Pedalar é uma atividade física muito prazerosa. É muito bom sentir o vento, ter a sensação de liberdade, superar desafios e conquistar novos objetivos. Mas, pedalar, também, tem as suas dificuldades, os seus riscos e até os seus dissabores. Aliás, tudo na vida é assim: tem o seu momento de alegria e tem o seu momento de tristeza.
Ainda me lembro quando estava aprendendo a pedalar. Era apenas uma criança querendo brincar com um presente novo. Mas, foram muitas as quedas e os arranhões. Apesar de tudo nunca desistia. Levantava-me do chão, verificava o estado da bicicleta - ficava mais preocupado com a bicicleta do que com a minha integridade física - e lá estava eu novamente pedalando, divertindo-me e passeando com o meu “brinquedinho”.
A vida pode ser comparada ao ciclismo. Nem sempre é fácil se equilibrar. Nem sempre é fácil prosseguir. Às vezes, os tombos são inevitáveis e as feridas logo aparecem. Contudo, não devemos desistir. “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Romanos 8.18).
O apóstolo Paulo reconhecia as “aflições deste tempo presente”. Ele não era um cristão inocente ou inexperiente, mas, um cristão vivido, amadurecido e muito realista. Ele mesmo já tinha passado por muitas dificuldades, muitos sofrimentos e derramado muitas lágrimas, mas, apesar de tudo, podia dizer: “para mim tenho por certo”.
Paulo tinha uma certeza. Ele sabia da dimensão limitada e passageira dos problemas da vida, quando comparada com a dimensão eterna e inesgotável da glória celestial. É essa certeza que fortalece a nossa fé. A glória que em nós há de ser revelada é o que nos motiva, o que nos faz prosseguir e persistir.
Se olharmos apenas para este século e para os problemas desta vida, não haverá esperança alguma. Por isso o apóstolo tinha a sua visão, não apenas para o “tempo presente”, mas, também, e principalmente, para a “glória que em nós há de ser revelada”. Portanto, se “é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima. Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem” (1 Coríntios 15.19, 20).
Se sabemos qual é o nosso verdadeiro rumo e o nosso verdadeiro lugar, sem dúvida, teremos o mesmo sentimento do apóstolo Paulo. A vida hoje até pode ter as suas tristezas, as suas lágrimas e as suas decepções, mas, um dia tudo isso vai acabar. A glória prevalecerá. Logo, o que devemos fazer? Parar de pedalar? Parar de prosseguir?
Hoje, já adulto, tenho mais domínio sobre a biclicleta. Até arrisco algumas manobras mais ousadas. Quantos aos tombos, bem, não são tão frequentes. O condicionamento físico vai melhorando e a aventura continua. Já pensou se eu tivesse desistido no início de tudo? Então, por maior que seja o desafio, nunca devemos desistir. Com certeza “as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada”. Amém!
Pr. Adriano Xavier Machado