Wellington: uma parábola que alerta


Era apenas para ser um jovem, com muita estrada para percorrer e tendo muito o que aprender. Mas, parece que ele queria ser mais do que de fato poderia ser. Com uma visão deturpada de si mesmo, olha com desprezo para os “impuros”, “fornicadores” e “adúlteros”. Não desejava ser tocado por tais transgressores da lei divina por ocasião de sua morte e sepultamento, a não ser, se fosse com luvas, com as mãos cobertas. Contudo, não percebia ou pelo menos tentava ignorar que o seu coração já se encontrava contaminado pela iniquidade, pertencendo a uma categoria que também não pode herdar o Reino de Deus, isto é, a dos homicidas. É sempre assim: quem não se enxerga sempre se acha melhor do que os outros. Quem não tem um espelho para si, tem sempre um indicador apontando para alguém. Wellington fez coro com o fariseu que “assim orava consigo mesmo: ó Deus, graças te dou que não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros, nem ainda como este publicano”.

Era apenas para ser um jovem. Ainda teria tempo para construir um futuro brilhante. Mas ele jogou a oportunidade fora. Por quê? Seus valores eram equivocados. Ele demonstra muito mais preocupação com os atos externos do que com as possibilidades do seu mundo interior. Ele pede para ser despido e banhado, para ser enxuto e depois envolvido por um lençol branco. No entanto, o que ele faz por seu coração? O que ele faz por sua alma? Dá lugar a maldade, ao ódio e a amargura. Então, entra em um colégio e despeja toda a sua revolta, descarrega a sua fúria e tira a vida de gente que não tinha nada a ver com isso. Ah, Wellington, se você tivesse considerado o que nos ensina a Bíblia: “Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”. Sim, se você tivesse considerado a Palavra de Deus, tudo seria diferente. A sua presença no colégio do Rio de Janeiro seria para curar e promover vida. Mas é assim mesmo: quem tem valores errados, sempre faz algo errado. Os seus valores estavam tão deturpados que se preocupou em oferecer abrigo para os animais, mas não se importou nem um pouco com as lágrimas das mães que perderam os seus filhos.

Era apenas um jovem. Mas deixou de ser quando ganhou notícia no mundo inteiro com sua barbárie. Enquanto o seu nome não se encontrava na "boca do povo" nem nos noticiários, ainda tinha esperança. Mas, ele desejou a visita de um fiel seguidor de Deus quando não há mais jeito: em sua sepultura. É triste dizer Wellington: "aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo". Agora ninguém pode fazer nada. Você teve a sua chance e a desperdiçou. A sua esperança foi totalmente inútil: "Jesus me desperte do sono da morte para a vida eterna". Não queremos julgá-lo, mas apenas lembrar que você jogou fora a oportunidade de uma nova história, de um novo caminho e de uma vida nova. Não permitiu ser desperto pelo evangelho enquanto em vida. Quis o perdão, mas não o arrependimento. Quis uma prece, mas não estava disposto a fazer uma confissão. E a Bíblia diz: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor". E diz igualmente: "O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia". Portanto, agora só nos resta alertar aos jovens que ficam: "Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos em que dirás: Não tenho prazer neles". Pelo menos há esperança para a vida de muitos outros jovens, quer sejam ateus, desajustados ou que ainda portem armas e estejam com o coração cheio de ódio e amargura. Jesus pode transformar a vida de jovens como a do terrorista de Realengo. Preguemos o evangelho.

Pr. Adriano Xavier Machado