Estamos vivendo um tempo muito difícil. O pecado está tomando conta. Por todos os lados temos visto a iniquidade se fazendo presente, inclusive, na política. O aborto em Portugal, por exemplo, era proibido, mas desde 2007 o País aprovou a sua descriminalização. Em alguns lugares do mundo, como na Espanha, Holanda, Bélgica e outros, aceitam descaradamente a união homossexual. E no Brasil? Como está a situação? Infelizmente a nossa querida Nação está cada vez mais se abrindo para essas políticas contrárias à fé cristã. Falta pouco para vermos de modo pleno as mesmas distorções da época de Isaías: "Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que põem as trevas por luz, e a luz por trevas, e o amargo por doce, e o doce por amargo!" Diante disso, o que nós vamos fazer? Simplesmente darmos de ombros, fingindo que não temos nada a ver com isso? Vamos simplesmente colocar a culpa nos políticos que exercem os seus mandatos? Vamos continuar querendo manter uma posição confortável dentro dos templos, acreditando com isso que estamos cumprindo a nossa missão?
O que me assusta não é a falta de entendimento do mundo. Afinal, o mundo está em trevas mesmo. Mas, o que me assusta é a inércia, a indiferença, o comodismo e a falta de compromisso da Igreja do Senhor. Bem que Jesus disse que "os filhos deste mundo são mais sagazes para com a sua geração do que os filhos de Deus". Temos esquecido que Jesus disse sobre a importância de sermos simples como a pomba, porém prudentes como as serpentes. Em geral valorizamos mais o lado da simplicidade da pomba. Então, não agimos, não tomamos posição, não lutamos, não combatemos. Simplesmente aceitamos tudo, por acreditar que a vida aqui na terra é assim mesmo. Amados, o evangelho pleno não abrange apenas um lado. O evangelho é simplicidade, graça e humildade, mas também é prudência, organização e trabalho. Então, vem a pergunta que não quer calar? Será prudente deixarmos o espaço político apenas para os não crentes, deixando que eles decidam tudo? Será inteligente fugirmos das nossas responsabilidades políticas, evitando conhecer o tema, os candidatos, as propostas ou ainda desencorajando homens e mulheres de Deus que estão dispostos a fazer alguma coisa nesse sentido?
O espaço político brasileiro precisa de líderes cristãos, líderes verdadeiramente cristãos. Obviamente, não basta ser cristão, tem que ser líder, um líder capaz, um líder preparado, um líder com visão, um líder ético e comprometido com o bem da Nação. Não há contradição alguma em ser cristão e ao mesmo tempo ser um líder político. Se Deus tem esse propósito para alguns de Seus filhos e filhas, por que vamos nos escandalizar com isso? Muitas igrejas evangélicas ensinaram que o cinema é do diabo, a televisão é do diabo, o futebol é do diabo, a ciência é do diabo, a faculdade ou a universidade é do diabo, o batom é do diabo, enfim, quase tudo é do diabo, inclusive, a política. Não devemos aceitar essas considerações porque a Bíblia diz: "toda a terra está cheia da glória do Senhor". Apesar do diabo ser príncipe deste mundo, a glória do Senhor é maior. O Seu reino está em todo lugar. O Seu domínio dura para sempre. Então, não há o que temer. Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Como disse em outro artigo não tenho pretensões políticas. Não sou candidato a nada nem tenho parentes ou amigos próximos que sejam candidatos a algum cargo político. Não tenho nenhuma filiação partidária. O meu ministério é o da Palavra de Deus. Minha vocação é pastoral. No entanto, não quero ser omisso. Não quero ficar indiferente. Não quero ver minha Nação apoiando o aborto nem mesmo a causa homossexual ou qualquer outra prática contrária à vida, à família, à justiça e aos bons costumes. Por isso precisamos orar. Precisamos buscar de Deus sabedoria para cumprirmos bem a nossa responsabilidade como cidadãos dos céus, mas também como cidadãos da terra. O nosso voto tem que ser consciente e de acordo com os nossos princípios. Com isso não quero dizer que devemos buscar vantagens denominacionais ou eclesiásticas, e, sim, uma defesa daquilo que nós acreditamos que é bom e legítimo para a sociedade, para a família e para o indivíduo. Como crente e como cidadão não quero ver o meu querido País se afundando em práticas estranhas de povos que não amam nem temem ao Senhor. Que possamos ver nos dias de hoje um avivamento não apenas dentro das igrejas locais, mas nas ruas, municípios e cidades do nosso País. Que o Seu Reino venha sobre nós. Deus salve o Brasil.
Pr. Adriano Xavier Machado