Teologia da Prosperidade ou a Prosperidade do Evangelho?

Escrevo este artigo na graça e no amor de Jesus. Meu objetivo não é atacar igrejas ou pessoas. Mas, apenas trazer um alerta para a Igreja do Senhor, a qual é chamada para ser santa e sem mácula alguma. Assim sendo, fundamentando-me na Palavra de Deus, faço um desafio: tenhamos cuidado com a teologia da prosperidade, "porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui" (Lucas 12:15). Reconheço que este assunto tem recebido atenção de muitos articulistas, contudo, nunca é demais prestar um reforço, tendo em vista que há um forte bombardeio midiático contrário ao simples evangelho de Jesus. Certamente, Deus abençoa o Seu povo, suprindo todas as necessidades. Por isso o salmista testemunhou: "Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão" (Salmos 37:25). No entanto, não podemos pensar que Deus deseja satisfazer os nossos caprichos e interesses mesquinhos. Jesus morreu no Calvário para nos salvar e nos purificar de todo pecado, e, não, para aumentar a nossa conta bancária ou para nos fazer andar de Ferrari. Jesus alerta: "Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? ou que dará o homem em troca da sua vida?" (Mateus 16:26). Na parábola do rico e Lázaro temos um exemplo perfeito. O rico ganhou o mundo, mas perdeu a alma. Lázaro perdeu os prazeres materiais, mas ganhou as delícias do Céu. O próprio Senhor Jesus nos deixou o exemplo, "que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que pela sua pobreza fôsseis enriquecidos" (II Coríntios 8:9). Enriquecidos como? Em que sentido somos ricos em Cristo? "Não escolheu Deus os que são pobres quanto ao mundo para fazê-los ricos na fé e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?" (Tiago 2:5). A pobreza material de Jesus como homem foi tão real que Ele confessou: "As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça" (Lucas 9:58). Todavia, a riqueza espiritual de Jesus foi reconhecida pelo Pai: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mateus 3:17). Ele não nasceu em berço de ouro nem morou em palácios, mas o Seu exemplo moral, ético, social e espiritual é uma referência para todos os homens e mulheres de todas as épocas e culturas. Em hipótese alguma pretendo dizer que é pecado ser rico. O problema é o amor ao dinheiro, "raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores" (I Timóteo 6:10). O problema é a pregação que ensina que todos precisam ser ricos no sentido material. É verdade que com a bênção de Deus, Abraão enriqueceu. Mas, é igualmente verdade que com a bênção de Deus, Moisés empobreceu. "Pela fé Moisés, sendo já homem, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que ter por algum tempo o gozo do pecado, tendo por maiores riquezas o opróbrio de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa" (Hebreus 11:24-26). Portanto, Deus abençoa a cada um como Ele quer, segundo a sua vontade e graça. Logo, "tendo, porém, alimento e vestuário, estaremos com isso contentes" (I Timóteo 6:8), vivendo o evangelho da Cruz, o glorioso e poderoso evangelho de Jesus. Teologia da prosperidade? Não! Prefiro a prosperidade do evangelho entre todos os povos e nações, alcançando e transformando a vida de pecadores para a vida eterna com Deus. O evangelho que ensina que Deus "nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo" (Efésios 1:3).

Pr. Adriano Xavier Machado