A maldição do edredom do BBB



O assunto que está rendendo na mídia e redes sociais é o suposto estupro no BBB, o que a propósito foi negado pela possível vítima. Acredito que não preciso entrar em muitos detalhes, pois o caso está sendo tratado exaustivamente pela imprensa. Mas quero falar do edredom do BBB. Um edredom que já faz muito tempo tem representado imoralidade, promiscuidade, fornicação e mera carnalidade. Lamentavelmente os organizadores do BBB tem incentivado entre os seus participantes, através de festas internas, bebedeiras, comentários, trajes mínimos e banhos expostos, algo que não tem nada a ver com o amor, com o respeito e a valorização da família. É certo que muitos gostam do programa nesse formato, de outro modo não teria tanta audiência. Através de imagens e brincadeiras apelativas muitos sucumbem à proposta do reality show. Assim acontece porque se deixam envolver com algo que não deveria ser normal ou aceitável pela sociedade. A verdade é que o sexo é algo muito lindo e edificante para ser explorado pelo edredom do BBB. Sim, aquele edredom não expressa a amizade, a cumplicidade e a alegria do amor conjugal. Serve muito mais para satisfazer aos caprichos da mídia que deseja a todo custo audiência. O triste em tudo isso é que muitos jovens, rapazes e moças de todos os níveis sociais, acabam acreditando que o amor se resume a um edredom. Mas o que o BBB não ensina é que debaixo de um simples edredom pode abrigar o sentimento de culpa, o vazio e a frustração de um relacionamento sem compromisso e até mesmo a vergonha e a humilhação de uma rejeição social ou familiar.

Ah, se o BBB recomendasse um outro tipo de edredom. Um edredom em que o casal só poderia ficar debaixo dele em consequência de um verdadeiro compromisso, respeito e amor. A nossa sociedade não precisa de edredom com motivos duvidosos e vergonhosos. Ela já tem sofrido muitas desilusões, abandonos, traições, mágoas e decepções. Por todos os lados vemos homens e mulheres machucados, casamentos quebrados, mulheres sendo tratadas como se fossem objetos de uso e descarte, filhos sem a presença da figura paterna, por que então tentar dar brilho a um edredom tão esdrúxulo como o do BBB? Há um edredom melhor, um edredom que não opera maldição, um edredom que não recebe tanta atenção dos meios de comunicação e programas de televisão, mas que continua demonstrando poder, força e superação: o edredom do amor. Sim, ele pode parecer algo careta e ultrapassado, mas somente debaixo dele há o calor aconchegante da verdade e do respeito, do prazer que não gera arrependimento nem sentimento de culpa, da alegria que não traz ofensa nem desamparo. Debaixo do edredom do amor não há egoísmo, mesquinhez, irresponsabilidade nem algo que satisfaz apenas num momento de êxtase. Debaixo do edredom do amor não há sombras nem escuridão, não há tristeza nem solidão. No amor tudo é completo e perfeitamente belo. O amor é vida, paz, luz e alegria. A maldição do edredom do BBB? Estou fora! Prefiro a bênção do edredom do amor! E você?

Pr. Adriano Xavier Machado


Ser servo, uma graça pouco desejada

De fato o objetivo da época é o sucesso, o poder, o topo e o primeiro lugar. Meninas desejam ser capas de revistas, rapazes desejam o pódio mais alto, mulheres desejam caminhar por tapetes vermelhos da fama e homens desejam negócios, não apenas prósperos, mas que estejam em evidência, que possam aparecer na mídia. Temos presenciado uma geração competitiva, quando todo mundo passa a ser um adversário a ser vencido. Por isso há pouco espaço para cooperação, cumplicidade e amizade. Poucos são os que respeitam e admiram as pessoas que estão em posição de comando ou liderança, porque no íntimo da maioria não existe a alegria do sucesso do outro. Muitas vezes até colegas de trabalho se vêem como oponentes. Ainda me lembro de uma mulher que planejou a morte de uma colega de trabalho pois queria tomar o seu lugar dentro do espaço profissional. É claro que dificilmente em uma igreja se chegará a tanto, mas quantas vezes se mata psicologicamente irmãos com palavras, ofensas e comentários maldosos. Quantos já não deixaram algum cargo, algum trabalho ou mesmo a liderança de um ministério porque não suportaram as críticas desnecessárias, o olhar invejoso ou a expressão de antipatia? Claro, não deveriam ter abandonado os seus postos, sabendo que o reconhecimento e a recompensa vem antes de mais nada do Senhor. Mas o fato é que deixaram as suas posições porque não suportaram tantos ciúmes, invejas e competição. Infelizmente isso tem ocorrido com frequência. Para o espírito deste século não há espaço para a verdadeira colaboração, para a ajuda sem interesses, para o estender a mão apenas para ver o outro indo mais longe nas suas conquistas. É o espírito totalmente contrário ao ensinamento de Jesus: "Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos" (Marcos 9.35).

Diante das palavras de Jesus fica evidente que precisamos mesmo aprender a nos despir da mentalidade dos dias de hoje: a mentalidade competitiva, egoísta, centralizada nos interesses pessoais e amante do exibicionismo. Para sermos primeiros no Reino precisamos aprender a servir, mas, não resmungando, não com má vontade. O apóstolo Paulo recomendou: "Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas" (Filipenses 2.14). O verdadeiro servo é aquele que tem o coração de servo. Jesus disse: "Se alguém quiser". Não é algo que vem de fora, não é algo imposto, não é algo forçado, antes, uma escolha voluntária na graça do evangelho. "Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro". Derradeiro? Parece contraditório, mas não é. O Reino tem outros valores. O Reino tem outras perspectivas. Jesus estava querendo dizer que o nosso eu nunca deve querer ficar à frente dos demais. A prioridade não deve ser o nosso conforto, a nossa felicidade ou mesmo a nossa própria vida. "Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo" (Filipenses 3.7). Por isso em seguida Jesus fala sobre ser "servo de todos". Em outros termos, Ele está ensinando o significado de uma vida liberta do orgulho e da mesquinhez. Quanto mais o ser humano se volta para si, mais vazio e infeliz é. Em alguns momentos estive acompanhando noticiários sobre a vida dos famosos. Sim, pessoas bonitas, com muito dinheiro, fama e sucesso, mas desgraçadas no amor e na vida pessoal. Muitas delas alcançaram o topo da fama, são conhecidas no mundo inteiro, ganharam prêmios internacionais, mas são totalmente solitárias, deprimidas e vazias. É claro que não é pecado ter riqueza ou fama, mas quando a vida é voltada para isso, mais cedo ou mais tarde, a infelicidade, a escuridão e a tristeza inundarão a alma. Portanto, Jesus estava certo quando disse que se "alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos". Ele sabia perfeitamente o que estava dizendo. Ele conhece o autêntico caminho da felicidade e realização na vida. Por isso, Ele "aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo" (Filipenses 2.7). E você e eu? Que caminho estamos seguindo? A verdade é que ser servo nos dias de hoje, trata-se de uma graça pouco desejada. Mas que Deus por sua infinita graça e misericórdia, venha nos capacitar a seguir o exemplo de Jesus. Amém.

Pr. Adriano Xavier Machado