Celebrei o Natal... Jesus me Salvou

Celebrei o Natal. Cantei hinos e li textos sobre o nascimento de Jesus. Sei perfeitamente que Ele não nasceu no dia 25 de dezembro. Sei que no passado a idolatria era incentivada nessa data. Mas, onde está na Bíblia que essa data é pagã? Todos os dias foram criados pelo Senhor. Se o diabo usava o dia 25 de dezembro para os seus propósitos, hoje a Igreja usa para a glória de Deus, porquanto, a Igreja anuncia que nasceu o Messias prometido. A Igreja proclama que Jesus é a verdadeira Luz do mundo. 

Celebrei o Natal. Não a magia, mas o autêntico Natal. A magia é o Papai Noel com o seu trenó e sua famosa risada: ho, ho, ho, ho. A magia é aguardar presentes em meias penduradas, acreditando que o Papai Noel desce pela chaminé ou passa pelo buraquinho da fechadura. Assim me ensinaram quando criança. Mas, a verdade é Jesus. Verdade que me liberta de qualquer pecado e maldição, e que enche a minha vida de alegria e amor todos os dias do ano. Se houve um tempo que fui enganado com os costumes dos povos, esse tempo já acabou, Jesus me libertou, Jesus me salvou. "A noite já passou, a aurora já raiou; O negro e denso véu de todo se rasgou. Dos montes através o brado ressoou: Nasceu o Redentor".

Celebrei o Natal. Mas, alguns dizem que eu não devia ter feito isso. Com o argumento que usam, daqui a pouco terei que ter um outro calendário, pois o que existe não tem origem bíblica. Os dias e meses do ano, tal como os conhecemos, vêm de antigas culturas pagãs. Também não será surpresa para mim quando cristãos defenderem o sábado para o culto e serviço a Deus, pois foi apenas em 321 que Constantino "trocou o dia do repouso de Sábado para Domingo". Pensando bem, acho que até vou ouvir alguém dizendo por aí que o nome do Estado de Santa Catarina é maldito e, que por isso esse nome não deverá sair dos meus lábios. Contudo, ainda que alguém venha ensinar assim, estou seguro. Tenho a cobertura do precioso sangue de Jesus.

Celebrei o Natal. Sim, em espírito e em verdade, mas com minhas limitações humanas, culturais e tradicionais. Confesso que gostaria muito de saber qual o dia exato que Jesus nasceu. Mas, ainda bem que eu não sei nem mesmo você querido leitor, para que a nossa glória seja apenas Ele. Quanto ao dia e ao mês isso não importa de fato. O que conta mesmo é Ele. O que faz a diferença é Ele. Jesus é o perfeito Natal. Jesus é a razão do Natal. Se Ele não tivesse vindo, com certeza, para nós do Ocidente, o dia 25 de dezembro só seria mais um dia como outro qualquer. Assim como a Sua vinda dividiu a História em Antes e Depois de Cristo (e isso também não está na Bíblia), Ele mudou o significado do dia 25 de dezembro. "Ó povos, exultai! Nações, ó jubilai. Eis finda toda a dor, jamais se dá um ai; A virgem deu à luz; a Deus glorificai! Nasceu o Redentor!"

Celebrei o Natal. Não fiquei melhor nem pior por isso. Não guardo dias, meses, tempos nem anos. A Bíblia nos ensina claramente: "Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão" (Gálatas 5.1). Celebrei o Natal porque fiz essa escolha. Não fiz por mim nem por qualquer outra pessoa, mas, apenas por Jesus que é digno de todo louvor, honra e glória. Em meu coração há uma canção. Aprendi em uma época quando conheci o verdadeiro Natal: "Nasceu o Redentor! Nasceu o Redentor! O Eterno Pai do céu seu Filho ao mundo deu. Alerta, ó terra entoa a nova alegre e boa: Nasceu o Redentor!". "Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor"(Lucas 2.14 - NVI). Aleluia, celebrei o Natal, pois, Jesus me salvou!

Pr. Adriano Xavier Machado

A Vida e a Arte de Escrever

A vida é como a arte de escrever. Há muitas possibilidades, movimentos e direções. Com as letras podemos formar palavras, frases, parágrafos, histórias e o que der na imaginação. Com a vida não é muito diferente. Cada vida é uma sentença. Cada vida é uma história. Lembro-me que quando criança ficava ouvindo do meu avô paterno os seus contos. Tudo aquilo encantava a minha mente e os meus pensamentos. Tal como um livro, a vida do meu avô me impressionava. Assim, eu e você temos as nossas histórias. Eu e você ainda estamos escrevendo o nosso roteiro. Portanto, que cada história de vida siga a direção certa, sendo redigida e orientada pelo Senhor, o autor e consumador da fé.

A vida é como a arte de escrever. Nem sempre a conjugamos adequadamente. Nem sempre a pontuamos corretamente.
Às vezes, quando releio alguns dos meus textos, acabo percebendo alguns tropeços gramaticais. Apesar de me oferecer certa dor, com o erro, nunca desisto, mas, antes insisto, nunca resisto a oportunidade de aprender e melhorar. Aliás, já aprendi que todo bom texto, na verdade, já passou pelo processo de revisão e correção. Com a vida também deveria ser assim. Nem sempre acertamos em um primeiro momento, mas, em cada tropeço, recomeçamos e tentamos novamente. Parafraseando um pensamento, o errar é do homem, mas o corrigir é de Deus.

A vida é como a arte de escrever. Nem sempre ela é devidamente compreendida. Nem sempre ela é facilmente correspondida. Cada mente tem o seu universo. Cada coração tem a sua própria cosmovisão. Ao elaborar um texto, procuro fazer com que todos entendam o que escrevo. Algumas vezes sou feliz nesse objetivo, mas, outras, não. Nem tudo o que eu desenvolvo é devidamente absorvido ou devidamente apreciado. Alguém já disse que nada é mais "difícil do que expressar pensamentos significativos de modo que todos os compreendam". A vida também é assim. Nem sempre somos bem interpretados. Todavia, podemos e devemos continuar escrevendo a nossa história. Deus, aquele que não vê a aparência, mas, o coração, sonda todas as intenções e conhece todas as motivações.

A vida é como a arte de escrever.
Com o texto temos a oportunidade de tocar a vida de alguém. Eu mesmo em muitas leituras já sorri, chorei, sonhei e me emocionei. A nossa vida também é assim, ela nunca passa em branco. De algum modo estamos transmitindo uma mensagem, comunicando algo para a vida de alguém. Não é por menos que se diz que "responsável é você pelo que cativou". A questão é como estamos vivendo. A nossa vida é motivo de sorriso, paz e alegria? Algumas histórias nos fazem chorar, outras nos fazem sonhar. Portanto, como estamos vivendo? Jesus disse que somos o sal da terra e a luz do mundo. Que possamos dar sabor, e, não, dissabores. Que possamos iluminar, fazendo da vida como a arte de escrever, a arte de promover fé e esperança.

Ah, ainda não terminei. Se a vida é como a arte de escrever, quero continuar vivendo, quero continuar escrevendo. Isso significa que preciso estar sempre me empenhando e me dedicando. Escrever não é uma tarefa fácil. Viver também não é tão simples assim. Escrever sem qualquer compromisso com as regras gramaticais é uma coisa, mas escrever conforme a norma culta é outra. Igualmente, viver de qualquer jeito é uma coisa, mas viver com princípios é completamente diferente. Eu decido pelo melhor, pelo mais difícil, todavia, pelo mais gracioso, lógico e coerente. Com perseverança, chego lá. Você também consegue. Acredite. A vida é como a arte de escrever.

Pr. Adriano Xavier Machado


Meu Compromisso no Ministério

Recentemente completei 17 anos de ministério pastoral. Isso me tem feito pensar sobre a minha vocação e chamada. Provavelmente tenho passado por aquele tempo de avaliação e reavaliação. Sinceramente, vejo que ainda tenho muito para aprender. E graças a Deus, ainda me sinto como um garoto cheio de disposição e disciplina para estudar, conhecer, ouvir, ler e me aperfeiçoar. Vivas e desafiadoras são para mim as palavras de um obreiro que ressaltou em sua larga experiência ministerial: "Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos" (2 Timóteo 1.6). Quero continuar despertando o dom que há em mim. Mas, algo está muito claro no meu coração: Deus me chamou para apascentar vidas. Entendo que o pastor é aquele que conduz o rebanho aos pastos verdejantes, onde as ovelhas são nutridas com alimento fresco e saudável da Palavra do Senhor.

O apóstolo Paulo escrevendo a um jovem obreiro disse: "se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja" (1 Timóteo 3.1). Sem dúvida, o ministério da Palavra é uma verdadeira honra. Não me arrependo em ter deixado o sonho de seguir uma carreira militar, para ser um pregador do evangelho. De fato, é um enorme privilégio estar envolvido direta e integralmente na obra do Senhor. No entanto, há a recomendação bíblica para que "muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo" (Tiago 3.1). Ser pastor não é brincadeira, não é uma opção de carreira profissional nem uma questão de status social. Ser pastor é verdadeiramente atender a um chamado divino para apascentar o rebanho de Deus. O pastor não é aquele que faz show no púlpito para ganhar a atenção e o reconhecimento dos homens. O pastor chamado por Deus não vive de aplausos ou holofotes, mas, sim, com o sincero objetivo de servir vidas através do ensino e da pregação da Palavra de Deus.

Ao estudarmos sobre os grandes avivamentos e despertamentos, percebemos sempre a Igreja se dedicando à pregação da Palavra de Deus. Sim, a oração nunca é ignorada, mas também nunca a Palavra de Deus. "Não podemos ler a história da igreja, mesmo de forma superficial, sem perceber que a pregação sempre ocupou posição central e predominante na vida da igreja, particularmente no protestantismo", articulou D. Martyn Lloyd-Jones. A pregação é tão importante na vida da Igreja que, o apóstolo Paulo insistiu: "Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina" (2 Timóteo 4.2). Para o apóstolo, a pregação tem que ser uma constância no ministério, tem que ser vivida, tem que ser a base para orientação e capacitação do Povo de Deus, tem que ser praticada com determinação e profundo conhecimento bíblico. Não é pregar qualquer coisa ou sobre qualquer assunto, mas "a palavra" de Deus.

Mas, lamentavelmente, muitos púlpitos não refletem mais o comprometimento bíblico. Há "pregações" inteligentes, dinâmicas e criativas, porém, muitas vezes sem o respaldo da Palavra do nosso Deus. São "pregações" semelhantes aos discursos de autoajuda ou de técnicas de gerenciamento pessoal ou de recursos humanos. Não é algo que leva à dependência de Deus e à fé em Jesus Cristo, e, sim, a uma receita bem elaborada, disfarçada de espiritualidade por causa de alguns clichês religiosos. Talvez seja por isso que há muitos crentes dependentes de certas frases feitas e repetitivas para continuarem "animados" e "comprometidos" no serviço do Senhor. Sem alimento adequado, o rebanho de Deus fica fragilizado, debilitado, sem a força do Espírito Santo para continuar prosseguindo no propósito do Reino. Se é assim, então eu quero mesmo ser um homem da Palavra, que viva sem restrições a Palavra de Deus. "Em Deus louvarei a sua palavra; no SENHOR louvarei a sua palavra" (Salmos 56.10).

O desejo de um autêntico pastor é: "que ele cresça e que eu diminua" (João 3.30). Isso acontece quando o pastor não fala de si mesmo, mas daquele que o chamou, isto é, Cristo Jesus. Por isso a importância de se conhecer, amar e ensinar a Sua Palavra. Paulo lembra a Timóteo: "Persiste em ler, exortar e ensinar" (1 Timóteo 4.13). O ministério pastoral só existe quando o pastor está apascentando vidas segundo a orientação do evangelho. Um pastor pode lidar bem com burocracia, documentos, leis, dinheiro, departamentos etc, mas se não sabe lidar com vidas pela Palavra de Deus, poderá ser tudo, menos pastor de fato. Jesus sendo o exemplo maior, deixou-nos a seguinte indicação de um autêntico ministério pastoral: "Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas" (João 10.11). Jesus deu a sua vida por nós de acordo com a vontade do Pai. Tudo o que Ele fez foi segundo as profecias. Em nada Jesus contrariou a Palavra de Deus. Assim, deve ser o ministério pastoral, ou seja, segundo a Palavra de Deus.

Bem, diante de tudo isso, quero renovar a minha aliança com a Palavra. Quero aprender mais da Palavra. Quero poderosamente viver a Palavra de Deus. No ministério posso seguir por muitos "caminhos", os que estão na moda ou mesmo os que já se encontram esquecidos, contudo, decido pela Palavra. Não preciso de novidades baratas nem de invenções de homens. Acredito que o evangelho de Jesus é poderoso para salvar. Creio que a Palavra de Deus nunca falhará. "Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei" (Isaías 55.11). Todo modismo passa. Tudo o que é do homem um dia acaba. "Mas a palavra do Senhor permanece para sempre" (1 Pedro 1.25). Aleluia, na Palavra estou seguro. Na Palavra tudo o que Deus diz a meu respeito se cumprirá. Logo, o meu compromisso no ministério é com a Palavra de Deus. E o seu?

Pr. Adriano Xavier Machado