Nas Alturas
Quando penso nos sonhos de Deus para mim,
desejo ter asas, desejo ser como os pássaros, desejo voar.
Mas percebo que nem sempre é assim que funciona.
Deus tem os Seus métodos, as Suas estratégias, os Seus planos.
É verdade que eu gostaria que fosse diferente.
Eu queria sempre atravessar as nuvens como os pássaros.
Como é linda a promessa das Escrituras Sagradas:
"os que esperam no Senhor subirão com asas como águias".
Deus promete as alturas para aqueles que n'Ele confiam.
Mas, tenho aprendido que nem sempre voando.
Nem sempre com asas. Nem sempre como as águias.
Por favor não me julgue mal. Não me interprete errado.
Acredito sinceramente nas promessas da Palavra de Deus.
Acredito que quando esperamos n'Ele,
de fato podemos ir mais longe, podemos ir mais além.
Mas nem sempre do mesmo modo.
Nem sempre da mesma maneira.
Nem sempre do mesmo jeito.
Há aqueles que esperam no Senhor e alcançam as Alturas,
não com asas, não voando ou sobrevoando,
mas apenas caminhando ou apenas correndo.
E caminhando não se fatigam.
E correndo não se cansam.
"correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão".
Quando observo a minha história de vida,
percebo que nem tudo foi fácil.
Muitas das minhas vitórias exigiram paciência,
determinação, coragem, esperança e confiança.
Muitas das minhas conquistas não foram com asas,
e, sim, com pernas e pés dispostos e ousados.
Caminhei por vales e montanhas.
Corri pelos campos e estradas da vida.
Tive o privilégio de sentir a terra, a grama e a neve.
Tive a experiência de caminhar por entre os espinhos.
Tive coragem de correr entre os pedregais.
E quando por algum motivo tropeçava, levantava-me de novo,
caminhando e cantando, correndo e louvando.
Atravessei pântanos, desertos e florestas.
E se por algum momento ficava confuso e perdido,
tinha o Espírito Santo para ser o meu guia.
Com a presença e força do Consolador pude ir mais além.
Confesso que em alguns momentos os pés sangraram,
ficaram feridos e doloridos, castigados e maltratados.
No entanto, de um modo sobrenatural,
ainda tive ânimo, segurança e um poder que a tudo vence.
Ora caminhando, ora correndo, sem se cansar, sem me fatigar.
Sei que falar em pernas e pés não tem o mesmo romantismo das asas.
Falar em caminhadas ou corridas não tem a mesma beleza dos voos.
Mas o que importa de fato é a possibilidade das Alturas com Deus.
Posso chegar ao Monte Santo voando.
E posso chegar ao Monte Santo caminhando ou correndo.
De uma forma ou de outra, tudo é de Deus.
É Ele quem me abençoa, quem me guarda e me faz prosperar.
"O minha alma, espera somente em Deus, porque dele vem a minha esperança".
Ele ainda tem mais para mim.
Ele ainda tem mais para todos os que n'Ele esperam.
Pr. Adriano Xavier Machado
Autor do livro Conquistando as Alturas com Deus
Celebrando a vida
Ao estar diante da possibilidade de escrever em um dia quando muitos vão ao cemitério chorar os seus mortos, não vejo como deixar de pensar e falar em outra coisa a não ser o milagre da vida. Esse é o meu sentimento. Esse é o meu pensamento. Esse é também o meu desejo. Quero falar de vida. Quero celebrar o milagre da vida. Pois as nossas lágrimas ou os sorrisos só servem para os vivos. As flores com as suas cores e perfumes só encantam e surpreendem os vivos. Por mais que muitos não queiram reconhecer, cemitério não é lugar de encontros, mas de desencontros, distâncias e separações. Sim, como creio na esperança do evangelho sei que a morte não é o fim. Para homens e mulheres de fé a morte é apenas uma porta que se abre para o Paraíso. Não tenho medo da morte, pois ao passar por ela estarei face a face com o meu Senhor. Mas ainda assim celebro a vida. A vida vem de Deus, a morte é consequência do pecado. A vida é um dom, a morte uma maldição. Além do mais é na vida que podemos fazer o bem a alguém. É na vida que podemos abraçar e ao mesmo tempo sermos abraçados por alguém. É na vida que podemos dar carinho, oferecer a nossa amizade e compartilhar nosso amor por alguém. É estranho que alguns chorem e dêem flores para os seus mortos, mas pouco fazem por seus amigos e familiares vivos. Parece que os mortos são sempre heróis, dignos de respeito e veneração, mas os vivos são sempre vilões, problemáticos e de confusões. Lamentavelmente por não reconhecerem o milagre da vida só vão descobrir a importância das pessoas quando não mais estiverem vivas. Querido leitor ou leitora, apesar de uma cultura que se lembra do dia dos mortos, lembre-se que a vida é um milagre, a morte não. A vida é um presente divino, a morte um castigo da desobediência. Por conseguinte, deixemos os mortos cuidarem dos seus mortos. Cuidemos dos vivos. Façamos a diferença para quem está vivo. Celebremos a vida. Como Jesus disse: "eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância".
Pr. Adriano Xavier Machado
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