. Em cada sociedade aprendemos o comportamento do homem e o comportamento da mulher. Assim, tradicionalmente a nossa sociedade definiu que roupa azul é para meninos e que roupa rosa é para meninas. Vamos entender que isso é apenas uma herança cultural, mas não biológica. Não é a roupa azul que faz do um menino um menino, nem é a roupa rosa que faz da menina uma menina. Mas, como situar o homossexualismo biologicamente falando? Ah, não pode o caso do hermafrodita servir de argumento. O hermafrodita é um caso totalmente diferente do homossexualismo. O primeiro é devido a uma "má formação embrionária", o segundo é em consequência de um desvio psicológico e comportamental. O homossexualismo não tem nada a ver com a genética nem mesmo como uma necessidade antropológica. Seja em qualquer área do conhecimento, homem e mulher se completam, homem e mulher se ajustam, homem e mulher conseguem cumprir um propósito maior na natureza e na sociedade. Já é do conhecimento de muitos que certa vez Clodovil confessou"Não tenho orgulho de transar com homem". E por quê? Porque todo desvio, quer seja moral, ético, psicológico ou comportamental, não traz mesmo plena realização para o ser humano. O orgulho gay nada mais é do que uma fuga psicológica, um recurso para atenuar os conflitos internos, uma autêntica mentira imposta por quem não tem humildade suficiente para reconhecer as suas fraquezas e necessidades espirituais. No entanto, este breve artigo, embora em certo sentido esteja na contramão do pensamento que prevalece nos meios de comunicação, não vem para julgar nem condenar ninguém. Mas, sim, para estimular um pensamento ou debate que possa servir de apoio para quem reconhece que precisa de ajuda. Não basta a Igreja lutar contra o avanço dos direitos homossexuais.  Embora seja importante, o maior desafio da Igreja não é combater o Projeto de Lei da Câmara 122 de 2006 (PL 122), mas sim deter as trevas do mal que têm cegado o entendimento de muitos. A Igreja tem que aprender a se posicionar com a graça do Senhor para que as palavras de Jesus sejam confirmadas na dinâmica do Reino: "Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores em arrependimento" (Marcos 2.17). Deus nos ajude e ilumine todos os nossos passos para sermos verdadeiros representantes de Cristo na terra com o amor que pode curar a alma do pecador. "E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos..." (Gênesis 1:27,28).


Pr. Adriano Xavier Machado    

Teologia da Saúde e Teologia da Cruz


Quando lemos os evangelhos, ficamos maravilhados quando Jesus demonstrava sua autoridade quer seja sobre a natureza, os espíritos demoníacos e ainda sobre toda espécie de enfermidade. Jesus curou leprosos, deu visão aos cegos e fez com que paralíticos andassem. Não precisamos ter nenhuma dúvida quanto ao ministério de cura de Jesus.  No entanto, muitos acabam confundindo as coisas. Assim, temos em voga a Teologia da Saúde que afirma que o crente não fica doente ou que Deus irá curar toda doença ao que responde com fé. Será assim mesmo? O que a Bíblia tem a nos ensinar? 

Um texto muito usado pelos "evangelistas" da saúde é o de Isaías 53.4: "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si". Em nenhum momento questionamos o ensino da Palavra de Deus. Mas, será que estamos compreendendo mesmo o que o texto está dizendo? Será que a Bíblia está dizendo que Jesus irá curar as enfermidades de todos os crentes? O que o profeta registrou, certamente se confirmou. Jesus operou sinais e maravilhas durante o Seu ministério terreno. Não significa que Ele tenha curado a todos de sua época. No evangelho de Marcos encontramos uma indicação disso: "E curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades " (1.34). O texto fala de muitos e não de todos. O que queremos dizer é que Jesus cura, mas não significa que Ele irá curar a todos.

Passeando um pouco pelo Novo Testamento encontramos Epafrodito, a quem o apóstolo Paulo reconheceu:"irmão e cooperador, e companheiro nos combates" (Filipenses 2.25). A esse mesmo servo de Deus, Paulo testificou:  "E de fato esteve doente, e quase à morte" (Filipenses 2.27). Epafrodito ficou doente mesmo sendo cristão, mas segundo o propósito divino Ele foi depois curado. Passeando mais um pouco pelo Novo Testamento encontramos Timóteo, a quem o apóstolo Paulo recomendou para que bebesse um pouco de vinho por causa de seu estômago e de suas "frequentes enfermidades" (1 Timóteo 5.23). Já de Timóteo não se fala de cura, mas sim de tratamento e cuidados com a saúde, pois constantemente ficava debilitado fisicamente. Se continuarmos com esse passeio, logo encontraremos Trófimo, companheiro do apóstolo Paulo, que se encontrava "doente em Mileto" (2 Timóteo 4.20).  Ah, podemos citar mais um exemplo. O próprio apóstolo Paulo: "Embora a minha doença lhes tenha sido uma provação, vocês não me trataram com desprezo ou desdém; pelo contrário, receberam-me como se eu fosse um anjo de Deus, como próprio Cristo Jesus" (Gálatas 4.14 - NVI). Se o cristão não pode ficar doente, como então explicar tais passagens?

Quando pensamos na Teologia da Cruz, entendemos que Jesus levou sobre si todos os nossos pecados. Isso não significa que não iremos deixar de pecar, pelo menos enquanto não tivermos um corpo glorificado. O pecado habita em nós (Romanos 7.17, 20). Contudo, o pecado não tem mais domínio sobre o nosso viver (Romanos 6.14). Fomos verdadeiramente libertos (João 8.36). Se os "evangelistas" da saúde usassem o mesmo princípio de interpretação, então ficaria mais ou menos assim: na Cruz Jesus leva sobre si todos os nossos pecados e maldições, mas não significa que não iremos pecar mais, como também não significa que nunca mais ficaremos doentes. No entanto, está garantido. Um dia teremos um novo corpo, sem pecado, sem maldição ou enfermidade. Então, por fim, seremos semelhantes a Jesus. Veremos que nesse dia "não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas" (Apocalipse 21.4).

Pr. Adriano Xavier Machado

Espiritualidade e Intelectualidade


No meio cristão, ainda muitos pensam que há uma dualidade incompatível entre o espírito e a mente. Imaginam, ainda que subjetivamente, que todo o investimento no espírito é bom, mas que o uso da mente é algo que corrompe a fé. Quantas vezes já ouvimos: "a letra mata". Ouvimos isso de pessoas que não entenderam o sentido e o contexto bíblico e que tentam justificar o afastamento do raciocínio, acreditando que assim poderão crescer mais espiritualmente. Então, tudo o que diz respeito à intelectualidade é negligenciado. Todavia, quando nos reportamos para a Palavra de Deus, podemos perceber que uma coisa não deve eximir a outra. Jesus falando sobre o resumo da Lei, indicou que devemos amar a Deus tanto com a nossa alma quanto com o nosso entendimento. Em outros termos, o uso do raciocínio também é exigido. Por que é assim? Porque Deus nos criou como seres capazes de usar a imaginação, o pensamento e a criatividade. Não somos como um computador que apenas recebe e repassa informações, sem de fato interpretar, analisar, considerar ou entender. O computador pode até estar correto em tudo o que nos informa, mas a inteligência não é dele mesmo, mas do homem que o formatou e projetou. Não somos máquinas. Não somos robôs. Somos seres criados à imagem e semelhança de Deus. Quem apenas reproduz informações sem pensar, está desprezando a capacidade e o dom que Deus lhe deu. O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo, desafiou-o: "Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino" (1 Timóteo 4.16). O cuidado era com a sua vida e com a doutrina do evangelho. Timóteo não deveria ser imprudente com sua maneira de viver nem com a razão de sua fé. Pois de outro modo seria uma presa fácil do engano, da mentira e das heresias. Portanto, cresçamos na fé e na graça de Cristo Jesus para que tenhamos uma vida segundo a vontade de Deus, mas também, tenhamos ousadia para fazermos uso do pensamento, da mente, aprendendo sempre a verdadeira doutrina do evangelho, pois só assim poderemos conhecer e praticar o culto racional (Romanos 12.1). Espiritualidade e intelectualidade podem perfeitamente caminhar de mãos dadas para a glória do Senhor.

Pr. Adriano Xavier Machado

Escolhido Sim! Capacitado Sim!

Dou início a esta reflexão com temor e misericórdia. Mas penso que seja necessária. Cada vez mais estou convencido de que para servir ao Senhor, não basta coração, é preciso estar preparado. Sei que muitas pessoas não gostam de ouvir esse discurso, principalmente aqueles que adoram repetir: "Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos". Sinceramente, esse pensamento é muito mal compreendido. Ser escolhido por Deus é uma coisa. Para ser escolhido não precisa ser capacitado, mas para fazer a obra do Senhor é preciso mesmo de capacitação. Os apóstolos tiveram três anos de preparação com o próprio Senhor Jesus e só então receberam o mandamento: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" (Marcos 16.15). Assim, podemos perceber que não basta ser escolhido, é preciso ser capacitado.

Infelizmente, muitos que desejam servir ao Senhor, acabam fazendo estragos nas igrejas e às vezes até em comunidades inteiras. A Igreja de Jerusalém, segundo o livro de Atos, caía na graça do povo (Atos 2.47). A ação do Espírito Santo era tão poderosa, o compromisso com a doutrina dos apóstolos era tão intensa e a comunhão tão evidente que, toda a comunidade não cristã ficava maravilhada, impactada. Mas alguns ministérios nos dias de hoje, por onde passam, não deixam um bom testemunho do evangelho de Cristo.Em vez de graça, o rastro é de desgraça. Não digo que haja má fé em muitos desses obreiros e ministérios. Em muitos casos é falta de um devido preparo para o serviço do Senhor. O pior é que depois vem as perseguições, os problemas, as críticas e situações contrárias, e o diabo é quem leva a culpa.

Ah, Jesus tenha misericórdia do Seu povo. Ilumine o nosso entendimento com a Sua Palavra. Dai-nos verdadeiro discernimento espiritual. Capacita-nos com o Espírito Santo para fazermos a Sua obra segundo a Sua vontade. Livra-nos de toda preguiça mental. Que possamos ter sabedoria dos altos céus. Que possamos compreender que maldito é aquele que faz a obra do Senhor relaxadamente (Jeremias 48.10). Que possamos fazer a obra com amor e compromisso. Em nome de Jesus, amém. Escolhido sim, mas, também capacitado.

Pr. Adriano Xavier Machado