O atestado de Jesus para as diversas ocasiões na vida dos discípulos e nos demais ouvintes foi um só: "homens de pouca fé". Jesus no sermão da montanha afirmou: "Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá a vós, homens de pouca fé? (Mateus 6.30). Jesus em um barco que enfrentava uma tempestade alertou: "Por que temeis homens de pouca fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança" (Mateus 8.26). Depois dos milagres da multiplicação dos pães, Jesus exortou: "Por que arrazoais entre vós, homens de pouca fé, sobre o não terdes trazido pão? " (Mateus 16.8). Em todas as angústias, ansiedades e medos, o problema é esse: "homens de pouca fé".
Em muitos dos cultos do Seminário Teológico Betel, RJ, cantávamos o hino "Em Fervente Oração". Era um verdadeiro período de preparação e desafio espiritual, principalmente quando repetíamos o coro: "Quando tudo perante o Senhor estiver, e todo o seu ser Ele controlar, só, então, hás de ver que o Senhor tem poder, quando tudo deixares no Altar". Sim, isso é fé. Deus deseja que expressemos a nossa confiança n'Ele, entregando tudo a Ele. Tudo deve estar sob a Sua liderança, Seu governo e controle. Mas, para fazermos isso, precisamos reconhecer a Sua soberania e graça. De outro modo, recorreremos a métodos duvidosos, carnais e até mesmo diabólicos na tentativa de se buscar uma solução para algum problema.
É muito fácil, para nós que temos o dom do ensino, assumirmos o púlpito e falarmos muita coisa sobre a fé. No entanto, quando as dificuldades se levantam, quando a enfermidade vem, quando há oposição, quando falta dinheiro, quando parece que estamos sendo esquecidos por todos, quando as coisas não estão bem, como tem sido a nossa postura? De vítima ou de dependência de Deus? De frustração ou esperança no Senhor? De desânimo ou de confiança nas promessas do Alto? As circunstâncias revelam o nosso calibre espiritual. E muitas vezes temos demonstrado na prática que somos "homens de pouca fé". Falamos, mas não vivemos. Pregamos, mas não tomamos posse. Ensinamos sobre a fé, mas não a experimentamos.
Paremos um pouco, reflitamos, será que aprendemos mesmo a confiar em Deus? Homens e mulheres de fé se comprometem sempre com a verdade, paciência, humildade, ética, respeito e com todos os valores cristãos, pois reconhecem a soberania do Senhor em tudo. Homens e mulheres de fé sabem que o Senhor trabalha a favor de todos os que são Seus. Homens e mulheres de fé são aqueles que permitem que o Senhor assuma o controle de todas as causas, direitos, sonhos e questões que incomodam e apertam o coração. Homens e mulheres de fé não precisam recorrer a manobras políticas ou mesmo a pessoas "importantes" para conseguirem o que desejam, isto é, com aquele famoso e vergonhoso "jeitinho brasileiro". Homens e mulheres de Deus confiam, descansam e esperam em Deus.
Deixemos que a Palavra de Deus ministre ao nosso coração: "Confia ao SENHOR as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos" (Provérbios 16.3). "Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado" (Salmos 37.3). "Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento" (Provérbios 3.5). "O justo se alegrará no SENHOR, e confiará nele, e todos os retos de coração se gloriarão" (Salmos 64.10). São conselhos assim que estão norteando a nossa vida? As promessas da Palavra de Deus estão servindo de referência em tempos de escolhas e decisões? Que o Senhor ao olhar para nós não precise dizer: "homens de pouca fé".
Pr. Adriano Xavier Machado